Em sua terceira edição, a UFBA pretende ampliar o debate, junto aos estudantes, sobre os elementos que historicamente apontam a Reforma Agrária como projeto de vida para o campo brasileiro.
(Coletivo de Comunicação do MST na Bahia/Página do MST)
Em memória e denúncia ao massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Pará, a Universidade Federal da Bahia (UFBA), em parceria com professores e coletivos estudantis, realiza entre os dias 06 e 29 de abril, a III Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária.
As atividades ocorrerão nos diversos campus da Universidade, espalhados pela capital baiana, e tem o objetivo de inserir a pauta da Reforma Agrária no espaço acadêmico, além de ampliar as possibilidades de debates e discussões em torno do tema, a coordenação do evento aponta a necessidade de fazer um abril vermelho dentro da UFBA.
Esse ano a jornada traz como tema central “A violência do campo no Brasil: 20 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás – As castanheiras lembram e você?".
Durante o evento, serão realizadas mesas redondas, espaços de discussão, rodas de diálogo, oficinas, exibição de filmes e uma grande feira da reforma agrária.
Temáticas que atravessam a questão agrária no Brasil e que mobilizam grandes segmentos da universidade de vários campos, serão a base de diversos debates.
Além disso, temas acerca da violência do campo, produção de alimentos, o fechamento das escolas do campo, as políticas públicas e habitação, também terão destaque.
Ao final da jornada será realizada uma conferência de encerramento sobre a relação construída com a Reforma Agrária nos 70 anos da UFBA.
Jornada
Esta experiência surgiu de uma demanda do MST, que em reunião com professores e sujeitos de algumas universidades do país construíram nas universidades a Jornada em Defesa da Reforma Agrária no mês de abril.
No mesmo ano, a Jornada aconteceu em mais de 30 universidades brasileiras.
Em sua terceira edição, a UFBA pretende ampliar o debate e aprofundar, junto aos estudantes, os elementos que historicamente apontam a Reforma Agrária como projeto de vida para o campo brasileiro.
Confira Nota Pública de diversas organizações e entidades sociais do Pará contra a exoneração do superintendente do Incra de Santarém.
Nós, organizações da sociedade civil na Região do Tapajós e Baixo Amazonas, que atuamos em defesa da democracia, manifestamos nesse momento nosso irrestrito apoio à gestão de Claudinei Chalito, no Incra-SR 30.
Gestão que recebeu uma Superintendência Regional sucateada, desmoralizada e descomprometida com a política fundiária na região oeste do Pará. Lembremos que Chalito assumiu a gestão após a prisão do ex-superintendente o Sr. Barcelar Guerreiro Júnior, em 24 de agosto de 2015, através da Operação Madeira Limpa da Polícia Federal para desmantelar uma quadrilha de exploração ilegal de madeira.
Claudinei Chalito ao entrar no INCRA- SR 30 encontrou as mais difíceis demandas desse órgão, porém, optou pelo diálogo honesto com as Associações e Sindicatos representantes dos trabalhadores e trabalhadoras, e por uma política fundiária que de fato beneficiasse a agricultura familiar.
Seu compromisso foi concretizado em suas visitas aos assentamentos, nas ações diárias de sua equipe e na instalação da Ouvidoria Agrária Regional, demanda nunca cumprida na gestão anterior.
A notícia dada no dia 30 de março de 2016, de que Claudinei Chalito foi exonerado da função de Superintendente do INCRA em Santarém é entristecedora e alarmante. Não podemos ter retrocessos na política de reforma agrária, restando à agricultura familiar apenas os prejuízos da ausência de políticas públicas para o povo do campo.
Por isso, apoiamos a permanência da atual gestão do Incra SR-30 sob a coordenação do Sr. Claudinei Chalito, para que possa consolidar as ações planejadas, e, assim, podermos então, avançar na reforma agrária.
Assinam:
Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade Santa Inez, PA Cristalino II, Aveiro
ACPMP- Associação Comunitária de Pescadores e Moradores de Pimental, Trairão
Associação Nova Vida do PDS Nelso de Oliveira, Novo Progresso
Associação Sol Nascente do PDS Terra Nossa, Novo Progresso
Associação de Mulheres da Trabalhadoras da Produção Familiar Sustentável da BR 163, Novo Progresso
Associação dos Apicultores e Meliponicultores de Novo Progresso
Associação da Agricultura Familiar do PA Santa Julia, Novo Progresso
Associação Cristo Redentor (PA Nova Fronteira), Novo Progresso
Associação Comunitária Nova Veneza, Novo Progresso
ASA- Associação do Assentamento Serra Azul
AMA II- Associação das Mulheres do Areia II, PA Areia, Trairão
Associação dos Moradores Arco- Íris- PA Ypiranga
Associação Comunitária Baixão Bonito- Vicinal da 15- PA Ypiranga
Associação Comunitária dos Pequenos e Médios Agricultores do Itapacurá Grande, PA Ypiranga
AMBJ- Associação dos Moradores de Bom Jesus, PA Rio Bonito, Trairão
ACMJ- Associação Comunitária Menino Jesus, PA Rio Cigano, Trairão
ACVBD-Associação Comunitária da Vicinal dos Baianos Buscando Desenvolvimento- PA Campo Verde, Rurópolis
Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Santarém
AAVV- Associação dos Agricultores do Vale Verde, PA Campo Verde, Rurópolis
Associação dos Moradores de Campo verde km 30 - AMC KM 30 CAMPO VERDE, Itaituba
Associação dos Pequenos e Médios Agricultores da Comunidade Nova Olinda, PA Miritituba, Itaituba
Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Comunidade Novo Arixi, PA Arixi, Itaituba
Associação Rádio Comunitária de Campo Verde
Associação de Produtores Rurais de Riozinho das Arraias, Novo Progresso
Associação dos Produtores Rurais Brasil Novo do PDS Terra Nossa, Novo Progresso
AMABELA
APRUCIPESC
APROANÃ
AARTA Arapiuns
ASPRONIV da Resex
ASACONSA do Planalto de Santarém
Casa Familiar Rural do Município de Santarém
Casa Familiar Rural do Município de Belterra
CEAPAC
Comissão Pastoral da Terra Pará
COOMFLONA- Cooperativa Mista da Flona Tapajós
FASE
FAMCOS
FAMCEEF
FEAGLE
Frente Brasil Popular de Santarém
FETAGRI Baixo Amazonas
FETAGRI Tapajós
Federação das Organizações Quilombolas de Santarém
MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Belterra
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alenquer
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Mojuí dos Campos
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Oriximiná
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Óbidos
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Rurópolis
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Itaituba
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Trairão
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Aveiro Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Novo Progresso
Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar – SINTRAF Itaituba
Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar – SINTRAF Rurópolis
SAPOPEMA
TAPAJOARA
Terra de Direitos
No Dia Mundial da Água, 22 de março, camponeses e camponesas atingidas pela monocultura do eucalipto e ameaçados pela mineração na Serra Geral, região mineira de Cerrado, se mobilizaram contra esses projetos. Confira o documento:
(Imagem: Justiça nos Trilhos/Reprodução)
Nós, comunidades atingidas pelo projeto Vale do Rio Pardo – SAM – Sul Americana de Metais (projeto em fase de licenciamento ambiental), nos reunimos no Vale das Cancelas, no Norte de Minas Gerais, no dia 22 de março, Dia Mundial da Água, para continuar nossa luta contra este projeto de morte. A equipe técnica do IBAMA, que avalia o pedido da Licença Prévia (LP), considerou o projeto INVIÁVEL.
Apresentamos muitas críticas a este projeto da SAM. Ele traria muita destruição para nossa região e acabaria com o pouco de água que temos. Vimos que a mineração no Norte de Minas é um desastre, como ocorre em Riacho dos Machados com a Carpathian Gold.
LEIA TAMBÉM: Comunidades do Cerrado se mobilizam neste Dia Mundial da Água
Continuamos na luta contra este projeto e outros empreendimentos que só trazem destruição.
Estamos atentos para que a presidência do IBAMA enterre de vez esse processo de licenciamento ambiental.
Na luta pelos Territórios Geraizeiros Livres!!!
Vale das Cancelas, Grão Mogol, Minas Gerais, 22 de março de 2016.
Comunidades: Batalha, Córrego dos Vales, Santa Rita, Morro Grande, Lamarão, Bonito, São Francisco, Tingui e Curralinho.
Movimento dos Atingidos por Barragens
Movimento Geraizeiro
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Mais de cem Munduruku, entre lideranças, guerreiros, guerreiras e crianças, foram até um trecho do Rio Tapajós, considerado sagrado pelo povo, para passar um recado para o mundo: “Barre a barragem. Mantenha o rio Tapajós vivo”.
(Fonte/Imagem: Greenpeace Brasil)
Segurando faixas em diversas línguas, eles protestaram no dia 18, com o apoio do Greenpeace, contra a construção de barragens no rio que sustenta sua cultura e modo de vida, além de uma rica biodiversidade.
Ao todo, há 43 hidrelétricas previstas para a bacia do Tapajós, sendo a maior delas a de São Luiz do Tapajós, próxima a Itaituba, no Pará. Com 7,6 quilômetros de comprimento e mais de 53 metros de altura (o equivalente a um prédio de 18 andares), a barragem planejada terá um reservatório de 729 km² (extensão maior do que a cidade de Salvador). Se construída, São Luiz do Tapajós vai destruir 14 lagoas sazonais e perenes, mais de 7 mil hectares de pedrais (áreas com pedras nos rios importantes por abrigar diversas espécies de peixes, morcegos e aves), 320 ilhas e 17 corredeiras.
A usina deve inundar ainda parte dos cerca de 178 mil hectares da Terra Indígena Sawré Muybu, do povo Munduruku, que teve seu processo de demarcação paralisado por conta dos interesses do governo na área para a hidrelétrica. Ao não demarcar essa Terra Indígena, o governo está negando aos índios um direito que lhes é garantido pela Constituição.
“Se essa usina for construída, os impactos ambientais serão muito grandes e vão além da inundação da floresta. Os peixes que hoje vivem no rio morrerão, várias plantas não vão resistir e animais não terão o que comer. Uma coisa está ligada à outra. Quando um rio morre, muita coisa morre com ele. Se o Rio Tapajós morrer, nosso povo ficará ameaçado”, diz Adauto Akay Munduruku, chefe dos guerreiros do povo.
Especialistas consideram a biodiversidade da região do Tapajós excepcional até mesmo para padrões amazônicos. Cerca de 376 km² de floresta vão desaparecer sob as águas. Espécies como o boto-cor-de-rosa, a onça-pintada, o tatu-canastra, que precisam circular livremente para procriar e se alimentar, sofrerão diretamente pelo barramento do rio. Sem contar as espécies que só existem na região e cuja existência ficará seriamente ameaçada.
“Ao insistir na construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, o Estado brasileiro atropela direitos e ignora os riscos que o barramento dos principais rios da bacia amazônica pode causar ao equilíbrio ambiental de todo o bioma, ameaçando uma biodiversidade inestimável e vasta riqueza cultural dos povos indígenas da região. O reflexo disso será sentido por todos os brasileiros”, afirma Danicley de Aguiar, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Segundo análise crítica do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) realizada a pedido do Greenpeace por pesquisadores referências em suas áreas de conhecimento, os problemas identificados no EIA são considerados graves e inviabilizam a avaliação dos efeitos da construção de São Luiz do Tapajós. Os cientistas recomendam que o EIA/RIMA seja rejeitado pelo órgão licenciador, pois não cumpre com o papel de auxiliar a tomada de decisão e informar a sociedade sobre os reais impactos de uma obra com a dimensão de São Luiz do Tapajós do ponto de vista técnico, econômico, social e ambiental.
Atualmente o EIA/RIMA está em fase de ajustes, após o Ibama ter realizado uma análise de mérito e apresentado pelo menos 180 pontos a serem complementados. Para o Greenpeace, o processo de construção de Tapajós já começou corrompido, com um EIA/RIMA tecnicamente contestado por conter diversos erros e omissões, e que, por consequência, não pode ser aprovado. A análise independente mostrou que os impactos previstos pela barragem são inaceitáveis.
“O correto é que o licenciamento da obra seja negado pelo Ibama. Do contrário, o governo vai permitir a destruição de uma das mais importantes áreas para a conservação da Amazônia. Além disso, é preciso aprender com Belo Monte, que deixa como legado o desrespeito à população local, o caos social e uma série de denúncias de corrupção. Os últimos acontecimentos do Brasil têm mostrado que, por trás de mega construções há interesses políticos que favorecem grandes empresas e alimentam um círculo vicioso de mau uso do dinheiro público” afirma Aguiar. “Não é aceitável que se destrua a Amazônia para gerar energia a qualquer custo. As energias verdadeiramente limpas, como a solar e a eólica, já são uma realidade para suprir as necessidades de abastecimento do país sem condenar as florestas e suas populações”, completa ele.
Os povos indígenas de Roraima, Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingaricó, Patamona, Ye`kuana, Yanomami, Sapará e Wai-Wai se reuniram entre os dias 11 e 14 de março na 45ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, realizada no Centro Regional Lago Caracaranã, região da Raposa, Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR).
(Fonte: Conselho Indígena de Roraima – CIR/ Mayra Wapichana)
Diante do cenário atual das questões indígenas em Roraima e no Brasil, de ameaças e retrocessos aos direitos indígenas, as lideranças indígenas debateram sobre o tema “Enquanto houver insistência, haverá resistência – Não à PEC 215”.
Para fortalecer e fazer uma reflexão do papel das lideranças na comunidade e no movimento indígena, a Assembleia recebeu no primeiro dia, em um momento histórico das Assembleias Gerais, os primeiros coordenadores do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Terêncio Luiz da Silva (Macuxi) e Jaci José de Souza (Macuxi), ambos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Os líderes compartilharam sofrimentos, experiências e conquistas ao longo da trajetória de criação do movimento indígena local, que marcou mais uma vez os 45 anos de luta, união, fortalecimento, resistência e conquista indígena no estado.
Também estavam presentes os líderes que assumiram a coordenação da organização nos anos seguintes e outras lideranças que acompanharam a criação da organização indígena, Clóvis Ambrósio (Wapichana), Valdir Tobias (Macuxi), Nelino Galé (Macuxi), Jeronimo Pereira da Silva (Macuxi), Olavo Manduca (Wapichana), Terencio Salamão (Wapichana), Euclides Pereira (Macuxi), Orlando Pereira (Macuxi), Dionito José de Souza (Macuxi), Abraim Guariba (Macuxi) e as mulheres indígenas, Marizete de Souza (Macuxi) e Francinete Fernandes Garcia (Macuxi).
O primeiro coordenador do antigo Conselho Indígena do Território de Roraima (CINTER), atual Conselho Indígena de Roraima (CIR), Terêncio Luiz da Silva (Macuxi), 69 anos, oriundo da comunidade indígena Bananal, região das Serras, hoje, morador da comunidade indígena Ubarú, região do Surumu, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, falante da língua materna Macuxi, iniciou sua fala na língua, simbolizando a valorização dos costumes tradicionais.
O líder resgatou na memória a lembrança de um tempo sofrido nas comunidades indígenas, antes da década de 1970, quando os indígenas dependiam das fazendas, sofriam violência, as comunidades indígenas não tinham uma organização social, além de outras memórias que marcaram essa época de sofrimento, mas também do início de uma caminhada de desafios e conquistas, tendo como principal bandeira de luta a demarcação e homologação das terras indígenas.
Entre muitos exemplos relatados, o líder tradicional destacou a união e o exercício da democracia, no sentido de que haja sempre um entendimento e o diálogo nas comunidades, para que permaneçam unidas: “É preciso que as comunidades caminhem na mesma direção, é preciso diálogo entre as lideranças, para que haja organização e um bem viver unido”.
Outra mensagem deixada pelo líder é de que os povos indígenas precisam ocupar a terra para que as comunidades não sofram mais, como no tempo passado: “Temos que ocupar as nossas terras, para não ver o sofrimento das comunidades”. Para finalizar, provocou um debate com a nova geração.
O protagonismo das mulheres indígenas também é um marco histórico nesse movimento e para socializar o desafio de atuar para o bem viver das comunidades indígenas através da atuação da Secretaria do Movimento de Mulheres Indígenas, instância criada para a articulação das políticas voltadas para as mulheres indígenas no CIR, esteve presente Marizete de Souza (Macuxi), que atuou na Secretaria nos anos de 2009 e 2010 e hoje ocupada pela atual Secretária Telma Marques (Taurepang).
A reafirmação desse protagonismo vem pela trajetória da primeira coordenadora regional, Francinete Fernandes Garcia (Macuxi), após três anos como Tuxaua foi eleita em 2014 para assumir a coordenação regional do Surumu, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, composta por 23 comunidades indígenas. A coordenadora falou da importância do papel da mulher no movimento indígena destacando os pontos sobre a representação da liderança na comunidade e o compromisso com o povo indígena: “O papel da liderança é representar o seu povo com compromisso”, disse a coordenadora.
Diante das problemáticas enfrentadas nas comunidades indígenas, principalmente o consumo e venda bebida alcoólica, uma das bandeiras de luta das mulheres indígenas, Francinete também disse que considera as lideranças tradicionais como advogados e acrescentou que a vida de Tuxaua não é para qualquer um, para poder enfrentar os problemas.
A criação das organizações indígenas para ser porta-voz das comunidades, junto aos órgãos públicos e sociedade em geral tem sido o diferencial no processo de organização social, política e cultural do movimento indígena em Roraima.
Diante desse contexto, no segundo dia, as lideranças indígenas refletiram sobre o papel das organizações indígenas na comunidade e no movimento indígena, com a participação das organizações indígenas, Sociedade para o Desenvolvimento e Qualidade Ambiental do povo Taurepang, Wapichana e Macuxi (TWM), Aliança de Desenvolvimento das Comunidades Indígenas de Roraima (ALIDCIR), Conselho do Povo Indígena Ingaricó (COPING), Associação do Povo Indígena Wai-Wai (APIW), Associação dos Povos Indígenas de Roraima (APIRR), Associação Kuakiri de Boa Vista, Conselho Indígena de Roraima (CIR) e Associação dos Povos Indígenas da Terra Indígena São Marcos (APITSM).O coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR) Mario Nicacio (Wapichana), informou sobre a atuação da organização a nível local, regional, nacional e internacional e reafirmou o papel da organização indígena: “O CIR foi criado com o objetivo de defender os direitos e interesses dos povos indígenas”.
Na pauta do dia 13, as lideranças discutiram nos grupos de trabalho três eixos estratégicos: gestão das terras indígenas, sustentabilidade das comunidades e do CIR e enfrentamento de problemas internos e externos das comunidades indígenas.
A Assembleia encerrou nesta segunda-feira, 14, com a pauta sobre direitos indígenas e os riscos de violação com a presença de representantes dos órgãos públicos e após, o trabalho de grupo de cada região, avaliação da coordenação geral do CIR, planejamentos, apreciação e aprovação das propostas.
O evento reuniu aproximadamente dois mil indígenas de diversas regiões do estado, além da presença de representantes de entidades sociais como a Diocese de Roraima, Pastoral Indigenista, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Instituto Socioambiental (ISA), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e dos órgãos públicos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e demais instituições convidadas para a última pauta.
Foram mais de 30 mil mulheres em luta contra o capital e em defesa dos direitos sociais da classe trabalhadora. Confira as ações nos estados:
(Fonte/Imagens: Da Página do MST)
A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas mobilizou mais de 30 mil mulheres em todo o Brasil.
As trabalhadoras denunciam a violência contra a mulher, além da ação do capital estrangeiro na agricultura brasileira e as empresas transnacionais. A Jornada das Mulheres chamam a atenção da sociedade para o modelo destrutivo do agronegócio para o meio ambiente, a ameaça à soberania alimentar do país e a vida da população brasileira, afetando de forma direta a realidade das mulheres.
No Pará, cerca de 500 mulheres do MST realizaram uma marcha até a portaria da Floresta Nacional de Carajás (FLONACA), onde há mais de 30 anos a mineradora Vale saqueia o povo brasileiro, e protestaram contra o desrespeito aos direitos das populações nos lugares onde a empresa está presente. No entanto, as mulheres foram recebidas pela polícia com bombas de gás e bastante truculência. Pelo menos 10 manifestantes estão feridas e seis manifestantes estão presos.
O rompimento da barragem de rejeitos de mineração de Fundão, localizada em Mariana (MG) também foi lembrada. Cerca de 1500 Mulheres Sem Terra da região sudeste ocuparam as dependências da mineradora Samarco-Vale, travando as estradas, os trilhos e toda extração do Complexo de Mariana.
Empresas de agrotóxicos também foram alvos de protestos. o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Uma pesquisa recente da Universidade de Brasília concluiu que, na hipótese mais otimista, 30% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são impróprios para o consumo somente por conta de contaminação por agrotóxicos.
As mulheres Sem Terra também denunciam a impunidade no caso do Massacre de Carajás, que em 2016 completa 20 anos sem nenhum dos acusados esteja preso. Além disso, em diversos estados, manifestações também pautaram os retrocessos aos direitos das trabalhadoras e se colocaram contra a anunciada reforma da previdência.
Pará
No Pará, cerca de 500 mulheres do MST realizaram uma marcha até a portaria da Floresta Nacional de Carajás (FLONACA), onde há mais de 30 anos a mineradora Vale saqueia o povo brasileiro. No entanto, as mulheres foram recebidas pela polícia com bombas de gás e bastante truculência. Pelo menos 10 manifestantes estão feridas e seis manifestantes estão presos.
Minas Gerais/ Região Sudeste
Cerca de 1500 Mulheres Sem Terra da região sudeste ocuparam as dependências da mineradora Samarco-Vale, travando as estradas, os trilhos e toda extração do Complexo de Mariana. A manifestação ocorre nos arredores da Barragem de Germano, Fundão que rompeu e derramou um mar de lama, devastando cidades e todo o leito do Rio Doce.
Paraná
Na madrugada desta terça-feira (8), cerca de 5 mil trabalhadoras Sem Terra realizaram uma ação relâmpago nas dependências da empresa Araupel, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná. Vindas de todo o estado, as mulheres destruíram as mudas de eucalipto e pinus para denunciar o modelo destrutivo do agronegócio e seus impactos para o meio ambiente, como por exemplo: a expansão da monocultura de pinus e eucalipto, que transforma as terras em um deserto verde improdutivo do ponto de vista da soberania alimentar.
Sergipe
Na manhã desta terça-feira (08), aproximadamente 2000 mulheres do campo e da cidade, saíram às ruas de Aracaju em ato um unificado, construído por várias entidades, coletivos, sindicatos, movimentos sociais e populares afirmar a luta pela democracia e a garantia dos direitos das mulheres conquistados nos últimos anos.
Além de denunciar as violências sofridas pelas mulheres, já que são as primeiras penalizadas na crise do capitalismo, pois seus empregos são massacrantes e salários reduzidos.
Ao término do ato unificado as mulheres camponesas organizadas no MST e nos territórios da cidadania, seguiram em caminhada até a superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), levando a pauta da luta pela democratização dos meios comuns (terra, água e sementes), e por um modo de viver agroecológico. E em defesa dos direitos sociais, que implicam diretamente na vida das mulheres do campo.
Santa Catarina
Mulheres de Santa Catarina realizaram marchas e manifestações nos municípios de Chapecó, Lages e São Miguel do Oeste.
Tocantins
Em TO mais de 200 Mulheres da Via Campesina ocuparam o Ministério da Agricultura no Tocantins. Elas pediram a saída da Ministra Kátia Abreu do comando do MAPA.
A polícia Militar do estado agiu de forma truculenta e agressiva contra militantes que participavam da ação, entre eles o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra e a Marcha Mundial de Mulheres (MMM).
Em nota, os movimentos sociais repudiaram e exigiram das autoridades e órgãos competentes respostas concretas frente ao acelerado aumento da brutal violência que atinge profundamente os camponeses e camponesas, sobretudo os Sem Terra e os movimentos sociais no estado do Tocantins, ações que tendem a intensificar.
De acordo, relato no relato a polícia Militar agiu de forma arbitrária prendendo imediatamente cinco militantes do MST, os conduzindo até a sede da polícia Federal, onde foram recebidos pelo delegado da polícia Federal que instaurou inquérito encaminhando o processo conforme orientação da policia Militar, enviando-os para o Presídio, Casa de Custódia de Prisão de Palmas (CCPP).
Distrito Federal
Cerca de 500 Mulheres do MST-DF e entorno ocuparam o Complexo Jardim da Fazenda Santa Clara, próximo à Unaí (MG). A fazenda possui cerca de 9 mil hectares de terras griladas.
Também no DF 300 mulheres ocupam a fazenda Sálvia, localizada em Sobradinho (DF). A área pertence à União e as mulheres exigem que ela seja destinada à Reforma Agrária.
Cerca de 1000 integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas e MST DF e Entorno realizaram uma marcha contra a contra a retirada de diretos da classe trabalhadora do campo e da cidade. A mobilização acontece no município de Formosa (GO), distante 80 Km de Brasília.
Dentre as preocupações das mulheres Sem Terra, está a reforma da previdência, anunciada pelo Governo Federal.
Espírito Santo
Nesta terça-feira (8), cerca de duas mil mulheres de diversos movimentos sociais do campo e da cidade marcharam em direção ao palácio da Fonte Grande, no centro de Vitória, Espírito Santo. As manifestantes ainda ocuparam o Palácio do Governador e a Secretaria da previdência para protestar contra a reforma da previdência.
Alagoas
Sindicatos, partidos políticos, movimentos de juventude, movimentos populares e de luta pela terra realizaram na manhã desta terça-feira (08), uma grande marcha pela cidade de Maceió em defesa dos direitos das mulheres, contra o golpe e pela democracia.
As camponesas que no início da manhã desta segunda-feira (7) ocuparam as agências do INSS em diversos municípios do estado, além das prefeituras de Atalaia, de Olho d’Água do Casado, Delmiro Gouveia e de Girau do Ponciano, protestaram contra a retirada de direitos dos trabalhadores e a anunciada reforma da previdência.
Mato Grosso
Na manhã desta terça-feira (8), 300 mulheres Sem Terra ocuparam a sede da indústria Nortox, instalada no município de Rondonópolis, no Mato Grosso para denunciar o impacto que a instalação da fábrica vai causar à população do estado. A polícia esteve no local e, segundo as camponesas, a segurança da empresa usou jatos d´água de caminhões-pipa e cachorros contra a manifestação.
Mato Grosso
Cerca de 400 Mulheres Sem Terra trancaram a rodovia MS-162, entrada do município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul. A ação foi composta por camponesas do MST, do Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária (MCLRA) e da (Central Única dos Trabalhadores (CUT) e faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres.
Rio de Janeiro
Mulheres do MST e do MAB protestaram contra a Vale do Rio Doce no Rio de Janeiro. O ato que também contou com a participação de outros movimentos sociais e sindicais. O objetivo da ação foi denunciar e responsabilizar a empresa Vale pelo crime social e ambiental ocorrido em Mariana.
Goiás
Integrantes do MST, Movimento Camponês Popular (MCP), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e Via Campesina inicia Jornada de Luta das Mulheres com luta em Goiânia pela aprovação da lei da agricultura familiar e camponesa, que está em negociação desde outubro de 2014.
Pernambuco
Em Ibimirim e Goiana, no Litoral Norte, cerca de 200 mulheres realizaram uma marcha contra o agronegócio e em defesa dos direitos das trabalhadoras rurais.
Já em Petrolina, sertão do Pernambuco, as mobilizações reuniram cerca de 200 mulheres em uma ocupação do INCRA para reivindicar crédito de apoio à mulher e agilidade nas desapropriações de terras.
Na capital do estado, Recife, o Movimento fez parte das rodas de diálogo entre mulheres do campo e da cidade, onde fizeram a entrega de uma carta reivindicatória ao governador do estado.
Enquanto que em Tamandaré, Zona da Mata Sul, houve uma ocupação em um laboratório de mudas de cana-de-açúcar da Usina Santo André. As mulheres permanecem no local para denunciar a monocultura de cana transgênica no estado.
Rio Grande do Sul
Cerca de 1200 camponesas ligadas ao MST e ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam na manhã desta terça-feira (8), o prédio da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Elas reivindicam anulação da titulação das áreas de assentamentos, e que todas as mulheres assentadas tenham acesso a políticas públicas, como o Fomento Mulher e Kit Feira, que incentivam a produção de alimentos no modelo agroecológico.
Em Porto Alegre, cerca de 1200 mulheres MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam na madrugada desta terça-feira (8), o pátio da empresa Yara Fertilizantes, em Porto Alegre, na Capital do Rio Grande do Sul.
Cerca de 600 Mulheres da Via Campesina do RS, Marcha Mundial das Mulheres, MTD e Levante Popular da Juventude estão reunidas em frente ao prédio da previdência social, no centro de Porto Alegre, onde realizaram uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência.
Ceará
Na manhã desta terça feira, cerca de 600 mulheres Sem Terra e urbanas ocuparam o palácio do governo no Ceará. A Polícia Militar do Ceará reagiu ao protesto com truculência e sprays.
Bahia
Na madrugada do último sábado (5), cerca de 1300 mulheres Sem Terra ocuparam a fazenda Pingueira, do Grupo União Industrial Açucareira (UNIAL), no município de Lajedão, Extremo Sul da Bahia. Na área existe um monocultivo de cana-de-açúcar que estava interrompido por diversas denúncias de trabalho escravo.
Também na Bahia, cerca de 480 mulheres Sem Terra ocuparam no sábado (5), a sede da mineradora Mirabela, localizada no município de Itagibá, no Baixo Sul baiano.
Em Juazeiro, cerca de 500 mulheres saíram em marcha pelo centro da cidade denunciando o modelo de produção do agronegócio, defendendo a democracia e pautando a Reforma Agrária.
Mais de 400 Mulheres Sem Terra fecharam a BR 101, na altura do km 835 na manhã desta terça.
Na tarde desta segunda-feira (7/3), cinco pistoleiros, fortemente armados, invadiram o Acampamento 25 de Julho, em Baixa Grande, na Chapada Diamantina. As 60 famílias acampadas foram ameaçadas e feitas refém, enquanto seus pertences e barracos eram incendiados.
Na manhã do último domingo (6), com mais 200 Mulheres Sem Terra em uma das áreas da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), na cidade de Planaltino.
Paraíba
Nesta segunda-feira (7), cerca de 500 mulheres Sem Terra ocuparam a sede da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), em João Pessoa, capital da Paraíba. A ocupação aconteceu com o objetivo de denunciar o modelo do monocultivo da cana de açúcar, baseado no uso intensivo de agrotóxicos.
Rio Grande do Norte
Na manhã desta segunda-feira (7), cerca de 400 mulheres do campo e da cidade, das organizações que compõem a Frente Brasil Popular, abrem calendário de lutas de 2016, em referência a semana do 8 de março.
Maranhão
Cerca de 300 Mulheres Sem Terra do Maranhão ocuparam os trilhos da Vale, na ferrovia Carajás. Os trens de minério foram paralisados às 5h da manhã e assim permaneceram até o meio da manhã, sendo impedidos de seguir do Pará para o porto de São Luís no Maranhão.