Derisvaldo de Sá teve casa alvejada, em Colniza (MT), palco da primeira morte em conflito de terra no Brasil em 2019, em 5 de janeiro. Outras 8 pessoas ficaram feridas na ocasião.
Regivaldo Galvão foi condenado em segunda instância a 30 anos de prisão. No ano passado, o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltá-lo, mas Primeira Turma revogou decisão.
Cerca de 40 organizações, entre movimentos, parlamentares, populações tradicionais e pastorais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), assinam a carta pública "Vale de Ganância e Sangue! Vai continuar?". A carta critica o crime cometido pela mineradora Vale, no mês de janeiro, em Brumadinho (MG) e cita a encíclica Laudato Si, lançada pelo Papa Francisco em 2015, que fala da Casa Comum e que defende o conceito de uma ecologia integral. A carta aponta para a falência do atual sistema de “regulação” do setor minerário. "O licenciamento ambiental apenas promove a legalidade das empresas, autorizando formas de exploração que são verdadeiras catástrofes". O documento também questiona a ideia de desenvolvimento defendida pelo Estado e pelas empresas. "O discurso veiculado pela mídia e pelos Governos, bancado pelas grandes empresas de mineração, diz que estes empreendimentos geram progresso, empregos, desenvolvimento e riqueza para a região. Sendo assim, perguntamos: que riqueza é essa?". Confiram a carta na íntegra!
As comunidades Geraizeiras Cachoeira, Marinheiro, Cacimbinha/Arroz, Gatos, e Aldeia/Mutamba conquistaram no Tribunal de Justiça da Bahia o direito de permanecerem no território coletivo. Decisão do TJ-BA ressalta que se evite que os povos tradicionais sejam “alijados [retirados] das terras que tradicionalmente ocupam”.
Nos últimos 19 anos, ocorreu no Brasil uma intensificação da atividade minerária que contribuiu para um aumento eventual da participação do setor no Produto Interno Bruno (PIB), impulsionada pela crescente demanda internacional pelas commodities minerais, principalmente o minério de ferro. Concomitante à demanda externa ocorreu uma intensificação dos investimentos no setor.
Grupo de agentes da Cáritas, CPT e CPP percorreu o caminho da lama de rejeitos da barragem da Vale, dialogando com moradores ao longo do Rio Paraopeba para compreender como o crime da mineradora vai impactar as comunidades. Preocupação se estende até o Rio São Francisco, que pode ser afetado.