Por CPT Nacional, com informações da CPT/RS
Nos dias 20 e 21 de maio, mais de quarenta mulheres diocesanas se reuniram para participar do Encontro Estadual do Coletivo de Mulheres da Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul (CPT/RS). O Encontro foi realizado na Escola Alternativa da Juventude Rural - Escajur, em Passo Fundo/RS, e teve como tema central o “Autocuidado e a Organização do Coletivo de Mulheres da CPT”.
Por meio de místicas e rodas de conversa, o evento promoveu reflexões importantes a respeito da memória e do fortalecimento da luta de mulheres que são mártires por sua trajetória na defesa de direitos, como Roseli Nunes, Irmã Dorothy, Marielle Franco e Margarida Alves.
O Encontro contou, ainda, com o momento de estudo bíblico "Mulheres na Bíblia", com reflexões sobre violências e resistências. Além disso, elas também se aprofundaram no debate sobre a atuação feminina no trabalho, na política e em suas lutas históricas e cotidianas.
Por Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
Mais de 600 milhões de litros de agrotóxicos recaem sobre todas as vidas humanas anualmente no Brasil. Só em 2018, 73,5% destes agroquímicos consumidos no país foram aplicados no Cerrado (fonte: UFPR). Esses produtos são utilizados ostensivamente nas lavouras do país, via pulverização terrestre e aérea, impactando não somente o ar, as plantações, as águas, a terra e a biodiversidade, mas povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Essa conjuntura de devastação será a pauta da Audiência Pública sobre os “Impactos dos Agrotóxicos em povos e comunidades tradicionais do Cerrado”, que acontecerá no dia 1º de junho, às 10h, na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional, em Brasília (DF). A atividade será recebida pela Comissão de Meio Ambiente de Desenvolvimento Sustentável, sendo requerida pelo deputado Nilto Natto (PT-SP).
Durante a programação serão apresentados os resultados da pesquisa “Vivendo em territórios contaminados: Um dossiê sobre agrotóxicos nas águas do Cerrado”, implementada em sete territórios do Cerrado e que realizou análises toxicológicas ambientais sobre a qualidade das águas em comunidades dessas localidades.
A Audiência é fruto de uma mobilização de entidades e comunidades que atuam pela defesa das vidas no Cerrado, dentre elas estão a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Por Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
Iniciativa da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a publicação conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e será disponibilizada em formato digital no dia 30 de maio de 2023
O Brasil não é mais o país do futebol, como convencionou-se dizer. Em realidade, o nosso país pode ser considerado o campeão dos agrotóxicos, do veneno e da morte da sociobiodiversidade. Essa mudança aconteceu não somente pelos recentes fracassos da seleção brasileira nas últimas copas do mundo, mas por fatores como a liberação do estrondoso número de mais de 1.800 agrotóxicos nos últimos quatro anos (entre 2019 e 2022). E não para por aí.
Cerca de metade dos agroquímicos aprovados no Brasil não são autorizados para uso na Europa por oferecerem riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Hoje esses produtos, comumente combinados com a utilização de sementes transgênicas, são utilizados ostensivamente nas lavouras do país, via pulverização terrestre e aérea, impactando não somente o ar, as plantações, as águas, a terra e a biodiversidade, mas povos indígenas, camponeses, quilombolas e comunidades tradicionais.
Todos esses povos - que resistem em seus territórios há séculos - lutam para sobreviver em uma verdadeira guerra química promovida pelo agronegócio e pelos grandes latifúndios de monoculturas de produção de commodities para exportação. No Cerrado este cenário é ainda mais violento: mais de 70% dos agrotóxicos utilizados no país são consumidos na região, de acordo com o estudo “Ecocídio nos Cerrados: agronegócio, espoliação das águas e contaminação por agrotóxicos”, publicado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Vivendo em territórios contaminados
É com o olhar voltado para essa conjuntura que a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado lançará hoje, dia 30 de maio, a publicação “Vivendo em territórios contaminados: Um dossiê sobre agrotóxicos nas águas do Cerrado”. O material apresentará os resultados da “pesquisa-ação” implementada em sete territórios do Cerrado e que realizou análises toxicológicas ambientais sobre a qualidade das águas em comunidades dessas localidades.
Mariana Pontes, assessora da Campanha e uma das organizadoras da publicação, explica que o dossiê combina diferentes movimentos metodológicos. “Foram realizadas a revisão de literatura especializada sobre agrotóxicos e as análises laboratoriais, além da contribuição dos conhecimentos tradicionais das comunidades que estão, cotidianamente, enfrentando os impactos dos agrotóxicos que poluem às suas águas e envenenam os seus roçados”, explica.
Na maioria dos casos, as amostras de águas coletadas e analisadas pela pesquisa são oriundas de nascentes, córregos e rios que abastecem as comunidades, sendo utilizadas para a irrigação de plantações, consumo animal e, em algumas situações, também para o consumo humano. As comunidades que fizeram parte da pesquisa situam-se nos estados do Tocantins, Goiás, Maranhão, Piauí, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia, em regiões do Cerrado e de zonas de transição com a Amazônia e o Pantanal.
Os resultados apresentados no dossiê são alarmantes, aponta Mariana. “Mais de 10 tipos de agrotóxicos foram identificados nas análises de coleta de água, um dado que não nos surpreende, mas preocupa muito, uma vez que milhares de pessoas, das sete comunidades que participaram da construção da pesquisa, possuem suas vidas diretamente impactadas por estes produtos que são extremamente tóxicos para a saúde humana”, destaca a assessora.
O material é uma iniciativa da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa em campo contou com o apoio de agentes da CPT de Tocantins, Goiás, Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) no Mato Grosso e da Agência 10envolvimento, na Bahia.
A publicação será disponibilizada gratuitamente, em formato digital, no site da Campanha em Defesa do Cerrado a partir do dia 30 de maio.
Arte da capa do dossiê: Estúdio Massa
Povos e comunidades, notícia/Release
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) recebeu a denúncia de que, na última sexta-feira, 26, um grupo de trabalhadores rurais da área Terra Prometida, em Theobroma (RO), estava trabalhando em suas terras quando chegaram dez pistoleiros armados e começaram a atirar em todos. Os camponeses fugiram para a mata próxima e dispersaram-se. As informações iniciais eram que duas pessoas teriam sido baleadas.
Na tarde desta sexta-feira, 26 de maio, ocorreu uma audiência entre as entidades que desenvolvem a Campanha Nacional de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo e o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, para debater o decreto que transfere a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo do ministério para o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As entidades divulgaram uma carta pública pela manutenção da Conatrae no Ministério dos Direitos Humanos (MDH). Confira a seguir!
Grupo estadual em defesa da reforma agrária e da democracia brasileira foi estabelecido durante o evento
Na quinta-feira, 25, o relatório Conflitos no Campo Brasil 2022 foi lançado em Maceió (AL). A atividade, ao reunir diferentes movimentos, organizações sociais e instituições, mostrou uma das razões de Alagoas, um dos menores estados do país, estar entre aqueles que mais tiveram manifestações no ano passado: a possibilidade de realizar ações unificadas.
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