As equipes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Santarém e da Prelazia de Itaituba divulgam Nota Pública sobre a morte do trabalhador Gilson Maria Temponi, ocorrida no último dia 15. A Pastoral, no documento, também alerta para o alto número de trabalhadores e trabalhadoras ameaçados de morte na região. Confira:
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem acompanhando os últimos noticiários sobre o assassinato do trabalhador Gilson Maria Temponi, assassinado no dia 15 de dezembro de 2018 em sua casa na cidade de Rurópolis. Segundo as informações já expostas, o assassinato se deu por disputa de terra na região no município de Placas, na Transamazônica.
A CPT informa que esta região não está sendo acompanhada por nenhuma das nossas equipes, o que dificulta termos maiores informações sobre o caso. Contudo, a CPT vem acompanhando outros casos na região da Prelazia de Itaituba e Diocese de Santarém que envolvem um aumento progressivo de violência contra trabalhadores e trabalhadoras rurais e as populações tradicionais.
Esta violência tem se tornado cada vez mais volumosa nas regiões das BRs 163 e 320 devido a grilagem de áreas em comunidades, aldeias e assentamentos para a exploração de madeira, garimpos e a produção de grãos. Inclusive, o resultado tem evidenciado outros assassinatos.
Já existe um grande número de lideranças ameaçadas de morte nesta região. Só nos municípios da Diocese de Santarém e Prelazia de Itaituba são 17 trabalhadores e trabalhadoras ameaçados de morte que estão incluídos no Programa Federal de Defensores e Defensoras de Direitos Humanos.
Esta violência tem se intensificado nos últimos meses, principalmente com os resultados das últimas eleições nacional. A CPT teme que devido ao aumento da violência ocorram mais assassinatos nesta região. A CPT reafirma sua missão junto aos povos do campo e da floresta em defesa da vida e dos direitos humanos e reivindica junto aos órgãos competentes a efetivação destes direitos.
Santarém, 17 de dezembro de 2018.