Confira o vídeo da caminhada dos mártires no III Congresso Nacional da CPT, que ocorreu entre os dias 17 e 21 de maio de 2010, em Montes Claros, MG.
Confira as moções aprovadas no III Congresso Nacional da CPT.
A programação cultural da noite da última quinta-feira (20/05) foi de festa e integração cultural para os 900 participantes do III Congresso Nacional da CPT. O evento ocorreu no Ginásio Poliesportivo do Colégio São José Marista, na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. Foi o momento para ampliar ainda mais o conhecimento sobre as peculiaridades de cada região. Teve muita gente que fez questão de vestir suas roupas típicas, além de conferir as manifestações culturais como o tambor de crioula do Maranhão, a dança da Chula do Rio Grande do Sul, os papa-angus do Ceará e os violeiros do cerrado.
Outro momento interessante da noite foi a apresentação do músico mineiro Pereira da Viola, que contagiou a todos, interpretando cânticos da luta campesina e de ícones musicais da Música Popular Brasileira, além de promover uma grande ciranda interregional. No encerramento todos se renderam ao ritmo contagiante do forró e “ralaram o bucho” ao som de um trio de forrozeiros, porém, mesmo depois do término do som, o povo do Nordeste manteve a festa, proporcionando o churrasco de bode e buchada para todos.
Os cerca de 900 participantes do III Congresso Nacional da CPT aprovaram a proposta de Carta Final do Congresso, onde se encontram propostas de ações e compromissos que a CPT irá assumir ou reafirmar, a partir das discussões feitas durante o evento.
As filas do povo são um dos espaços mais interativos e expressivos do III Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra, onde os trabalhadores e trabalhadoras rurais, agentes pastorais e convidados têm a oportunidade de retirarem suas dúvidas sobre as palestras, expor suas ideias e denunciar os casos de conflitos agrários.
Envolto em um cenário místico e tendo o céu do semiárido como testemunha, camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agentes pastorais e religiosos de todas as partes do país, iluminaram a noite de Montes Claros (MG), com as chamas de velas e tochas. Empunhavam estandartes com imagens daqueles que nos últimos anos morreram na luta por uma “terra sem males”, em defesa da vida, da terra, da água e dos direitos humanos. A noite desta quarta-feira, dia 19, relembrou os mártires da terra, e levou mais de mil pessoas às ruas da cidade mineira.
Durante toda a quarta-feira (19/05) os participantes se concentraram na troca de conhecimentos em quatro tendas espalhadas no interior do Colégio São José, Marista, onde discutiram os biomas e as peculiaridades de cada região. Em cada espaço foram apresentadas seis experiências, três em cada período, em seguida as informações foram aprofundadas nos debates.
Em 2005, durante manifestação contra a instalação de usinas de açúcar no Pantanal, o ambientalista Francisco Anselmo Barros ateou fogo no próprio corpo na tentativa de barrar o empreendimento. A atitude desesperada conseguiu interromper, por um breve momento, a instalação das empresas, mas os grandes projetos continuam avançando nas áreas em que o bioma está presente.
O que antes ocupava uma área de mais de um milhão de hectares, hoje não passa de 95.000 km quadrados. A Mata Atlântica brasileira, que já foi considerada a segunda maior floresta tropical da América do Sul, e que ocupa mais de 14 estados brasileiros, hoje luta para manter os 7,3% do que sobrou de sua área original. A riqueza da Mata Atlântica e a vida do povo que dela vivia, foram, em sua quase totalidade, destruídas pelo avanço dos monocultivos na região. A cana de açúcar, há 500 no solo brasileiro, e mais recentemente as plantações de eucalipto e o incentivo aos grandes projetos de desenvolvimento são os grandes responsáveis por esse crime.
Em clima de muita fé, uma procissão acompanhada pela cruz, sementes crioulas, símbolos do semiárido, marcou o início dos trabalhos da tenda das experiências do Bioma Caatiga. Estavam presentes cerca de 200 pessoas, entre trabalhadores e trabalhadoras, além de agentes da CPT, de diversos biomas que acompanharam a apresentação das diversas experiências.
Durante toda a quarta-feira (19/05) os participantes se concentraram na troca de conhecimentos em quatro tendas espalhadas no interior do Colégio São José, Marista, onde discutiram os biomas e as peculiaridades de cada região. Em cada espaço foram apresentadas seis experiências, três em cada período, em seguida as informações foram aprofundadas nos debates. As tendas foram divididas em: Bioma Amazônico, Bioma Caatinga, Biomas Mata Atlântica e Pampa e Biomas Cerrado e Pantanal.
Confira as imagens do 4º dia do III Congresso Nacional da CPT em Montes Claros. (Fotos: João Zinclar)
Confira as imagens da Celebração dos Mártires, que reuniu em torno de mil pessoas em uma caminhada pelas ruas de Montes Claros, na noite do dia 19 de maio. (Fotos: João Zinclar)
Os 900 participantes do III Congresso Nacional da CPT estão tendo a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre a importância da biodiversidade, a preservação dos territórios e a resistência camponesa em todo território nacional. Mas, além disso, durante os intervalos é possível conhecer e adquirir produtos de todas as regiões do país, em pequenas bancas instaladas no bosque do Colégio São José Marista em Montes Claros (MG).