COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

*REPAM-Brasil, com edição de Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)

Comunidade do Catalão, em Iranduba, sofre com a seca no Amazonas - Foto: Gato Júnior/Rede Amazônica

Desde setembro, o Amazonas enfrenta uma seca histórica que afeta 59 dos 62 municípios do estado, dificultando a navegação e a distribuição de água e alimentos para as comunidades. Diante desta realidade alarmante, bispos, secretários e lideranças dos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que integram a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) se reuniram nesta segunda-feira (09/10), para discutir esta realidade da região, e alinhar uma iniciativa emergencial para ajudar as comunidades que estão sofrendo com os impactos.

O encontro, organizado pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), proporcionou diálogo e partilha sobre a estiagem dos rios e os impactos nas comunidades. O momento contou com participação do bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, a presidência da Rede e de representantes da Cáritas.

Também esteve presente o presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom José Ionilton de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM) e secretário da REPAM-Brasil.

Impactos da seca na Amazônia

Com a seca e o aumento das temperaturas, muitos ribeirinhos perderam a possibilidade de pescar, além de plantações que contavam com a irrigação dos rios. Entre as preocupações, há o medo de que a água não volte mais a correr na região, além das outras consequências na questão climática.

Para atender as comunidades isoladas com alimentos e água potável, há um desafio logístico para levar os recursos, por falta de condições de os barcos navegarem e o alto custo para acessar com aviões as regiões. A estimativa é que 500 mil pessoas sejam afetadas nos próximos meses.

A forte estiagem no Amazonas intensificou as consequências de um fenômeno natural na região e agora afeta “de forma severa” a vida da população, com alterações como elevação do clima e morte de peixes e mamíferos aquáticos por conta do aumento da temperatura da água.

“Com a seca desses lagos e rios, as comunidades que sobrevivem das águas, passam a sentir o efeito da estiagem de forma mais drástica e intensa, com a falta de água para consumo e para as atividades do dia a dia, devido à contaminação, trazendo grandes riscos para a população ribeirinha, principalmente pela morte dos peixes, assim como também a falta de alimentos”, informou a Cáritas da prelazia de Tefé, em anúncio da sua campanha emergencial.

Rosana Barbosa, professora da Universidade Federal do Amazonas, chamou atenção para as causas do fenômeno que ocorreu de forma mais intensa em 2023. As mudanças climáticas e o El Niño extraordinário, mais severo que os últimos, têm tem causado esse prejuízo para a Amazônia. Ela salientou que especialistas destacam que os efeitos podem ser sentidos até 2024. “O que preocupa não é só o El Niño, mas as emissões que vão ocorrendo no mundo todo”, destacou Rosana.

Além das partilhas, os participantes pensaram em formas para contribuir emergencialmente para atender às necessidades mais urgentes das populações, com a captação de recursos e articulando ações com os governos. Também foram refletidas intervenções estruturais, como sistema de tratamento de água, captação e conservação das águas nos tempos de seca; e análise da realidade do clima e posicionamentos exigentes por políticas de proteção aos biomas no Brasil.

A CNBB contribuiu com a liberação de recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) para a Prelazia de Tefé, e também vai colaborar com outras Igrejas particulares que enfrentam as consequências da seca.

Dom Ricardo Hoepers motivou a REPAM a mobilizar, junto com a Cáritas Brasileira, uma campanha emergencial junto com os regionais para sensibilizar o povo brasileiro para essa realidade, o que foi apontado também por outros participantes. A iniciativa de mobilização e arrecadação de recursos deve ser lançada nos próximos dias.

Campanhas de Solidariedade

Prelazia de Itacoatiara

A Prelazia de Itacotiara lançou nesta segunda-feira (9) a Campanha Puxirum pela Vida, em apoio às pessoas afetadas pela seca no Amazonas. A ação tem como objetivo ajudar as famílias que estão enfrentando os impactos da seca na região. Os pontos de coleta são as secretarias paroquiais ou a Secretaria da Cáritas da Prelazia.

Dados para Doações:

Banco Bradesco – Agência 3704 – Conta Corrente 292020-8

PIX: curiaprelitac@gmail.com

Mais informações: (92) 99351-3309

 

Prelazia de Tefé

A prelazia de Tefé também realiza campanha de doações. O bispo local, dom José Altevir da Silva, gravou um vídeo no qual pede doações para a Campanha, para ajudar os ribeirinhos a ter a possibilidade de enfrentar esse grande fenômeno, que ameaça a vida da natureza e dos povos.

Dados para Doações:

Banco do Brasil (N° 001) – Agência 0577-0 – Conta Corrente 2009-5

CNPJ: 08.595.254/0001-01

Mais informações: (97) 98115-2373 (Cáritas)

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline