Juiz suspende despejo de mais de 140 famílias da terra em que vivem e trabalham, há 20 anos, em Goiás. O despejo das famílias que ocupam a fazenda Monjolo, uma massa insolvente, em Turvânia, Goiás, seria no final do mês de março. Confira o documento na íntegra:
Na quarta-feira (03/03), o ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu uma liminar que pedia a reintegração de posse da área ocupada por 100 famílias do Acampamento Boa Esperança, no município de Novo Mundo (MT). A área teria sido invadida pelos herdeiros do dono da Fazenda Araúna, Marcello Bassan, médico e fazendeiro que morreu em 2007. Campbell Marques aponta na decisão que “o eventual restabelecimento da liminar na ação de reintegração de posse agravará o quadro social do local da controvérsia, marcado por conflitos de natureza fundiária – ademais da exposição dos envolvidos ao risco de contágio pela Covid-19”.
Sob a coordenação do Ministério Público Federal (MPF) e com a participação de outros sete órgãos e entidades, foi deflagrada na terça-feira (2) a Operação Avarum, no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Anapu I, mais conhecido como PDS Esperança, no município de Anapu (PA). O objetivo da operação foi apurar e combater a ocupação irregular de terrenos e o desmatamento ilegal na região. A operação resultou na apreensão de armas de fogo, de motosserra e de veículo, em autuações por desmatamento, em laudos de ocupações irregulares, na inutilização de madeira ilegal encontrada e no levantamento de informações estratégicas para trabalhos futuros. O assentamento, conhecido por histórico de violência, ficou marcado pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em 2005, motivado por conflitos fundiários com terceiros que teriam suas áreas afetadas pela criação do PDS.
Após tentativa falha de despejo nesta última segunda-feira, empresário que se diz dono das terras em que famílias vivem há gerações ameaçou retornar à área hoje (2).
Via CPT-NE 2
O Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT) e a Comissão Pastoral da Terra no Mato Grosso (CPT/MT) vem denunciar e cobrar providências quanto à situação de despejo das mais de 200 famílias na Gleba Xavantinho, situada no município de Porto Alegre do Norte, região do Araguaia (MT). São mais de 650 pessoas, sendo 100 crianças e 50 idosos, que já foram notificadas para deixarem suas casas e tudo mais que construíram em uma vida de trabalho. A disputa se dá por uma área de 50.973 hectares, entre as margens esquerda do Rio Xavantinho e a margem direita do Rio Tapirapé. A área, além de incidir sobre terras das famílias camponesas, que nela vivem e trabalham há 40 anos, incide também sobre área da Reserva Indígena Krenrehé. Confira a Nota Pública: