Há uma crescente tendência global de confrontar os abusos de autocratas que dominam as manchetes, disse hoje a Human Rights Watch no lançamento de seu Relatório Mundial 2019. Dentro da União Europeia, nas Nações Unidas e ao redor do mundo, coalizões de Estados, frequentemente com apoio de grupos da sociedade civil e protestos populares, estão pressionando contra populistas contrários a direitos.
Entidades e organizações sociais divulgaram Nota Pública repudiando as diversas formas de violência praticadas recentemente contra a comunidade Guarani Mibya, de Ponta do Arado, em Porto Alegre (RS). Confira o documento:
Território das conquistas obtidas a partir da vida e da morte de Chico Mendes está sob ameaça; líderes históricos do extrativismo avaliam os retrocessos de Bolsonaro e temem a volta da violência letal na regiões.
Elizeu Queres morreu no primeiro conflito de terra de 2019, que deixou outras 8 pessoas feridas em investida promovida por segurança privada; no ano passado, grupo de trabalhadores foi ameaçado por pistoleiros, segundo Comissão Pastoral da Terra.
No ano que se encerrou, os povos da Terra, das Águas e das Florestas viveram a porção de um tempo ainda mais triste que está por vir. Em 2018, segundo dados parciais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o índice[1] de famílias despejadas foi 65% maior do que o ano anterior e os recursos destinados à Reforma Agrária e às políticas públicas para o campo chegaram ao ápice do sufocamento. 2018 também foi o ano de consolidação da tendência de privatização de terras públicas e o ano em que o poder privado se sentiu autorizado a promover o terror no campo, estando envolvido em 81% dos conflitos por terra e por água. Em síntese, 2018 foi de domínio violento do agrohidronegócio e do latifúndio no campo brasileiro. Confira:
A Polícia Judiciária Civil de Colniza realizou a autuação em flagrante de quatro seguranças de uma propriedade rural em que uma pessoa morreu e nove ficaram feridas após conflito agrário, na manhã de sábado (05). De acordo com o delegado à frente da investigação, Alexandre da Silva Nazareth “os elementos de informação produzidos pela perícia, até o momento, nos levam a acreditar que não houve confronto armado, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade”.