Por Rafaella Moura e Érico Pena | Rádio Rio Mar
Foto: Érico Pena
A Comissão Pastoral da Terra – Regional Amazonas (CPT/AM), juntamente com a Comissão Pastoral da Terra Arquidiocesana, promoveram na manhã desta terça feira, 25 de julho, o lançamento do Caderno Conflitos do Campo Brasil 2022 e da Campanha Contra a Violência no Campo. O evento aconteceu no Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus, no Auditório Mãe Paula, localizado no centro da cidade.
O presidente do Regional Norte 1 e arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, o presidente nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e bispo prelado de Itacoatiara, Dom José Ionilton Lisboa, a coordenadora Arquidiocesana e Regional da CPT/AM, Irmã Maria Agostinha de Sousa, o coordenador de pastoral da Arquidiocese de Manaus, Padre Geraldo Bendahan e o coordenador das Pastorais Sociais, Padre Alcimar de Araújo, participaram da atividade. O evento também contou com a presença de agentes pastorais, agricultores familiares, religiosos, representantes de entidades e imprensa.
Durante a mesa de abertura, o presidente da CPT, Dom José Ionilton, apresentou a ideia da Campanha Violência no Campo, uma iniciativa que une igreja e sociedade civil.
A campanha neste primeiro momento chegará perto das bases para se constituir grupos articuladores, e prepará-los diante os casos de violência, não tendo assim que esperar o lançamento do Caderno de Conflitos do Campo ser publicizado.
Os conflitos são entendidos como ações de resistência e enfrentamento pela posse, uso e propriedade da terra e pelo acesso aos recursos naturais pelo extrativismo, como os seringais, babaçuais ou castanhais, ou quando envolvem posseiros, assentados, quilombolas, indígenas, pequenos arrendatários, sem-terra, seringueiros.
Gilson Lisboa é vice-presidente da Comunidade Serra do Sol localizada na BR174, km 165 em Presidente Figueiredo. Segundo ele, a exposição dos conflitos territoriais ajuda os agricultores a não ter medo em denunciar.
Dentre os destaques que foram apresentados, estiveram os registros de violações de direitos humanos ocasionados por conflitos por terra, água e território. Segundo os dados do Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc), da CPT, responsável pela elaboração do caderno há 40 anos, foram notificados 152 conflitos de terra no Amazonas em 2022, contra 69 em 2021, o que significa um aumento de mais de 120%. O estado ficou em segundo lugar na região Norte, atrás apenas do Pará, e é o quarto no país em número de conflitos. Ao todo, 29.653 famílias foram atingidas.
A região Norte ocupa o primeiro lugar em conflitos no país (4.855), o que representa quase 40% de todos os conflitos do país registrados no período (12.975). Nos casos de violência contra a ocupação e a posse, o Amazonas lidera os registros de ameaças de despejo em todo o país (13.361), roças e bens destruídos (1.564 e 1.588) e invasões (20.151), além do alto índice de ocorrências de pistolagem (6.551).
Nos conflitos por água, o Amazonas está em segundo lugar na região Norte e em terceiro no país, com 25 conflitos, contra sete no ano anterior.
O documento retrata, ainda, as violações sob governo Bolsonaro, e o lançamento acontece hoje, de forma presencial na sede da CNBB, em Brasília, com início às 15h. Evento terá transmissão ao vivo pelas redes do Cimi.
Por Assessoria de Comunicação do Cimi
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lança hoje, quarta-feira (26), às 15h, o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2022. O evento de lançamento da publicação anual do Cimi ocorrerá na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelo canal de youtube do Cimi.
O Relatório, organizado em três capítulos e 19 categorias de análise, apresenta um retrato das diversas violências e violações praticadas contra os povos indígenas em todo o país. Para a produção do documento foram sistematizados dados obtidos através de informações dos regionais do Cimi, de comunidades indígenas e de veículos de comunicação, além de fontes públicas oriundas da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e de secretarias estaduais de saúde.
O levantamento reúne dados sobre violações contra os direitos territoriais indígenas, como conflitos, invasões e danos aos territórios; violências contra a pessoa, como assassinatos e ameaças; e violações por omissão do poder público, como desassistência nas áreas da saúde e da educação, mortalidade na infância e suicídios.
O ano de 2022 encerrou o ciclo de quatro anos sob o governo de Jair Bolsonaro, marcado pela paralisação total das demarcações de terras indígenas, pela grande quantidade de conflitos e de invasões a estes territórios e, ainda, pelo desmonte das políticas públicas voltadas aos povos indígenas e dos órgãos responsáveis por fiscalizar e proteger seus territórios.
O relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2022 apresenta um balanço deste período, com a atualização dos principais dados que ajudam a vislumbrar este contexto de ofensiva contra os direitos constitucionais dos povos originários. Assim, esta edição do relatório sistematizou também dados atualizados sobre assassinatos, suicídios e mortalidade na infância referentes a esse período de quatro anos.
“Não demarcar e viabilizar o acesso de exploradores às terras demarcadas foram eixos motores da antipolítica indigenista, que desterritorializou e fragilizou a aplicação do direito, gerando um ambiente de profunda insegurança e violências sem precedentes na história recente do Brasil”, apontam Lucia Helena Rangel e Roberto Antonio Liebgott, coordenadores da publicação, na introdução do relatório.
No lançamento, estarão presentes lideranças indígenas e representantes da CNBB e do Cimi. Dentre eles, Dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho (RO); Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, secretário executivo do Cimi; Lucia Helena Rangel e Roberto Antonio Liebgott, organizadores do relatório; Erilsa Pataxó, a vice-cacica da Terra Indígena (TI) Barra Velha (BA); Josiel Kaiowá, liderança Guarani kaiowá (MS); e Júlio Ye’kwana, presidente da Associação Wanasseduume Ye’kwana (RR).
Serviços:
O que: lançamento do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2022, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
Quando: 26 de julho, às 15h (horário de Brasília)
Formato: presencial, com transmissão ao vivo pelo canal do Cimi no Youtube
Onde: auditório Dom Helder Câmara, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), situada no Setor de Embaixadas Sul, quadra 801, conjunto B, em Brasília (DF).
Contatos: Assessoria de Comunicação do Cimi | comunica@cimi.org.br | +55 61 99641-6256
O poder Judiciário determinou o encerramento das atividades da Mineração Santa Paulina em Ibirité, Minas Gerais
Por CPT Minas Gerais
Manifestação Popular em Ibirité, MG, no dia 20 de julho de 2023 contra a mineração na Serra do Rola Moça, em defesa das águas, de preservação ambiental e da agricultura familiar. Foto: arquivo CEDEFES
A intensa e incessante luta coletiva de vários Movimentos Socioambientais e Rede de Apoio conquistou uma vitória muito importante para garantirmos que o município de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG, se torne de fato TERRITÓRIO LIVRE DE MINERAÇÃO. Por força de decisão da juíza da 3ª Vara Cível da Comarca de Ibirité, Dra. Renata Souza Viana, em sede de antecipação de tutela – Ação Civil Pública 5009765-16.2023.8.13.0114, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, diante da constatação da evidência de danos ambientais, bem como dos riscos de danos irreparáveis ou de difícil reparação, com a iminência de agravamento destes danos em razão da prática da atividade perpetrada pela empresa Mineração Santa Paulina, popularmente conhecida como Mineração do Pau Oco por suas práticas de devastação ambiental, tem o prazo máximo e improrrogável de 24 (vinte e quatro) horas, para suspender todas as atividades desenvolvidas pela mineradora no local denominado Fazenda Boa Esperança, Município de Ibirité, MG, que se encontra dentro da Área de Proteção Especial Taboões, manancial de abastecimento público de água que atende mais de 600 (seiscentas) mil pessoas em Sarzedo, Ibirité e região do Barreiro em Belo Horizonte, e a menos de 100 (cem) metros dos limites do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (PESRM), situado nos municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité e Nova Lima, MG, com seus 3.941,09 hectares de área, é o terceiro maior parque em área urbana do Brasil.
Criado através do decreto estadual nº 36.071, de 27 de setembro de 1994, o Parque é considerado área de proteção especial de mananciais essenciais para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Abrange, em seus domínios, várias nascentes e cabeceiras de rios, destacando-se as Áreas de Proteção Especial (APEs): Taboões, Rola-Moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina, mananciais que abastecem parte da população de Belo Horizonte, Ibirité e Brumadinho. Adjacente ao PESRM, a Estação Ecológica de Fechos (EEFechos), um importante remanescente florestal, também um importante manancial de água que abastece a cidade de Belo Horizonte. A grande variedade de ecossistemas encontrados nesta região, contendo formações vegetais tanto da Mata Atlântica, quanto do Cerrado e de campos de altitude, faz com que a mesma seja dotada de extraordinária riqueza natural peculiar, que sofre violentas pressões tanto pela exploração mineral quanto pela alocação de empreendimentos imobiliários, em seu entorno. Preservar o PESRM se tornou uma necessidade para a sobrevivência de quase 6 milhões de pessoas da RMBH e de uma riquíssima biodiversidade.
A Exma. Juíza Dra. Renata Souza Viana determinou ainda a abstenção de se promover qualquer intervenção no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e no seu entorno/zona de amortecimento, de transitar caminhões e transportar minério (ou materiais afins), especialmente no entorno do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (incluindo a sua zona de amortecimento), bem como o trecho descrito pelo revogado Anexo IV do Decreto Municipal n.º 6114/19 como Trecho Mineração Santa Paulina até o Anel Viário de Ibirité, a adoção de todas as medidas emergenciais e de segurança aptas a assegurar a estabilidade de todas as estruturas existentes no empreendimento minerário, enquanto elas existirem, inclusive daquelas estruturas cuja operação será paralisada, devendo, ainda, ser garantida a neutralização de todo e qualquer risco à população e ao meio ambiente natural, cultural e artificial. Por fim, visando garantir a integral reparação dos danos causados, notadamente o dano moral coletivo aferível determinou o imediato bloqueio da quantia de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) em contas de titularidade da Mineração Santa Paulina.
A magistrada consignou que a mineradora ré está atuando à margem da legalidade, sem prévia licença ambiental e regular estudo de impacto, com uso clandestino dos meios necessários à atividade mineradora, apontando os múltiplos impactos negativos, danos ambientais e atividades poluidoras, com graves prejuízos à fauna, à flora e à vida humana, além de prejuízo ao patrimônio cultural, turístico, histórico e paisagístico. E foi adiante. Considerou que a “autorização” com dispensa da necessidade de prévio licenciamento ambiental para a atividade de escoamento do minério já lavrado, viola o que determina o artigo 6ºA do Código de Minas, segundo o qual “a atividade de mineração abrange a pesquisa, a lavra, o desenvolvimento da mina, o beneficiamento, o armazenamento de estéreis e rejeitos *e o transporte e a comercialização dos minérios* (…)”. Ou seja, de acordo com o referido diploma legal, a atividade de transporte de minério é considerada atividade de mineração e, consequentemente, não há que se falar em dispensa de licenciamento ambiental.
Salientamos que o governo Zema, desrespeitando um parecer contundente técnico muito bem fundamentado da SEMAD, de 2021, autorizou em poucas linhas, de forma ilegal, que a mineração Santa Paulina pudesse minerar na área já minerada sem licenciamento ambiental, o que é absurda ilegalidade. A juíza determinou que esta ilegalidade não pode vigorar.
Devem agora a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos (SEMAS) de Ibirité, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), as Prefeituras dos Municípios de Ibirité e Sarzedo, e a Polícia Militar da Diretoria de Meio Ambiente e Trânsito (DMAT), garantirem que a empresa Mineração Santa Paulina seja impedida de continuar praticando mineração à margem da lei e da Constituição.
Espera-se também que no curso das próximas semanas seja determinada a contratação de consultorias técnicas independentes para a elaboração do Plano de Recuperação das Áreas Degradadas, e que, em caso de eventual recurso, que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais mantenha a decisão da eminente juíza Dra. Renata Souza Viana, em homenagem ao direito de todos, da presente e futuras gerações, de termos um ambiente ecologicamente equilibrado (CF 1988, art. 225), nessa demanda representado pela proteção efetiva do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e de seus mananciais, que há várias décadas se encontram tuteladas por lei, mas ainda assim convivem com constantes ameaças e agressões.
SEGUIREMOS NA LUTA COLEITVA EM DEFESA DA SERRA DO ROLA MOÇA, DE SEUS MANANCIAIS E DA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÂO DA RMBH!
Assinam esta Nota Pública:
1 – Movimento Serra Sempre Viva
2 – Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
3 – Movimento Todos Contra o Rodoanel/RODOMINÉRIO de RMBH
4 – Centro de Documentação Eloy Ferreira (CEDEFES)
5 – Mariana Crioula (Coordenação Estadual das Mulheres Quilombolas do Estado de MG)
6 – Federação Quilombola do estado de Minas Gerais (N’GOLO)
7 – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – RENAP
8 – Movimento dos Atingidos Por Barragens – MAB
9 – Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas – FIAN Brasil
10 – Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas – CODECEX
11 – Frente Parlamentar em Defesa dos Povos e Comunidades Tradicionais da ALMG
12 – Movimento Salve Santa Luzia
13 – Movimento Negro Unificado de Minas Gerais
14 – Projeto Manuelzão
15 – Movimento pelas Serras e Águas de Minas (MovSAM)
16 – Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela
17 – Associação dos Proprietários Rurais do Santuário Serra da Moeda
18 – Fórum Permanente São Francisco
19 – Movimento Artístico, Cultural e Ambiental de Caeté (MACACA)
20 – Movimento Eu Rejeito Barragens Sabará
21 – União das Associações Comunitárias de Congonhas
22 – PLANTAE – A P U Spinel Informação, Ensino, Arte e Cultura LTDA
23 – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
24 – Unidade Popular pelo Socialismo (UP)
25 – Comunidade Tradicional Quilombola Família Araújo, de Betim;
26 – Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Betim, MG – CDDH/Betim;
27 – Coordenação das Ocupações Dom Tomás Balduíno, Monte Sinai, Beco Fagundes, Pingo D’água e Recanto Verde, de Betim/MG
28 – Padre João, DEPUTADO FEDERAL (PT/MG)
29 – Dandara Tonantzin, DEPUTADA FEDERAL (PT/MG)
30 – Célia Xakriabá, DEPUTADA FEDERAL (PT/MG)
31 – Bella Gonçalves,DEPUTADA ESTADUAL (PSOL/MG)
32 – Beatriz Cerqueira, DEPUTADA ESTADUAL (PT/MG)
33 – Leleco Pimentel, DEPUTADO ESTADUAL (PT/MG)
34 – Centro Social Antonieta FAGE
35 – Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região de Ibirité e Sarzedo
36 – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do estado de Minas Gerais (FETAEMG)
37 – ASPRUS- Associação dos Produtores rurais de Sarzedo
38 – Sindicato dos Trabalhadores Rurais Mario Campos e Sarzedo
39 – CTB /MG (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Brasil)
40 – CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)
41 – Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade – AFES
42 – Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – SIFRAJUPE
43 – Rede Igrejas e Mineração MG
44 – ONG NATUREZA VIVA
45 – Rola Moça Resiste
46 – Mov. Nascentes Imperiais, de Contagem, MG
Obs.: Outros Movimentos, Organizações, Entidades e autoridades que quiserem assinar este Manifesto, favor enviar nome para frei Gilvander, através do e-mail: gilvanderlm@gmail.com
Ibirité, MG, 21 de julho de 2023.
Em sintonia com o Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado em 25 de julho, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) apresenta ao público a sua Campanha de Solidariedade voltada para a garantia da sustentabilidade da entidade. Dioceses, paróquias e comunidades do campo e da cidade são convidadas a participar do “Dia de doar” para a CPT na semana do dia 25, contribuindo para a manutenção das ações da Pastoral.
Com o lema “Fraternidade sem Fome”, a ação se conecta com a Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que em 2023 pauta o combate à fome e a luta pela garantia da soberania alimentar da população brasileira. De acordo com dados do relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), 21 milhões de pessoas não têm o que comer todos os dias em nosso país e 70,3 milhões vivem em situação de insegurança alimentar.
Fundada em junho de 1975, durante o Encontro de Bispos e Prelados da Amazônia da CNBB e realizado em Goiânia (GO), a CPT completa 48 anos de atividade em 2023. De lá para cá, a Pastoral se dedicou integralmente às lutas e demandas políticas dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, sendo um suporte para a sua organização de base na luta por direitos. “O homem e a mulher do campo são os que definem os rumos a seguir, seus objetivos e metas. Eles e elas são os protagonistas de sua própria história. A CPT os acompanha, não cegamente, mas com espírito crítico”, afirma o texto da missão da entidade.
Dom José Ionilton, bispo da prelazia de Itacoatiara (AM) e presidente da CPT, lembra que a Pastoral surgiu como resposta à realidade de posseiros e trabalhadores que eram escravizados na Amazônia. De acordo com o bispo, ainda hoje muitas destas comunidades contam com a ação solidária de organizações e pastorais como a CPT para sobreviver e garantir a permanência em seus territórios tradicionais de vida e de direito.
“Diante da violência e da vulnerabilidade enfrentada por essas comunidades, a missão da Igreja é estar vigilante e servir a esses povos servindo o evangelho de Jesus”, enfatiza Dom Ionilton. “Para que a CPT cumpra essa missão os desafios são muitos e também econômicos. Para manter acesa a chama de nosso serviço pastoral, no dia do agricultor e da agricultora, decidimos promover uma campanha de solidariedade, para você poder ajudar a quem trabalha na terra, a quem protege o meio ambiente”, convoca o presidente da Pastoral.
Participe
Na semana do dia 25 de julho, que marca a celebração internacional da Agricultura Familiar, os núcleos regionais da Pastoral da Terra realizarão celebrações para fazer memória da história e da missão da CPT. Durante a semana de celebrações, o público participante poderá fazer doações espontâneas para a entidade. Cada comunidade, paróquia ou grupo reunido receberá orientações de como realizar suas doações por meio de agentes da Pastoral da Terra em sua região.
As doações, entretanto, podem ser feitas a qualquer momento pelo site da CPT. Caso você tenha interesse em contribuir com a missão da Pastoral, acesse a página da campanha de solidariedade e faça sua doação por meio de depósito bancário, pix ou via plataforma paypal.
Dados bancários para depósito:
Caixa Econômica Federal
Agência 4520
Conta 386-0
CNPJ 02.375.913/0001-18
IBAN BR95 0036 0305 0452 0000 0003 860C 1
SWIFT CEFXBRSP
PIX: sustentabilidade@cptnacional.org.br
Com informações do Comitê Dom Tomás Balduíno e da CPT Nacional
Foto: Júlia Barbosa | CPT Nacional
Após reocupar a Fazenda São Lukas na manhã de hoje, 24/07, desapropriada pelo Governo Federal por estar ligada à exploração sexual de mulheres, as 600 famílias do MST começaram a ter seus direitos básicos à água e alimentação negados pelo Estado.
Segundo relatos das famílias, o fornecimento de água foi cortado pela Prefeitura de Hidrolândia e o governo de Goiás, por meio da Polícia Militar, estabeleceu um cerco para dificultar a entrega de alimentos na ocupação. A PM atua ainda dificultando o trabalho da imprensa, impedindo a entrada de repórteres na área. A Ouvidora Geral Externa da Defensoria Pública de Goiás, Angela Cristina Ferreira, está a caminho da Fazenda São Lukas para apurar essas denúncias de violações de direitos humanos.
É importante salientar que trata-se de uma área federal, portanto fora da esfera de atuação tanto da Prefeitura de Hidrolândia como do Governo de Goiás. O termo de transferência de domínio do imóvel rural foi feito pela União, representada pela Superintendência do Patrimônio da União em Goiás (SPU-GO) para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), representado pela Superintendência Regional do Incra em Goiás, e assinado no dia 23 de junho de 2023 pelos respectivos superintendentes Uzias Ferreira Adorno Júnior e Elias DÁngelo Borges. O processo de destinação está registrado sob o número 19739.115153/2023- 59.
A ocupação dessa propriedade é simbólica para o conjunto das mulheres sem terra, pois tratase de uma área em que dezenas de mulheres, entre elas muitas adolescentes, foram vítimas de violência, aprisionadas e posteriormente traficadas para a Suíça, onde eram submetidas à exploração sexual. O esquema foi mantido por três anos e as vítimas eram, principalmente, mulheres goianas de origem humilde das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade.
As negociações continuam para garantir que a área seja destinada para a reforma agrária. Após reunir-se com prefeito de Hidrolândia, José Délio, o superintendente do Incra, Elias D’Ángelo, participa de uma reunião com advogados do MST, Ouvidoria Agrária Nacional, Ouvidoria Geral Externa da Defensoria Pública de Goiás, CPT Goiás, MST e o deputado estadua Mauro Rubem.
Por CPT Nordeste 2
Na próxima terça-feira (25), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) na Paraíba realizará o lançamento estadual da publicação “Conflitos no Campo Brasil 2022”. A atividade acontecerá às 14h, no Theatro Santa Roza, no centro histórico de João Pessoa. Na ocasião, serão apresentados e analisados os dados da violência no campo e dos conflitos agrários que ocorreram no estado em 2022.
De acordo com o levantamento feito pela CPT, em 2022, o estado teve 19 conflitos no campo, envolvendo 15.616 pessoas. A quantidade de conflitos teve um aumento de 26,66% em relação ao ano anterior, que registrou 15 ocorrências. Ainda segundo o levantamento, aconteceram duas ameaças de morte a camponeses na Paraíba.
O evento é uma realização da CPT em João Pessoa, juntamente com a Comissão Estadual de Acompanhamento aos Conflitos Agrário, Urbano e Rural, o Programa de
Proteção aos Defensores de Direitos Humanos da Paraíba e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano da Paraíba.
A entrada da atividade é gratuita e toda sociedade está convidada a participar do debate sobre os desafios enfrentados pelos povos do campo, das águas e das florestas.
Conflitos no Campo Brasil 2022 – Esta é a 37ª edição da publicação Conflitos no Campo Brasil, elaborada pela CPT por meio do seu Centro de Documentação Dom
Tomás Balduino. Editada pela primeira em 1985, a publicação se tornou referência nacional e internacional e instrumento fundamental de denúncia das violências
cometidas cotidianamente contra os povos do campo, das águas e das florestas no Brasil.
Na publicação, é possível encontrar dados sobre conflitos por terra, conflitos pela água, conflitos trabalhistas, trabalho escravo, tipos de violências contra a ocupação e a posse e tipos de violência contra a pessoa, como os assassinatos e as ameaças de morte. Também estão disponíveis na publicação diversos artigos e análises dos dados levantados.
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Massacres no campo
#TelesPiresResiste | O capital francês está diretamente ligado ao desrespeito ao meio ambiente e à vida dos povos na Amazônia. A Bacia do Rio Teles Pires agoniza por conta da construção e do funcionamento de uma série de Hidrelétricas que passam por cima de leis ambientais brasileiras e dos direitos e da dignidade das comunidades locais.