O seminário “Povos do Tapajós Construindo Resistência em defesa da Amazônia”, realizado em Itaituba, no sudoeste do Pará, entre os dias 09 e 11 de dezembro, contou com a participação de pelo menos 115 lideranças dos povos do Tapajós: ribeirinhos, agricultores e agricultoras, quilombolas e indígenas de diversas comunidades do território da 163 Médio Tapajós, dos municípios de Rurópolis, Itaituba, Trairão, Novo Progresso e Santarém.
Atlas de Conflitos Socioterritoriais na Pan Amazônia reúne dados de conflitos no campo de Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru
A Articulação das CPT’s da Amazônia denuncia, por meio de nota, a ameaça aos biomas da Amazônia e do Pantanal contida no Decreto 10.084, assinado no dia 05 de novembro. A decisão - que passa a permitir o cultivo de cana-de-açúcar para produção de etanol nos dois biomas - é apontada como mais uma das causas de aumento da grilagem de terras e das queimadas registradas no ano de 2019. A liberação do cultivo da cana-de-açúcar representa mais violência, morte e destruição para os povos e biomas atingidos e também deve contribuir com a redução das chuvas fornecidas por meio dos rios voadores, responsáveis por carregar umidade da Bacia Amazônica para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. A Articulação é um projeto da CPT que reúne nove regionais presentes na Amazônia Legal.
“É preciso ter uma igreja encarnada na vida do povo, que dialogue, ouça e sinta a dor e o clamor de seus povos, para depois agir”. Essas frases acima refletem algumas das expectativas, pós Sínodo para a Amazônia, de Darlene Braga, coordenadora da Articulação das CPT’s da Amazônia e agente da Comissão Pastoral da Terra no estado do Acre. Ela, assim como diversos outros e outras agentes de pastoral, participou do processo de escuta do povo em preparação para a assembleia sinodal, que ocorre entre os dias 6 e 27 deste mês de outubro. E em breve ela segue para a Itália, a convite da entidade francesa de cooperação, CCFD-Terre Solidaire, onde participará de diversas atividades, e poderá relatar aos participantes como é a vida na Amazônia, seus desafios e alegrias, e como foi esse rico processo de escuta das comunidades. Confira o artigo:
Iniciativa surgiu durante o Fórum Social Pan-Amazônico, no Peru. De lá para cá, a Articulação das CPT’s da Amazônia, em conjunto com organizações dos outros três países amazônicos, iniciaram um processo de discussão e construção de acordos e protocolos para a publicação.
A Articulação das CPT’s da Amazônia brasileira, representada pelos nove estados que formam a Amazônia Legal, vem denunciando faz algum tempo o contínuo ataque à floresta amazônica e às suas populações tradicionais. O avanço voraz de ilegalidade sempre procurou encontrar meios e apoio para garantir sua ferocidade. No Brasil, a Amazônia sempre foi alvo de cobiça, devido sua condição natural de estoque de bens naturais. O uso destes bens de forma sustentável parece muito lento para aqueles que ignoram os benefícios que tal bioma proporciona para todo o planeta. Assim, para continuar a saga de expansão e destruição, não hesitam em matar e desmatar na Amazônia.