Por Incra
Serviço de georreferenciamento realizado no local. Foto: Incra/SC
Dom Pedro Casaldáliga é o nome do novo assentamento da reforma agrária criado pelo Incra em Santa Catarina. A Portaria nº 145, autorizando a implantação, foi publicada em 17 de agosto (quinta-feira), no Diário Oficial da União.
A área de 311 hectares está localizada no município de Major Vieira (SC), no Planalto Norte Catarinense. O imóvel está localizado na Gleba Toldo de Cima e foi repassado ao Incra pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para destinação à reforma agrária.
Em julho de 2023, foi elaborado o georreferenciamento e demarcado o projeto de parcelamento do assentamento pela equipe de Cartografia da regional catarinense, resultando em 32 lotes a serem disponibilizados a famílias de agricultores e mais dois lotes designados à área de reserva legal.
Como em todo processo de criação de assentamento da reforma agrária, as famílias a serem beneficiadas serão selecionadas através de edital público, a fim de verificar a adequação ao perfil socioeconômico exigido pelas normas vigentes.
Homenagem
O nome do assentamento é uma homenagem ao bispo espanhol Dom Pedro Casaldáliga, falecido em 2020. Foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
As ações integram a programação da 3ª Semana de Resistência Camponesa, realizada entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro de 2023, em Cuiabá (MT)
Ocupação da Justiça Federal - Cuiabá - MT / Foto: Coletivo de Comunicação da 3ª Semana
No início da manhã desta segunda-feira, 28, cerca de 350 camponesas e camponeses vindos de todas as regiões do estado de Mato Grosso ocuparam, simultaneamente, as sedes da Justiça Federal e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), situados no Centro Político Administrativo (CPA) de Cuiabá.
Na sede do Judiciário federal, o objetivo da ação é denunciar a paralisação da Política Pública de Reforma Agrária por meio de decisões em mandados de segurança do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), referentes à áreas pertencentes à União. A Gleba Mestre I, situada no município de Jaciara (MT), e a Fazenda Cinco Estrelas, em Novo Mundo (MT), são reféns de decisões liminares em dois mandados de segurança, o que impede o assentamento das famílias acampadas há mais de 15 anos,
No Incra, as famílias reivindicam a retomada das terras públicas da União no estado de Mato Grosso e a destinação delas para a Política Pública de Reforma Agrária; a disponibilização de recursos para garantir a estrutura dos assentamentos no estado; a viabilização de estrutura física da Superintendência Regional do Incra e o fortalecimento do Programa de Educação da Reforma Agrária (Pronera).
Outro caso que as famílias camponesas cobram do Incra é o indeferimento dos pedidos de regularização fundiária das áreas griladas nas glebas Gama, no município de Nova Guarita (MT), e Nhandú, em Mundo Novo (MT).
Ocupação Incra MT (Foto: Júlia Barbosa/CPT Nacional)
Terceira edição
A 3ª Semana da Resistência Camponesa tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a importância e a necessidade urgente de reforma agrária em Mato Grosso, além de denunciar casos de grilagem de terras públicas e de judicialização dos processos das famílias camponesas.
A organização da 3ª Semana é da Comissão Pastoral da Terra (CPT-MT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-MT), entidades diretamente ligadas à pauta da reforma agrária no estado. A iniciativa conta com o apoio do Fórum Popular Socioambiental de Mato Grosso (Formad), do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) e da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).
> Confira os detalhes da programação
> Acesse aqui imagens da ocupação e demais materiais de comunicação
Pautas de reivindicação da 3ª Semana de Resistência Camponesa para a Justiça Federal, TR1 e Superior Tribunal de Justiça (STJ):
TRF1:
TRF1 - Julgamento dos Mandados de Segurança:
Julgamento das Apelações:
TRF1: Julgamento das Apelações:
TRF1: Julgamento do Mandado de Segurança nº. 1012830-44.2022.4.01.0000 – TRF1 - Relatora Des. Maria do Carmo;
STJ: Julgamento do Pedido de Suspensão de Segurança – processo nº. 0048030-09.2023.3.00.0000 – Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura;
_______________
Mais informações:
Elvis Marques (assessoria de comunicação) 62 99113-8277; Kamila Picalho (Comissão Pastoral da Terra) 66 99662-2764; Devanir de Araújo (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) 65 99932-0803.
Acompanhe todas as informações e atualizações sobre a 3ª Semana de Resistência Camponesa nas redes sociais da @cptnacional, @formadmt e @movimentosemterra.
Por Rosiane Chicuta (CPT Rondônia),
com edição de Carlos Henrique Silva (Comunicação CPT Nacional)
Imagens: CPT Rondônia
Realizado por uma rede de diversos povos indígenas, quilombolas e extrativistas, o IV Encontro dos Povos e Comunidades Tradicionais de Rondônia movimentou a Comunidade Quilombola do Forte, município de Costa Marques, de 19 a 21 de agosto, com o tema: Território e Educação: o Grito de todos os Povos.
O encontro foi um verdadeiro chamado, um grito das comunidades tradicionais para se colocarem na frente da luta, pelo reconhecimento de seus direitos, pela denúncia das violações e injustiças, e pela cobrança da enorme dívida do poder público com estas populações.
O grito desses povos e comunidades tradicionais ecoou no Vale do Guaporé, pedindo por atenções básicas, de saúde, de educação, de ação social. Na mística de abertura do encontro, teve visitação a locais históricos do Forte, como a fornalha, onde um número incontável de negros e indígenas escravizados padeceu na construção. A reflexão sobre todo esse passado foi um momento de intensa emoção: pensar em nossos irmãos e irmãs, negros escravizados, indígenas escravizados que tanto sofreram para poder ter monumentos e construções que trazem status para aqueles que invadiram essas terras, essa nação.
Foi também um momento de intensa reflexão sobre o que os povos comunidades tradicionais podem fazer, enquanto pessoas preocupadas com o espaço onde vivem; enquanto seres humanos que buscam o Bem Viver, que é algo visto como não inatingível de forma nenhuma, portanto, algo que podemos alcançar na prática. É a partilha de tudo aquilo que Deus e a natureza nos oferecem, e que nós, seres humanos, povos tradicionais temos como sagrado, destacamos que o bem viver de verdade só acontece quando trabalhamos de forma coletiva, nós temos o básico para que a vida flua da melhor maneira possível.
Os povos e comunidades tradicionais de Rondônia gritam e continuarão gritando para serem vistos, porque conforme a fala da indígena Camila Puruborá: “Rondônia não é terra do agro, Rondônia não é território da monocultura, Rondônia é Terra dos povos e comunidades tradicionais, Rondônia é terra, território dos povos e comunidades tradicionais. Somos mais de 56 povos indígenas e 09 Comunidades Quilombolas, além das comunidades ribeirinhas extrativistas, que são espalhados por esse estado inteiro.”
Nós precisamos fazer ecoar esse grito de preocupação com o meio ambiente, de preocupação com os recursos hídricos, de preocupação com futuro que é agora. E gostaria também de relembrar a fala do José Amaral, indígena Cujubim, de dizer: “Quem pensa que os nossos governantes estão aí para serem bajulados, estão enganados. Nós somos os patrões deles, nós é que os colocamos onde eles então, nós precisamos cobrar e cobrar mesmo, porque eles têm obrigação de atender, eles não estão fazendo favor. E nós, enquanto moradores da região do Vale do Guaporé, vamos continuar fazendo ecoar a nossa voz, demonstrando a nossa preocupação com as ações do presente, lembrando as falhas do passado e traçando a partir de agora um futuro melhor. Um futuro onde as ações sejam de fato voltada para o Bem Viver dos povos e comunidades tradicionais.”
No segundo dia do Encontro, teve noite cultural. O rasqueado, dança tradicional quilombola, envolveu os participantes.
Assim, está sendo tecida uma rede de resistência e luta desde o ano de 2017, quando se iniciou o primeiro encontro na Comunidade Quilombola de Jesus. A rede se estendeu, realizando o segundo encontro na comunidade Quilombola de Santa Fé – Costa Marques, e o terceiro Encontro na Aldeia Aperoi – Seringueiras já sendo ampliado a todo estado de Rondônia. Estamos no quarto encontro da Rede dos Povos e Comunidades Tradicionais, realizada às Margens do Rio Guaporé., sendo três dias de diálogo e articulações visando garantir os direitos básicos ao acesso a seus territórios. Destacamos a questão das regularizações das áreas dos povos remanescentes, pois em Rondônia, dentre as 09 comunidades quilombolas, apenas 02 foram regularizadas.
E Encontro teve continuidade com debates e trabalhos em grupos: Rodas de conversas, trabalhando temas de interesse dos povos, sendo: Território e educação, saúde, mulheres, juventude e estratégias de fortalecimento da Rede.
Como marco histórico da rede dos povos, o Encontro foi finalizado com uma audiência pública, convocada pela dep. Estadual Cláudia de Jesus (PT), tendo participação de diversos órgãos públicos, que ouviram o grito dos povos na busca de solucionar os problemas que ameaçam e desamparam os povos.
Em carta, a Rede dos Povos do Estado de Rondônia denunciou e exigiu a URGENTE demarcação dos territórios dos parentes indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos, camponeses que ainda não tiveram este direito humano básico garantido. Também cobrou que tenham respeito aos territórios já demarcados, com garantia de segurança e integridades destes espaços sagrados de bem viver. A Rede responde ao intento de criar uma articulação ao estilo da Teia dos Povos do Maranhão e da Teia da Bahia, para unir forças entre indígenas, quilombolas, seringueiros e ribeirinhos do estado de Rondônia.
A obra denuncia a realidade cruel da escravidão em fazendas da Amazônia, acompanhando a trajetória de Pureza, a mãe brasileira que se tornou símbolo no combate ao Trabalho Escravo
Por Júlia Barbosa | Comunicação CPT Nacional
Fotos: Reprodução
Na noite de ontem (24), a atriz Dira Paes recebeu o Prêmio de "melhor atriz" por sua atuação como a protagonista do filme "Pureza", no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2023. A obra, produzida por Marcus Ligocki e dirigida por Renato Barbieri, denuncia a crueldade da escravidão em fazendas da Amazônia e é baseada na história de Pureza Lopes Loyola, uma mulher maranhense que, na busca incansável pelo filho desaparecido, se tornou símbolo da luta contra o trabalho escravo. Na época, a CPT auxiliou dona Pureza em sua luta.
"Pureza quebrou muitas barreiras, ela foi muito longe. Ela percorreu muito esse Brasil, foi para lugares aonde ninguém vai, aonde as pessoas não são tratadas como gente", afirmou a atriz durante seu emocionado discurso de agradecimento. Com a nova premiação, o filme já acumula 31 prêmios em 20 países.
Em 15 de junho deste ano, a própria Pureza Lopes recebeu, em Washington, EUA, o prêmio “Heróis no Combate ao Tráfico de Pessoas”, por sua trajetória implacável no combate ao trabalho escravo no Brasil, e se tornou a primeira brasileira a receber o prêmio desde sua criação, em 2004.
O reconhecimento da obra é de extrema importância devido à sua temática tragicamente atual: o trabalho escravo. De acordo com o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra, só no último ano, 2.516 pessoas foram resgatadas em condições de trabalho análogo à escravidão. Dessas, 2.218 (88%) foram encontradas no campo.
Em 2023, a CPT comemora os 26 anos de sua Campanha Permanente 'De Olho Aberto para Não Virar Escravo', proposta de mobilização contra o trabalho escravo, incentivando a vigilância, construindo ações integradas, apoiando a organização comunitária e a atuação em rede, reivindicando políticas públicas, não apenas para mitigar o problema, mas para identificar e erradicar as raízes do sistema escravocrata moderno, criando alternativas sustentáveis de vida digna.
Por Comunicação CPT Juazeiro/BA
No final da manhã da última quinta-feira (24), as comunidades da região de Angico dos Dias e Açu, em Campo Alegre de Lourdes (BA), ficaram indignadas com a ousadia de uma tentativa de grilagem em seu território tradicional. Ao realizar uma visita rotineira pela área de fundo de pasto, um grupo de integrantes da Associação local encontrou cerca de 15 homens trabalhando em uma construção, na colocação de postes de energia e em tratores, além da abertura de estradas e desmatamento da vegetação nativa.
Ao se aproximarem da obra e questionarem o que estava acontecendo no território das comunidades, os moradores locais identificaram José Dias Soares Neto, conhecido como Zé do Salvo, que disse ser o chefe da referida obra, representando uma empresa chamada Agropecuária Beretta. Desde 2014, as comunidades têm denunciado o Zé do Salvo pelo seu envolvimento nos processos de tentativas de grilagem de terras e ameaças às lideranças comunitárias.
Os integrantes da Associação de Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu foram surpreendidos também pela presença de cinco policiais militares do estado do Piauí, que queriam garantir a continuidade da obra irregular. Os policiais tentaram intimidar os trabalhadores rurais, ameaçando prendê-los. A postura dos servidores públicos só mudou após os moradores questionarem o que policiais do Piauí estavam fazendo no estado baiano e depois de muito insistir que eles é que eram os verdadeiros donos daquele território.
As comunidades de Angico dos Dias, Açu e do entorno ocupam tradicionalmente esse território há mais de 150 anos. As famílias vivem da criação de animais e da agricultura. Há quase 20 anos, a população vem sofrendo com os danos socioambientais provocados pela mineradora Galvani, que extrai fosfato no meio do território, e com diversas tentativas de grilagens de terras, que se intensificaram na última década.
Ao fundo, postes já instalados. Perfuração para colocação de postes.
Em relação ao episódio da última quinta (24), representantes da Associação de Fundo de Pasto registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Campo Alegre de Lourdes e pretendem acionar o Poder Judiciário para repelir o ato de turbação. Os materiais de construção continuam indevidamente na área das comunidades e o grileiro afirma que não vai parar a obra.
Fotos: Associação de Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu
Por Dom José Ionilton, Bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM) e atual Presidente Nacional da CPT
Artigo publicado originalmente no site cnbb.org.br
A Igreja Católica, em sua história de compromisso nos diversos territórios do Brasil, está se esforçando para acompanhar as comunidades ameaçadas ou vítimas de conflitos socioambientais. Merecem destaque, entre outros, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Conselho Pastoral de Pescadores (CPP), religiosos/as, cristãos leigos/as, paróquias e dioceses empenhados em defesa da vida ao lado das comunidades mais atingidas.
A CPT publica a cada ano o Caderno dos Conflitos no Campo. Em 2022, houve um crescimento elevado da violência contra as pessoas. Foram 553 ocorrências, que vitimaram 1.065 pessoas, 50% a mais do que o registrado em 2021. Isso resultou em 47 assassinatos por conflitos no campo. Os indígenas foram os alvos mais frequentes. Em 2022, 38% das pessoas assassinadas eram indígenas, seguidos por trabalhadores/as sem terra, com 19%, e também por ambientalistas, assentados e trabalhadores assalariados, com 7% cada grupo.
Frente a esta expansão da violência, um dos primeiros frutos concretos do Sínodo para a Amazônia (que é hoje a região mais atacada e disputada) foi a Campanha “A vida por um fio”, rede de entidades inspirada pela Igreja e ampliada a outros organismos e movimentos, voltada à autoproteção de lideranças e comunidades ameaçadas.
A violência no campo e contra a natureza só pode ser superada se houver transparência e acesso à informação sobre os grandes projetos que querem se impor nos territórios. Também precisa de participação pública, acesso à justiça sobre os assuntos ambientais e segurança para os defensores/as dos biomas e dos povos. Todos estes elementos são a base do Acordo de Escazú, o primeiro tratado ambiental de América Latina e Caribe, adotado internacionalmente na cidade de Escazú, Costa Rica, em 2018. O Brasil assinou o Acordo em setembro de 2018, mas até hoje não o ratificou, tornando-o vigente no País. Estamos muito atrasados, já que 18 dos 25 signatários já o ratificaram.
A ratificação do Acordo, que agora depende de uma aprovação do Congresso Nacional, é um passo importante para garantir políticas públicas de Estado, e não de governo, em defesa dos direitos socioambientais. Com o Acordo, se fortalece a participação social, o empoderamento da sociedade civil pelo acesso à informação, a segurança dos defensores/as ambientais.
“A gente não quer mais falar pelas nossas cicatrizes”, comentam as lideranças negras que reivindicam seus direitos. “Quando uma quilombola tomba, a gente se levanta”, declaravam as companheiras de Mãe Bernardete em visita a Brasília com ela, uma semana antes que esta liderança do quilombo Pitanga dos Palmares (BA) fosse assassinada em sua casa.
Por tudo isso, a Igreja apoia com força a ratificação do Acordo de Escazú e se empenha, junto a Movimento homônimo, para que o iter na Câmara seja rápido e eficaz: o grito da natureza e das comunidades ameaçadas o impõe! Naturalmente, só a ratificação não é suficiente: há muito para construir na legislação e nas decisões do poder executivo e judiciário, em defesa dos mais frágeis e da Mãe Terra. Além disso, precisará traduzir o Acordo num Plano Regional que garanta efetiva segurança a quem cuida dos biomas.
Papa Francisco, na encíclica Laudato Si’, já nos indica que o caminho para a proteção da vida nos territórios deve passar pelo protagonismo dos povos que os habitam:
“Para os povos indígenas, a terra não é um bem económico, mas dom gratuito de Deus e dos antepassados que nela descansam, um espaço sagrado com o qual precisam de interagir para manter a sua identidade e os seus valores.
Em várias partes do mundo, estes povos são objeto de pressões para que abandonem suas terras e as deixem livres para projetos extrativos e agropecuários que não prestam atenção à degradação da natureza e da cultura”.
“Os povos indígenas, quando permanecem nos seus territórios, são quem melhor os cuida”. (LS 146).
Há sinais de esperança e sementes que estão germinando, no continente latino-americano. No dia 20 de agosto, no Ecuador, dois referendos aprovaram o sim à vida nos territórios, para além do extrativismo predatório. Foi dito não à mineração na região do Chocó Andino e sim para deixar o petróleo de um setor do Parque do Yasuní debaixo do solo. O povo do Equador compreende que não há futuro se a prioridade continuar sendo o saque da natureza e das pessoas. Precisará ver se seus representantes políticos conseguirão traduzir este anseio em decisões concretas.
Também o Acordo de Escazú representa uma semente de esperança, que precisamos acompanhar e apoiar com decisão. Deus abençoe e acompanhe este processo!
Página 73 de 188