A Comissão Pastoral da Terra – CPT, consternada, lamenta o falecimento do educador Carlos Rodrigues Brandão, aos 83 anos, ocorrida ontem, 11 de julho, em Campinas (SP), depois de longa enfermidade. Entre a imensa lista de contribuições inestimáveis do querido Brandão, está também a colaboração com a CPT, desde seus antecedentes e primórdios, na diocese de Goiás, junto a Dom Tomás Balduino, um dos seus principais criadores, e às Comunidades Eclesiais de Base - CEBs.
Vem daí também, da imersão no mundo rural e nele na religião popular, de que Brandão foi mestre dos mestres, nossa compreensão do serviço abnegado à causa camponesa, em sua luta e resistência pela terra e nos territórios – seu poder próprio. Uma pastoral de Educação Popular, na melhor tradição de Paulo Freire, de quem ele era amigo.
Seja pela assessoria em encontros nossos de formação e assembleias, seja pela profusão de livros (mais de 100 títulos), artigos e poemas, Brandão nos ensinou e continua a nos ensinar o valor da Vida, na Natureza das coisas e das gentes, tal como ela se dá, como matéria e finalidade da Educação, toda ela e, em especial, a Popular.
Alertou e continua alertando profética e amorosamente a CPT sobre as várias e ricas identidades culturais e religiosas do mundo camponês. Uma pedagogia que sublinha o protagonismo dos camponeses e das camponesas, cifra fundamental do serviço da CPT, chamada a valorizar, sempre, junto com a dimensão de classe, o papel fundamental das ancestralidades e espiritualidades nas lutas por terra, água e direitos.
Nossa gratidão imensa ao humano gigante e educador único que foi Carlos Brandão! Sejamos dignos do seu legado! Agora, encantado, continue a zelar por nós e por nossa obra, a qual tanto inspirou!
➡️Em seu blog "A Partilha da Vida", é possível fazer o download de mais de 50 obras em PDF.
Por Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
Mais de 600 milhões de litros de agrotóxicos recaem sobre todas as vidas humanas anualmente no Brasil. Só em 2018, 73,5% destes agroquímicos consumidos no país foram aplicados no Cerrado (fonte: UFPR). Esses produtos são utilizados ostensivamente nas lavouras do país, via pulverização terrestre e aérea, impactando não somente o ar, as plantações, as águas, a terra e a biodiversidade, mas povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Essa conjuntura de devastação será a pauta da Audiência Pública sobre os “Impactos dos Agrotóxicos em povos e comunidades tradicionais do Cerrado”, que acontecerá no dia 1º de junho, às 10h, na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional, em Brasília (DF). A atividade será recebida pela Comissão de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável, sendo requerida pelo deputado Nilto Natto (PT-SP).
Durante a programação serão apresentados os resultados da pesquisa “Vivendo em territórios contaminados: Um dossiê sobre agrotóxicos nas águas do Cerrado”, implementada em sete territórios do Cerrado e que realizou análises toxicológicas ambientais sobre a qualidade das águas em comunidades dessas localidades.
A Audiência é fruto de uma mobilização de entidades e comunidades que atuam pela defesa das vidas no Cerrado, dentre elas estão a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na tarde desta sexta-feira, 26 de maio, ocorreu uma audiência entre as entidades que desenvolvem a Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, para debater o decreto que transfere a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo do ministério para o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As entidades divulgaram uma carta pública pela manutenção da Conatrae no Ministério dos Direitos Humanos (MDH). Confira a seguir!
Na data de ontem, 24 de maio de 2023, assistimos às manobras inescrupulosas nas duas casas legislativas federais do Brasil. No início da noite, a Comissão Mista responsável por analisar a Medida Provisória (MP) 1154 aprovou a retirada de competências fundamentais dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e dos Povos Indígenas (MPI). O relatório aprovado subtraiu do recém-criado MPI a atribuição da demarcação dos territórios indígenas e flexibilizou a segurança ambiental do bioma Mata Atlântica.
Em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), o bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM), presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), dom José Ionilton de Oliveira, chamou atenção para o Projeto de Lei (PL) nº 490/07, que transfere do Executivo para o Legislativo a competência para realizar as demarcações de terras indígenas. “É uma coisa quase inacreditável que se tenha que chegar ao Senado para definir uma realidade que não tem lógica”, destaca o bispo.
Na quinta-feira, 18 de maio, lideranças locais e membros da sociedade civil realizaram uma caminhada contra a prática do garimpo em Tapauá (AM). O ato público ocorreu em devido à presença de uma embarcação de garimpo no Rio Tapauá.