O filme “ARAGUAIA” e a Agenda Latino Americano Mundial 2016 serão lançados amanhã, 13 de agosto, a partir das 21 horas, no Festival Internacional de Cinema Ambiental na Cidade de Goiás – GO, o FICA. Haverá um debate com a presença do economista Guilherme Delgado e do frei dominicano, José Fernandes Alves.
(Comissão Dominicana de Justiça e Paz e Essá Filmes)
A Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, o GWATÁ: Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo - UEG e a ESSÁ Filmes convidam a todos e todas para participarem dos lançamentos:
Filme: “ARAGUAIA”
Sinopse: A Guerrilha do Araguaia foi uma parcela na longa cadeia das lutas populares do Brasil, como por exemplo, a Cabanagem, Guararapes, Canudos, Contestado, Revolta da Chibata e Quilombo dos Palmares. Foi um movimento rural armado cujo combate mobilizou o maior número de tropas brasileiras desde a II Guerra Mundial, que ocorreu entre 1966 a 1975 no Sul do Pará, numa batalha desigual entre combatentes revolucionários do PC do B e camponeses, contra as forças de repressão do regime civil militar imposto ao país com o golpe de 1964. Foi uma luta pela liberdade e pela democracia em nosso país, que desde então sua luta permanece contra o esquecimento e a falta de justiça por aqueles que as sequelas acompanham até os dias atuais. 38 minutos.
Agenda Latino Americano Mundial 2016
Debatedores:
Guilherme Costa Delgado
Frei José Fernandes Alves, OP.
Dia: 13 de agosto de 2015 – 5ª feira.
Horário: 21 horas
Local: Cinemão
Cidade de Goiás, na programação oficial do FICA 2015.
Outros lançamentos de filmes sobre a luta pela terra na Mostra UEG – FICA
Cinemão - Dia 14/08/2015 (Sexta-feira) – 09:00
Filme: Acampamento Dom Tomás Balduino (24 minutos) - Ao amanhecer do dia 31 de agosto de 2014, aproximadamente três mil famílias, ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam uma das 90 fazendas que compõem o grande latifúndio representado pela Agropecuária Santa Mônica, de propriedade do Senador Eunício Oliveira (PMDB), consolidando o Acampamento Dom Tomás Balduino. As famílias acampadas produziram alimentos em quantidade e qualidade, tendo como base as práticas de cooperação e a agroecologia. Em 04 de março de 2015, após acordo com o Governo Federal, estabelecido em vários compromissos, as famílias deixaram a área ocupada, fortalecendo-se, contudo, como grupo na luta pela Reforma Agrária Popular.
Direção/roteiro/trilha/montagem
DAGMAR TALGA
Edição/arte gráfica
JANIEL DIVINO DE SOUZA
Imagens
MURILO MENDONÇA OLIVEIRA DE SOUZA
JANIEL DIVINO DE SOUZA
DAGMAR TALGA
GLEIDA GUTIELLE DA SILVA MELO
RAFAELA OLIVEIRA DE SOUZA
REBECA TALGA BESSA
Produção
MURILO MENDONÇA OLIVEIRA DE SOUZA
JANIEL DIVINO DE SOUZA
DAGMAR TALGA
RAFAELA OLIVEIRA DE SOUZA
OP. JOSÉ FERNANDES ALVES
JAQUELINE VILAS BOAS TALGA
TIAGO CAMARINHA LOPES
EUZAMARA DE CARVALHO
ROBERTA CAIADO DE CASTRO OLIVEIRA
ERIKA MACEDO MOREIRA
Produção executiva
GWATÁ – Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo – UEG
Pós-graduação Direitos Sociais do Campo – UFG
Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil
CONTATO: comiteacampamentodomtomas@gmail.com
Filme: Vala do Rio do Peixe (22 minutos) - O filme discute a resistência dos camponeses da Vala do Rio do Peixe, no município de Santa Cruz de Goiás - GO, que vivem há mais de 30 anos na região e, nos últimos anos têm sido ameaçados de expropriação pelo Grupo Roma empreendimentos e Turismo Ltda. de Caldas Novas, de propriedade da atual Deputada Federal (PR – GO) Magda Mofatto Hon. Em formato de documentário, são apresentadas as histórias das famílias e a luta política e jurídica para manutenção de seu território e seu modo de vida.
Direção/Trilha/Roteiro/Montagem
Dagmar Talga
Edição/Arte Gráfica
Janiel Divino de Souza
Imagens/Pesquisa
Dagmar Talga
Murilo Mendonça Oliveira de Souza
Produção
Comissão Pastoral da Terra Regional Goiás – CPT
Murilo Mendonça Oliveira de Souza
Dagmar Talga
Janiel Divino de Souza
Cleuton César Ripol de Freitas
Cléber Adriano Rodrigues Folgado
Ranielle Caroline de Souza
Edson Francisco de Mello
O Papa Francisco criticou a destruição de florestas para a produção de soja e pediu que se cuide da natureza em todo o mundo. “Dói minha alma quando há desmatamento para plantar a soja”, disse. Confira a matéria:
O workshop, realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), terá vários grupos de trabalho. Entre eles o GT Conflitos pela água, coordenado por Isolete Wichinieski, representando a Comissão Pastoral da Terra – CPT em Goiás.
(UFG)
A expansão canavieira traz consigo inúmeros efeitos socioambientais, destacando-se: o elevado consumo de água durante o processo produtivo (da produção ao beneficiamento); a desterritorialização camponesa; as queimadas (ainda existentes); precariedade e precarização do trabalho; ondas migratórias; intensificação do uso de drogas; conflitos sociais; uso de agrotóxicos etc.
Desde 2013, o LABOTER (Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais) da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem se preocupado em investigar os efeitos socioambientais do avanço da agroindústria canavieira em Goiás, tendo feito o I Workshop de Expansão da Agroindústria Canavieira, em dezembro daquele ano, com a participação de pesquisadores nacionais e internacionais, o Ministério Público do Estado de Goiás, movimentos sociais etc. Tais atividades culminaram numa aproximação teórico-metodológica e em parcerias que deram origem a um Acordo de Cooperação entre a Universidade Federal de Goiás e a Universidade de Strathclyde – Glasgow/Escócia, em 2014.
Em outubro de 2014 foi realizado o II Workshop de Expansão da Agroindústria Canavieira envolvendo pesquisadores nacionais e internacionais, representantes de instituições públicas, movimentos sociais e sindicatos dos trabalhadores do setor canavieiro. Nesse mesmo ano foi criado no âmbito do LABOTER o Núcleo de Pesquisas e Estudos Trabalho, Território e Políticas Públicas (TRAPPU), visando verticalizar as pesquisas e ações no âmbito das dinâmicas que envolvem o espaço agrário goiano.
Nesse sentido, o LABOTER/TRAPPU decidiu realizar nesse mês de agosto, de 10 a 13 de agosto, o III Workshop Sobre a Agroindústria Canavieira em Goiás: Efeitos Socioambientais e (Re)Existências.
O III Workshop Sobre a Agroindústria Canavieira tem por objetivo geral promover uma discussão interdisciplinar estruturada sobre a expansão canavieira em Goiás, em especial, no Sul Goiano.
O III Workshop Sobre a Agroindústria Canavieira está dividido em dois momentos: primeiro momento (dias 10 e 11 de agosto de 2015) no Instituto de Estudos Socioambientais, da Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG); segundo momento (dias 12 e 13 de agosto de 2015) no município de Quirinópolis/GO.
No dia 10/08/2015, a partir das 08h00, teremos a Conferência “Precarização do Trabalho na Contemporaneidade”, com participação do Prof. Dr. Brian Garvey – Universidade de Strathclyde/Escócia (Conferencista), Prof. Dr. Paul Stewart – Universidade de Strathclyde/Escócia (Conferencista) e o Prof. Dr. Adriano Rodrigues de Oliveira – Universidade Federal de Goiás (Moderador).
Após a Conferência os(as) participantes formarão Grupos de Trabalho (GT) com o objetivo de debater e construir propostas para suas respectivas temáticas. Serão três Grupos de Trabalho (GT) que tem por centralidade os temas: “Precarização do Trabalho; Luta Pela Terra; Conflitos pela água”. Cada GT será coordenado por uma pessoa indicada pela Comissão Organizadora.
Cada coordenador de GT fará uma exposição acerca do tema, buscando correlacionar com a expansão canavieira, bem como deverá apresentar elementos que possa estimular a reflexão. Ao final será responsável por apresentar um Relatório do GT.
Nesta segunda-feira (10), no Instituto de Estudos Socioambientais (IESA/UFG) – Campus Samambaia da UFG, entre as 09h45 e as 12h00, terá o GT Conflitos pela água, coordenado por Isolete Wichinieski, representando a Comissão Pastoral da Terra – CPT em Goiás.
Massacre ou batalha? A história mal contada de um dos piores conflitos agrários do Brasil pós-ditadura ganha uma nova chance de se conciliar com a realidade em “Corumbiara, caso enterrado”.
(Editora Elefante)
“Esta história começa com uma certeza. E termina com muitas dúvidas.” A frase que abre Corumbiara, caso enterrado é um convite ao leitor para deixar para trás preconceitos e verdades absolutas. O livro-reportagem, lançamento da Editora Elefante, propõe-se a passar a limpo a narrativa sobre o chamado “massacre de Corumbiara”, episódio prestes a completar vinte anos, ainda com muitas dúvidas e questões em aberto.
Em julho de 1995, famílias do sul de Rondônia em busca de terras ocuparam a fazenda Santa Elina, em Corumbiara, um gigante de 18 mil hectares. No cumprimento do mandado de reintegração de posse, ocorreu um conflito que deixou doze mortos. Cinco anos mais tarde, três policiais e dois sem-terra foram condenados. Esse resumo pode ser encontrado em qualquer reportagem sobre os fatos.
O essencial de “Corumbiara, caso enterrado” é cavocar além das aparências, dos números, da superfície. O jornalista João Peres, autor do livro, entrevista sem-terra, policiais, políticos, advogados, integrantes de movimentos sociais, promotores e juiz. Revisa processos e documentos. Promove o cruzamento de dados para tentar oferecer ao leitor um conjunto que permita formar a própria opinião. Busca romper a dicotomia empobrecedora que tenta a tudo enquadrar: bons e maus, amigos e inimigos.
Fruto de três anos de trabalho, a história cruzou o caminho de Peres com uma entrevista misteriosa e tensa realizada em 2011: um sem-terra condenado pelo caso, que se recusa a cumprir a pena por considerá-la injusta. De lá para cá, foram idas e vindas por Rondônia, com dezenas de entrevistas que acabaram forçando o jornalista a se livrar de seus preconceitos, convite que agora estende aos leitores. A questão central do livro reside em entender como inúmeros fatores se cruzaram até redundar na tragédia de 1995 e, dali por diante, numa investigação inconclusa, num contestado julgamento, em comportamentos estranhos.
Rondônia, famosa pela ferrovia Madeira-Mamoré e por integrar a mítica da Amazônica idílica, começa a se transformar no que é hoje durante a ditadura. Sem o convite do regime para que pobres e latifundiários se encontrassem em uma terra de baixa presença institucional, os fatos da Santa Elina jamais teriam ocorrido.
Um dos personagens mais obscuros da trama também é fruto do governo militar, de quem ganhou 43 mil hectares, equivalente a um quarto da cidade de São Paulo. Motivo de operações de combate ao trabalho escravo desde a década de 1980, suspeito de presentear um policial envolvido no comando da operação de reintegração de posse em Corumbiara, vai ganhando contornos assustadores ao longo do livro.
À margem dele, diferentes grupos políticos e ideológicos entraram em disputa ferrenha pelo significado dos fatos ocorridos em 1995. Batalha ou massacre? A contenda pela herança da Santa Elina não é uma mera oposição entre sem-terra e policial. Um embate que ainda está em aberto. Como estão em aberto muitas das versões da história. O silêncio do governador à época dos fatos, a resposta do Brasil a uma cobrança internacional por um novo julgamento e a indenização às vítimas de violência são três de várias passagens que o livro busca explicar.
Os motivos para o caso ter ficado praticamente esquecido nos últimos anos também são abordados. “Corumbiara, caso enterrado” é uma nova chance para resgatar a história de uma página importante do Brasil pós-ditadura. E entender por que ela é tão atual.
Ficha técnica
Corumbiara, caso enterrado
Autor: João Peres
Fotos: Gerardo Lazzari
Preço: R$ 30
Editora: Elefante
Páginas: 304
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Sobre o autor
João Peres é jornalista com experiência em reportagem, chefia e edição em alguns dos principais meios de comunicação do país. Cobriu eleições, consultas populares e momentos de crise no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na Colômbia e na Bolívia. No interior do país, fez reportagens sobre direitos humanos, agricultura, agrotóxicos e relações de trabalho. Em 2010, recebeu menção honrosa no Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, promovido pela OAB-RS, pelas reportagens sobre o trabalho de dom Paulo Evaristo Arns contra a ditadura.
A pesquisa das organizações Via Campesina e Grain mostra como as corporações avançam para controlar um insumo básico da produção de alimentos. Confira a reportagem:
Egydio Schwade, um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Operação Anchieta (Opan), foi homenageado no dia 07 de julho último pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, que lhe outorgou o título de cidadão amazonense.
(CIMI)
A iniciativa da homenagem partiu do deputado José Ricardo Wendling, do PT.
O gesto fortalece uma perspectiva de Amazônia construída a partir dos povos e comunidades que nela vivem historicamente e que fizeram dela o seu lar, cuidando para que ela pudesse prover sua segurança e a segurança das gerações futuras.
Egydio começou a interagir com a Amazônia e com os seus povos num momento em que ambos estavam sendo dizimados, tendo seus territórios rasgados por estradas, invadidos e saqueados e sendo sistematicamente desqualificados e discriminados nas suas formas de ser e agir. Estava convencido que na experiência milenar destes povos encontravam-se princípios a serem seguidos para assegurar o futuro.
Como Secretário Nacional do Cimi, na década de 1970, andou por diversas regiões da Amazônia, levantando informações e denunciando as violências praticadas contra os povos indígenas, no contexto do Plano de Integração Nacional da ditadura militar.
A presença de Egydio na Amazônia e o seu olhar sobre a região é marcado pela convicção de que a causa dos povos que aqui vivem vale a pena. Muito diferente do olhar de muitos que chegam na Amazônia e a veem como se ela fosse um estoque de riquezas a ser saqueado ou então uma oportunidade de grandes negócios, perspectiva esta que infelizmente orienta, ainda hoje, muitas políticas governamentais.
Quando em 1980 resolveu fixar residência na Amazônia, escolheu juntamente com sua esposa Doroty, já falecida, (outra bonita história de compromisso com a vida) a região do território histórico do povo indígena Waimiri Atroari, primeiro em Itacoatiara e posteriormente em Presidente Figueiredo, no Amazonas. Era uma região que havia sido tomada de assalto por forasteiros, apoiados pela ditadura militar, que massacraram o povo Waimiri Atroari, destinaram suas terras para a Mineração Paranapanema, para a construção da hidrelétrica de Balbina e distribuíram uma parte das mesmas para “empresários paulistas”. Para facilitar o esbulho, atravessaram-nas com a rodovia BR 174. Chamaram isso de desenvolvimento.
Pode-se por isso dizer que Egydio veio para o Amazonas para lutar contra o desenvolvimento calcado na destruição das experiências milenares de convivência humana harmônica com a natureza. Todas as suas iniciativas foram tomadas para reforçar outra perspectiva de futuro para a Amazônia, na qual necessariamente os povos indígenas teriam um papel fundamental.
Daí se explica o seu empenho, ainda como secretário executivo do Cimi, para a realização das primeiras Assembleias Indígenas interpovos, que possibilitaram a articulação política desses povos na defesa de seus direitos; a convivência dele e da sua família com o povo Waimiri Atroari e o processo de alfabetização ali iniciado, enquanto estratégias de fortalecimento do protagonismo daquele povo na reação ao processo violento de ocupação de suas terras; a criação do Marewa (Movimento de Apoio a Resistência Waimiri Atroari) juntando forças, no apoio aos Waimiri Atroari, e na luta de resistência ao modelo de exploração e depredação; a construção da Casa da Cultura do Urubui e o envolvimento no Comitê pela Verdade e Justiça do Amazonas, para fazer a memória permanente de uma história incômoda para a elite econômica e política que ainda hoje teima em seguir por este caminho.
A prática em favor da vida de Egydio e de sua família, no entanto, não param nessas contribuições. Uma perspectiva de Amazônia diferente da lógica do desenvolvimento, que certamente tem muito a ver com o aprendizado com os povos indígenas, é facilmente percebida por aqueles/as que tiveram oportunidade de visitá-los em Presidente Figueiredo. Os sinais são visíveis em toda parte, nas relações humanas, na acolhida, na agricultura tropical que praticam, enriquecendo a biodiversidade em vez de destruí-la, na abundância e variedade de alimentos, na solidariedade e compromisso com as causas populares.
Egydio, nascido em Feliz/RS, completou 80 anos de vida no dia em que o recebeu o título de Cidadão do Amazonas. Muito mais do que um cidadão do Amazonas, é uma personalidade dos povos do mundo.