Ruas de Brasília foram ocupadas por milhares de mulheres camponesas, sem terras, quilombolas, pescadoras e ribeirinhas, unindo-se às indígenas que participavam da I Marcha das Mulheres Indígenas
A tarde de terça-feira (13/08), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, foi movimentada pelo acampamento de mulheres que vieram para Brasília de diferentes lugares de todo Brasil. Elas se preparavam para a Marcha das Margaridas que aconteceu na manhã de ontem (14/08). A programação estava recheada de atividades que variaram de oficinas, painéis temáticos e atividades culturais até a Mostra dos Sabores e Saberes das Margaridas, uma feirinha que, como o nome diz, proporcionou diversas experiências para quem parou para dar uma olhada.
Abertura da Marcha das Margaridas trouxe críticas ao governo federal e mensagens de esperança na construção de um novo país a partir de um olhar feminino.
Durante Marcha das Mulheres Indígenas, a sede da Secretaria Especial de Saúde Indígena, em Brasília, foi ocupada em defesa do fortalecimento do órgão e da exoneração da coordenadora Sílvia Nobre Waiãpi. As indígenas divulgaram, na ocasião, um manifesto contra o desmonte do subsistema de atendimento diferenciado à saúde. No documento, elas denunciam a tentativa do governo Bolsonaro de “abrir a atenção primária como mercado para o setor privado”. No fim da tarde dessa segunda-feira (12), um grupo de indígenas foi recebida pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia. Elas alertaram para a urgência da demarcação e proteção das terras indígenas, conforme garante a Constituição Federal.
Agricultoras, marisqueiras, trabalhadoras rurais, indígenas e quilombolas de todo o país se mobilizam para defender políticas públicas e direitos sociais em Brasília, nos dias 13 e 14 de agosto. Nos 36 anos do martírio de Margarida Alves, milhares de mulheres vão inundar Brasília.
A audiência na Câmara reforçou a luta contra a mineração em Terras Indígenas, projeto defendido pelo atual governo. A Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas divulgou Nota Pública, durante a atividade, exigindo a retomada das demarcações de territórios indígenas e posicionando-se, assim como as várias etnias espalhadas pelo país e grande parte da população, contra a liberação de ação mineraria nos territórios tradicionais. Já a atividade no Senado lembrou o Dia Internacional dos Povos Indígenas e a importância da realização da I Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, que foi aberta hoje em Brasília e segue até o dia 14.