Em Nota, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) convoca e anima todas as organizações, pastorais, redes, ativistas e movimentos sociais a se somarem nas mobilizações que marcarão o Dia Internacional de Lutas Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela vida, neste 14 de março. Confira:
(Fonte: MAB)
Esta data foi definida em 1997, durante o 1º Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens que aconteceu no Brasil e, desde então, populações atingidas por barragens do mundo inteiro denunciam o setor elétrico que, historicamente, tem causado graves consequências sociais, econômicas, culturais e ambientais.
A energia se tornou um elemento central na retomada da produção e apropriação capitalista. E toda a cadeia produtiva da energia elétrica, desde a construção de hidrelétricas até a geração, transmissão e distribuição da energia, se transformou em fonte de elevada lucratividade e de intensa disputa, o que caracteriza um verdadeiro assalto aos nossos recursos naturais de base produtiva abundante.
Cada vez mais nosso compromisso é de nos organizarmos e de nos inserirmos nas lutas contra as transnacionais que se apropriam de nossa riqueza, pelos direitos dos trabalhadores, na defesa dos rios, da água e da vida. As manifestações da semana do 14 de março serão realizadas para pedir solução para a enorme dívida social e ambiental deixada pelas usinas já construídas, para fortalecer a luta por outro modelo energético e para avançar nas ações conjuntas entre os trabalhadores do campo e da cidade.
Portanto, reforçamos a importância da unidade na luta entre os povos e as diversas organizações, fortalecendo o internacionalismo contra o projeto do capital, numa luta que não é apenas da população atingida pelos lagos, pois todo o povo é atingido pelas altas tarifas da energia, pela privatização da água e por um golpe reacionário da direita que quer derrubar as conquistas dos trabalhadores e se aprofundar no controle e domínio de nossas riquezas naturais estratégicas, como é o petróleo.
Por fim, reforçamos a convocação para que todos e todas participem de grandes jornadas de lutas no Brasil, na América Latina e no mundo neste 14 de março. Devemos, mais do que nunca, nos manter firmes e organizados para dar continuidade na luta local, nacional e internacional, organizando os atingidos por barragens, os trabalhadores da energia e toda a classe trabalhadora.
Porém, nossas lutas deverão ir para além desta data, elas devem ser permanentes, contra as empresas transnacionais privatistas e rentistas, contra os altos preços das tarifas de energia, onde a água e a energia não sejam mercadorias e a riqueza gerada esteja sobre o controle popular.
Água e energia não são mercadorias!
Dos 6 mil Sem Terra que participam da marcha estadual do MST na Bahia, 3.500 são jovens, e têm o desafio de levar adiante a luta pela Reforma Agrária.
(Fonte: Página do MST)
A Marcha do MST na Bahia, que mobiliza cerca de 6 mil trabalhadores de dez regiões do estado, reúne mais de 3.500 jovens.
A Juventude Sem Terra, em parceria com o Levante Popular da Juventude e o Núcleo de Estudo e Práticas em Políticas Agrárias (NEPPA), estão denunciando o agronegócio e pautando a Agricultura Camponesa como principal produtora de alimentos no país.
Vanessa Barbosa (19), do Assentamento Rosinha do Prado, no extremo sul baiano, afirma que “aos poucos a juventude vem se organizando, sobretudo na construção de cursos de formação política”.
Uma das tarefas abraçadas pelos jovens durante a marcha é o trabalho com a cultura, animação, formação e consolidação de um coletivo na Bahia, capaz de fortalecer o debate da Reforma Agrária Popular nos diversos campos sociais.
Para isso, a mística em torno destas questões os colocam como principais protagonistas da luta contra o capital. Tendo como ferramenta discursiva e prática a comunicação popular e agitação e propaganda.
Por conta das inúmeras contradições da luta no campo, a juventude convive com diversos problemas. O êxodo rural é um exemplo, pois boa parte migra para as cidades a procura de educação superior ou técnica, atenção básica de saúde e moradia.
Estas questões dificultam que a juventude complete ciclos de sua organicidade dentro das instâncias do Movimento.
Assembleia da Juventude
Durante o processo de luta em Marcha, os jovens terão a tarefa de realizar a 1º Assembleia da Juventude.
O espaço acontecerá na próxima terça-feira (17), em Salvador, e possui o objetivo de debater sobre os novos desafios que virão, e como os jovens podem influenciar nos próximos rumos do Movimento.
A assembleia cumpre o papel de continuar com a formação política, impulsionar e fortalecer a participação.
Os protestos fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, em que denunciam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura. Confira um pouco das manifestações em cada estado:
(Fonte: Página do MST)
Ao longo desta semana, o Brasil amanheceu com diversas mobilizações das mulheres camponesas. Até o momento, mais de 20 mil Sem Terra participaram das ações em 21 estados brasileiros, com marchas, ocupações e trancamento de rodovias.
As mobilizações aconteceram em RS, MA, PR, SP, RJ, MG, BA, DF, PB, GO, AL, SE, MT, TO, RN, CE, ES, PE, PI, PA e MS.
As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, em que denunciam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.
GO
Nesta terça-feira (10), cerca de 1.500 mulheres camponesas do MST, Movimento Camponês Popular (MCP), da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (FETRAF) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a unidade da transnacional Cargill, em Goiânia. Segundo as trabalhadoras rurais, a Cargill vem estimulando o desmatamento do Cerrado e a expulsão de milhares de famílias camponesas, ao apoiar a expansão dos monocultivos de soja e cana-de-açúcar.
Nesta segunda-feira (9), mais de 1.500 mulheres também do MST, MCP e Fetraf ocuparam a Secretaria da Fazenda. No período da tarde, as camponesas ocuparam a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na capital. Elas reivindicam a aprovação da Lei de Fortalecimento da Agricultura Familiar e Camponesa, travada na Casa Civil do estado. A lei cria um fundo com 0,5% do orçamento anual do governo estadual para políticas públicas para a agricultura camponesa.
RS
Na manhã desta terça-feira (10), cerca de 800 mulheres camponesas do MST e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam a sede da multinacional israelense Adama, em Taquari, no Rio Grande do Sul. A multinacional Adama é uma das maiores empresas de agroquímicos do Sul do país, na produção de princípios ativos de agrotóxicos para sementes, incluindo o veneno 2,4-D, que estava proibido no Brasil por ser cancerígeno. O 2,4D é um dos principais componentes do agente laranja, usado como arma química no Vietnã.
No final da manhã, as mesmas mulheres ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre. As camponesas seguem no órgão federal até esta quarta, quando saem em marcha pela capital com outras organizações da Via Campesina, em que esperam mais de 5 mil pessoas nas ruas. À tarde, os movimentos sociais da Via terão uma agenda com o governador do estado, José Ivo Sartori (PMDB).
AL
Cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra ocuparam na manhã desta terça-feira (10) agências do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, na capital Maceió e no Sertão, nos municípios de Delmiro Gouveia e Piranhas, em Alagoas.
Outros mil trabalhadores rurais Sem Terra do Alto Sertão de Alagoas ocuparam na tarde desta terça parte do canteiro de obras do Canal do Sertão, nas proximidades do município de Inhapi. Os camponeses exigem que a água do canal chegue aos trabalhadores Sem Terra e pequenos agricultores para a irrigação de suas áreas e para toda a população das cidades para o consumo, garantindo que a água do Canal não sirva aos interesses dos latifundiários e de empresas privadas.
Na noite de domingo (8), em Maceió, as mulheres ocuparam a sede da superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As camponesas denunciaram o modelo devastador de produção da cana-de-açúcar e a atual intensificação da plantação de eucalipto no estado.
PE
Em Pernambuco, centenas de Sem Terra também ocuparam agências da Caixa Econômica e BNB no estado, nesta terça-feira. As ações dão continuidade às mobilizações iniciadas pelas mulheres no estado. Os camponeses exigem agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) e criticam o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), que não atente nem contempla as necessidades das famílias assentadas.
Na segunda, na capital pernambucana, em Recife, mais de 600 mulheres do MST, da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Levante Popular da Juventude e Marcha Mundial das Mulheres (MMM) ocuparam a sede do Ministério da Agricultura e a Secretaria de Agricultura do Estado.
CE
Em Fortaleza, no Ceará, 500 trabalhadores rurais ocuparam outra agência do BNB, nesta terça. Já na segunda, em Quixeramobim, cerca de 600 mulheres do MST e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece) realizaram uma marcha pelas ruas do município contra o agronegócio e a violência contra as mulheres. Na sequência, as camponesas ocuparam a Assembleia Legislativa, onde homenagearam as diversas lutadoras, em especial, Maria Lima, uma das fundadoras do Movimento no estado. No período da tarde, elas se reunirão para um curso de formação destinado somente às mulheres.
SE
Na cidade de Aracaju, 400 Sem Terra ocuparam uma agência do Banco do Brasil e outra do BNB, nesta terça. No período da tarde, representantes do MST seguem em reunião com os superintendentes dos bancos. Na terça, também na capital, cerca de 600 mulheres do MST, Movimento dos Trabalhadores Urbanos (MOTU), Movimento Camponês Popular (MCP) Síntese, Casa das Domésticas e Marcha Mundial de Mulheres saíram as ruas da capital em comemoração ao dia internacional das mulheres.
DF
No Distrito Federal, nesta terça-feira, cerca de 500 mulheres fizeram ato no Ministério da Agricultura em denúncia ao agronegócio. Na sequência, protestam em frente ao Ministério da Previdência Social. As mulheres lutam por uma previdência social pública, universal e solidária. Por isso, reivindicam o arquivamento da Medida Provisória 664 e 665. Depois ocuparam o Ministério das Cidades, ao exigirem moradia digna. O Programa Nacional de Habitação Rural está travado em diversos estados do país, impedindo que as famílias assentadas consigam avançar neste direito.
Nesta segunda, em Luziânia, entorno de Brasília, cerca de 800 mulheres organizadas pela Via Campesina ocuparam a multinacional Bunge. Segundo as mulheres, a Bunge é uma das empresas transnacionais que representa o capital estrangeiro na agricultura.
Semana passada, 300 camponeses ocuparam a própria Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), onde estava tendo a reunião que liberaria o eucalipto transgênico. A ação foi realizada ao mesmo tempo da ocupação na empresa Suzano/Futura Gene, em Itapetininga (SP).
MA
Mais de 600 Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital São Luís, nesta terça. Os Sem Terra pretendem permanecer até quarta-feira (11) no local, quando sairão em marcha até o Palácio dos Leões, sede do governo estadual do Maranhão, onde pretendem apresentar a pauta da Reforma Agrária ao governador.
Na segunda, cerca de 420 mulheres do MST e militantes do Levante Popular da Juventude ocuparam a sede da Empresa Vale, no porto da ponta da Madeira em São Luís (MA), uma área em expansão voltada para atender o mercado da mineração. A ação denunciou os impactos socioambientais provocados pela duplicação do complexo mina-ferrovia-porto. Segundo os Sem Terra, o projeto tem agredido violentamente aos povos e comunidades tradicionais, acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária a partir do saque dos bens naturais, desrespeito aos direitos humanos, apropriação, especulação e concentração de terras.
PR
O estado do Paraná com foi palco de diversas lutas protagonizadas pelas mulheres do campo, em várias regiões do estado, nesta segunda-feira (9). Na região centro, cerca de 700 mulheres de diversos assentamentos e acampamentos do MST, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Via Campesina ocuparam a BR-277 junto a praça de pedágio de Nova Laranjeiras. Depois, mulheres também realizaram um ato em frente ao Núcleo Regional da Educação em Laranjeiras do Sul. Outras 200 mulheres do MST ocuparam a prefeitura de Cascavel, oeste do estado, para entrega de pautas como educação, saúde e infraestrutura.
BA
Na Bahia, 6 mil pessoas iniciaram nesta segunda-feira uma marcha rumo a capital Salvador. A marcha saiu de Feira de Santana e percorreu 116 km. Outros 150 camponeses do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) saíram em marcha até a sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na cidade da Vitória da Conquista.
PB
Cerca de 450 mulheres do MST ocuparam na manhã desta segunda-feira (9) o Engenho da Usina Giasa, no município de Pedra de Fogo, na Paraíba. No período da tarde, enquanto os homens ajudavam a montar o acampamento no local, as Sem Terra se juntaram com mulheres de outras organizações e ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa. Ao todo, mais de 650 camponesas participam da ação.
MT
No Mato Grosso, depois de marcharem pelo município de Cáceres na manhã desta segunda-feira (9), cerca de 300 mulheres do MST ocuparam a Fazenda Rancho Verde no mesmo município, a 220 km de Cuiabá.
RN
As mulheres Sem Terra do Rio Grande do Norte ocuparam na manhã desta terça-feira o Incra, em Natal.
Elas reivindicam maior agilidade com relação às famílias acampadas. Muitas já estão acampadas há dez anos. Exigem ainda infraestrutura, assistência técnica e capacitação técnica para as famílias assentadas.
Na segunda-feira, as mulheres Sem Terra trancaram cinco rodovias, na região de João Câmara. Cada travamento contou com cerca de 200 camponesas.
ES
No Espírito Santo, cerca de 1 mil mulheres de diversas organizações do campo realizaram uma marcha pela cidade de Colatina. Durante a ação, as camponesas bloquearam a rodovia ES-259, em direção à capital. Outras 100 famílias ocuparam a Fazenda Nossa Senhora da Conceição, próximo a Linhares.
PI
Trecho da BR-316, na cidade de Picos, no Piauí, se converteu numa grande escola, chamada “escola do asfalto”, organizada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Levante Popular da Juventude. O objetivo foi denunciar o sucateamento das escolas no campo nos últimos anos, quando foram fechadas mais de 37 mil escolas na zona rural.
MS
Cerca de 200 mulheres do campo e da cidade realizaram um ato unitário em Campo Grande em frente à Casa da Mulher Brasileira. O protesto chamou atenção para a violência contra a mulher. No município de Casa Verde, cerca de 250 pessoas do acampamento local marcharam até a área urbana para reivindicar celeridade na reforma agrária.
TO
No Tocantins, mais de 250 mulheres trancaram a Rodovia Belém Brasília (BR-153), na cidade de Guaraí.
PA
Na Pará, as Mulheres do MST realizam atividades desde o dia 5 de março. Na ocasião, as Sem Terra, junto a outros representantes de movimentos sociais, militantes de partidos de esquerda realizaram um ato público em apoio à Venezuela e o lançamento do vídeo “Meu Amigo Hugo”, do diretor de Oliver Stone, que narra a vida do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, no Cine Olympia, em Belém.
Em Marabá, sudeste do estado, cerca de 300 mulheres do MST realizaram um encontro de formação entre os dias 6 a 8 de março, sobre a realidade das mulheres camponesas nas regiões sul e sudeste paraense. No sábado foi realizada a feira agroecológica numa praça no centro da cidade, com comercialização de produtos produzidos nos assentamentos e acampamentos da região. Neste domingo (8), na capital, as camponesas realizaram junto com outras organizações feministas, uma caminhada pelas ruas contra a violência, por direitos e pelo plebiscito popular.
SP
Na quinta-feira (5), cerca de 1 mil mulheres do MST dos estados de SP, MG e RJ ocuparam a sede da empresa Suzano/Futura Gene, em Itapetininga (SP), com o objetivo de barrar a votação que liberaria o cultivo de eucalipto transgênico no Brasil. Paralelamente, outras 300 camponeses ocuparam a própria Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no DF, onde estava tendo a reunião que liberaria o eucalipto.
Aconteceu entre os dias 06 e 08 de março, no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia, Goiás, o Encontro Ampliado da Articulação das Pastorais do Campo – o evento é ampliado porque além das pastorais há a presença de povos e comunidades tradicionais. “Desafios Pastorais no Campo” foi o tema que guiou o segundo encontro de 2015 da articulação, que contou com assessoria de Nancy Cardoso Pereira e Sandro Gallazzi.
(Por Coletivo de Comunicação das Pastorais do Campo)
Participaram do Encontro representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas Brasileira, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Também acompanhou o evento o padre Ari Antônio dos Reis, assessor da Comissão Episcopal para Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Cerca de 35 pessoas estiveram no Encontro.
Iniciada em 2011, a Articulação das Pastorais do Campo visa fortalecer as ações dessas Pastorais e juntar forças nas lutas, muitas vezes, comuns que elas defendem, como os direitos das comunidades tradicionais em relação aos seus territórios e ao seu modo de vida tradicional. "O desafio continua sendo de fortalecer as articulações já existentes e iniciar outras em alguns estados. Confirmamos a importância da articulação destas comunidades, e os avanços nas ações conjuntas na Bahia, Norte de Minas, Pernambuco, Tocantins", explica Isolete Wichinieski, da coordenação executiva nacional da CPT.
“Planejar ações e lutar de forma conjunta!”. Assim como pontuou Isolete na fala acima, os participantes do Encontro ressaltaram que é necessário se "juntar para resistir". Pensando nisso, no segundo dia do evento, as pessoas foram instigadas a discutirem "o que é ser pastoral?". Após a discussão em grupo, os participantes definiram um objeto que simbolizasse o "ser pastoral". Um dos grupos se classificou como um maço de palitos, pois, segundo o grupo, um palito só é fácil de ser quebrado, mas se vários estiverem juntos eles possuem mais força.
Ainda no segundo dia de evento, após leitura bíblica de João 10: 1-14, os participantes do encontro foram estimulados a elencar, conforme a leitura, quem são os ladrões, salteadores, e mercenários que ameaçam as comunidades tradicionais hoje. E num segundo momento, foram lembrados “os pastores que, diante da luta, deram a vida pelas ovelhas”. Neste contexto, Gallazzi fez memória sobre o início e escolhas das pastorais. “Quando nasceram nossas pastorais, pastoral era escolher um lado. É preciso ser uma presença profética nessa realidade que estamos e mostrar de que lado estamos”, analisou.
No dia 08, durante a manhã de encerramento do encontro e Dia Internacional da Mulher, uma celebração marcou o início das atividades. As inúmeras lutadoras do campo e da cidade foram lembradas. Para esse ano ainda estão previstas várias mobilizações das comunidades tradicionais, sendo algumas específicas de cada grupo e outras em conjunto.
Fevereiro
No mês passado, coordenadores das Pastorais do Campo – CPT, Cáritas Brasileira, CPP, PJR, e Cimi – se reuniram entre os dias 06 e 08, no Centro de Formação Vicente Cañas. “Como sempre tivemos um momento de olhar a conjuntura e perceber os desafios para a ação pastoral”, relatou Isolete Wichinieski, que esteve na reunião de planejamento.
Foram debatidos projetos em curso que atingem diretamente as comunidades tradicionais, como a PEC 215, a votação do Projeto de Lei (PL) 7735, e a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 3239. Para denunciar essas e tantas outras ofensivas contra os povos do campo, as Pastorais do Campo e diversas organizações elaboraram Carta Denúncia, que foi entregue ao representante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no dia 06.
SAIBA MAIS:
Tem início o curso de especialização em Direito das Pastorais do Campo
Pastorais do campo realizam encontro sobre comunidades tradicionais e o Estado
Veja mais imagens do Encontro:
Camponesas protestam contra paralisação e alterações em Projeto de Lei que visa investimento fixo de porcentagem do orçamento estadual no fortalecimento da agricultura familiar. O projeto está parado desde 2013 na Secretaria da Fazenda.
(Por Comunicação da CPT Nacional)
Era madrugada, às 05h30 dessa segunda-feira (9), quando cerca de 2 mil mulheres iniciaram ocupação da Secretaria da Fazenda de Goiás (Sefaz), em Goiânia. Participam do ato representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), e Comissão Pastoral da Terra de Goiás (CPT-GO).
A ação estadual faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, que, no estado de Goiás, teve início hoje e segue até o próximo dia 13.
A principal reivindicação das camponesas é que a Sefaz desarquive e envie para votação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) o Projeto de Lei de Fortalecimento da Agricultura Familiar. Segundo integrantes da jornada, o objetivo desse projeto é que o governo estadual destine um valor fixo do orçamento para a agricultura familiar.
Em 2013, após série de mobilizações, os movimentos sociais conseguiram pautar esse Projeto de Lei ao governo de Goiás. Ainda nesse mesmo ano, foi discutido e acertado o texto do projeto.
As manifestantes explicaram que quando o Projeto de Lei começou a ser discutido entre movimentos sociais e governo, os movimentos do campo exigiam a destinação de 3% do orçamento do estado para a agricultura familiar, porém o governo não aceitou e ofereceu 0,5%. Contudo, representantes da Jornada de Lutas explicaram que ficou acertado, no projeto, que o governo começasse então com destinação de 0,5 % à agricultura familiar. Todavia, o texto acertado entre movimentos sociais e governo sofreu alterações.
Com isso, as mulheres protestam também contra as alterações sofridas pelo Projeto de Lei, que, segundo elas, não traz mais um valor fixo de investimento do estado na agricultura familiar.
As mulheres camponesas prometem continuar acampadas na Sefaz até que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), aceite receber e negociar, pessoalmente, com as representantes dos movimentos sociais.
As ações são contra a liberação dos eucaliptos transgênicos, a ser votada nesta quinta na CTNBio, em Brasília. Os protestos fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas
(Fonte: Página do MST)
Cerca de 300 camponeses e camponesas organizados pela Via Campesina ocuparam, no início da tarde desta quinta-feira (5), a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Na pauta, a liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: o milho resistente ao 2,4-D e haloxifape além do eucalipto transgênico. A reunião foi interrompida e a votação passará para a primeira quinzena de abril.
Na manhã desta quinta, outras mil mulheres do MST dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ocuparam a empresa FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda., da Suzano Papel e Celulose, no município de Itapetininga, em São Paulo.
O local da ocupação em Itapetininga é onde está sendo desenvolvidos os testes com o eucalipto transgênico, conhecido como H421. Na ocasião, as Sem Terra destruíram as mudas dos eucaliptos transgênicos.
A ação, que faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, pretende denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênico, a ser votado na CTNBio, pode causar ao meio ambiente.
De acordo com Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do MST, o histórico das decisões da Comissão atenta à legislação brasileira e à Convenção da Biodiversidade do qual o Brasil é signatário.
“O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria de seus integrantes se colocam em favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública”, observa.
Para Brunetto, todo transgênico aprovado significa mais agrotóxicos na agricultura, já que os pacotes aprovados para comercialização sempre incluem um tipo de veneno agrícola.
“O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Uma pesquisa recente da Universidade de Brasília concluiu que, na hipótese mais otimista, 30% dos alimentos consumidos pelos brasileiros são impróprios para o consumo somente por conta de contaminação por agrotóxicos”, completou.
No caso do eucalipto, o pedido de liberação do transgênico é da Suzano, empresa de papel e celulose.
“Se aprovado pela comissão esse pedido, o eucalipto reduziria sua rotação de seis/sete anos para, apenas, quatro anos. O gasto de água será maior que os 25 a 30 litros/dia de por cada eucalipto plantado que se utiliza hoje. Estamos, novamente, chamando atenção para o perigo dos desertos verdes”, afirmou Catiane Cinelli, integrante do Movimento de Mulheres Camponesas.
Confira mais imagens da manifestação