Mais uma vez o Estado usou toda a violência e todo o tipo de humilhação e destruição contra famílias acampadas na fazenda Jabuticaba no município de São Joaquim do Monte, Agreste de Pernambuco. A ação aconteceu no dia 30 de janeiro, durante um processo de reintegração de posse promovido pela polícia militar a serviço do latifúndio.
Essa notícia pode se confundir com tantas outras. Isso porque o procedimento se repete incansavelmente. Reintegração de posse emitida pela 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados (MS) há três meses ordena o despejo das comunidades tradicionais Pindoroki, Nhamõe Guavyray e Guapoy Guasu, dos povos Guarani e Kaiowá. Decreto de Morte, como nomeia uma carta divulgada pelos indígenas, autoriza despejo de retomadas Guarani e Kaiowá próximo a tekoha onde ocorreu o Massacre de Caarapó.
Famílias que viviam nas chamadas “terras livres” de Minas Gerais lutam para retomar áreas que foram judicialmente apropriadas por fazendas em práticas das elites locais desde a república nas décadas de 1920 e 1930, como mostra pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).
Cerca de 800 famílias que vivem em seis acampamentos na região de Barra de Cunhaú, em Canguaretama – RN, foram despejadas e tiveram suas moradias destruídas e queimadas.
A Comissão Pastoral da Terra na Bahia (CPT-BA) manifesta seu pesar e indignação com a notícia do assassinato cruel de Márcio Oliveira Matos, 33 anos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e morador há mais de dez anos do Assentamento Boa Sorte, no município de Iramaia, região da Chapada Diamantina, na Bahia. A Pastoral também se solidariza com os camponeses e camponesas e todas as lideranças do MST e, ao mesmo tempo, repudia toda essa violência que se alastra no campo brasileiro.
O indígena Raimundo Saw Munduruku foi baleado na tarde do último domingo, 21, no ramal que corta a Terra Indígena Praia do Mangue, em Itaituba (PA). O suspeito de atirar é um policial militar à paisana que fugiu sem pagar o pedágio realizado como ação de defesa pelos Munduruku, para refrear a passagem descontrolada de estranhos no território.