A Pax Christi Internacional, movimento católico pela paz com 120 organizações membros que promovem a paz, o respeito pelos direitos humanos, a justiça e a reconciliação em todo o mundo, publica mensagem em que manifesta preocupação com a atual situação no Afeganistão. Leia na íntegra:
Como parte da programação do último dia de atividades da 1ª Semana de Resistência Camponesa, a Comissão Pastoral da Terra no estado do Mato Grosso (CPT-MT) apresenta, às 18 horas, de Cuiabá- MT, desta sexta-feira, 30 de julho, o lançamento do Documentário: “História de luta, Resistência e Conquista de Terra do PDS Nova Conquista II.”
Imagens: Andressa Zumpano/CPT Nacional
Texto: Franci Monteles e Yndara Vasques – Articulação Agro é Fogo | Imagem: Articulação Agro é Fogo
A estiagem se aproxima, e com ela a ameaça dos incêndios florestais. A Articulação Agro é Fogo lança este mês a série de vídeos e podcast “Povos e Comunidades Tradicionais em Alerta” com o objetivo de advertir sobre os riscos de aumento dos incêndios criminosos, desmatamentos e conflitos agrários no Pantanal, Amazônia e Cerrado. As mensagens vêm dos povos e comunidades tradicionais das florestas, dos campos e das águas que sofrem as consequências graves da devastação ambiental gerada pelo fogo criminoso intensificado nos últimos dois anos.
Na série “Povos e Comunidades Tradicionais em Alerta”, as lideranças comunitárias e brigadistas que habitam os três biomas relatam a real dimensão do que vivenciam em seus territórios. Os conflitos são relacionados ao ciclo que envolve grilagem, desmatamento e incêndios criminosos, que pressiona os moradores a deixarem suas terras e causa graves violações de direitos humanos e territoriais, além de danos à biodiversidade. Os vídeos da série, um total de três, poderão ser acessados nas redes sociais da Articulação Agro é Fogo (You Tube, site, Instagram e Facebook).
O primeiro vídeo da série apresenta o Alerta do Pantanal, a maior área úmida continental do planeta. “O Pantanal é uma grande bacia que conecta o Cerrado e a Amazônia”, explica Cláudia de Pinho, coordenadora da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira. Ao lembrar dos incêndios ocorridos em 2019 e 2020, ela afirma: “Para as comunidades pantaneiras, o avanço do fogo não foi surpresa. Já havíamos alertado que haveria um período de seca intensa. A natureza nos dava o sinal. O fogo veio de uma forma avassaladora”. Cláudia conclui que “é preciso manter as comunidades tradicionais no Pantanal, elas são as guardiãs desse grande bioma”.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os anos de 2019 e 2020 apresentaram recordes na quantidade de focos de queimadas no Cerrado (50,3 e 43,6 mil), no Pantanal (5,9 e 16,9 mil) e na Amazônia (65,7 e 73,9 mil), totalizando, 141,6 mil focos em 2019 e 153,5 mil focos até 27 de setembro de 2020.
Não por coincidência esses recordes acontecem no governo do presidente Jair Bolsonaro, que flexibiliza as políticas ambientais e enfraquece os órgãos de fiscalização e controle, a serviço da expansão criminosa do agronegócio. Assim, o governo segue em seu compromisso de “passar a boiada”, institucionalizando a grilagem
Defender a permanência de povos e comunidades tradicionais em seus territórios é também defender que o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia continuem vivos. Em 2020, Leônida Aires, pantaneira da Barra de São Lourenço, do Mato Grosso do Sul, vivenciou a chuva de cinzas na sua comunidade, devido aos incêndios. Hoje, ela tenta evitar que isso se repita. “Queimou tudo: o verde, os animais, a vida. Não vimos nenhuma providência para esse ano das autoridades competentes. Precisamos de ajuda, pois, o fogo deve voltar”, alerta.
Focos de incêndio em 2019/2020
Pantanal: aumento de 530% de focos de incêndio. Dos 286 focos de incêndios, 152 foram registrados em propriedade privada.
Amazônia: 43,6% dos focos de queimadas estão associados a desmatamento recente no bioma.
Cerrado, na fronteira agrícola do Matopiba: nos últimos 20 anos, 12,23 milhões de hectares foram desmatados entre 2000 e 2019.
Fonte: Instituto Centro de Vida (ICV) / Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais / PRODES Cerrado do INPE.
As discussões, divididas em dois dias, envolvem participantes de diversas organizações e movimentos sociais do Brasil, com representantes da Europa e da América Latina. Dentre os objetivos do primeiro dia do seminário: aprofundar o debate da conjuntura política, diversidade sexual e de gênero e lutas de classe no campo e abordar os desafios e diversidade sexual e de gênero no movimento internacional da Via Campesina.
No último final de semana, mais um trabalhador rural foi assassinado no Maranhão. Esta já é a quarta morte em decorrência de conflito no campo registrada no estado, apenas neste ano de 2021. A CPT Regional Maranhão divulga nota de pesar pela morte do trabalhador e cobra do Estado uma resposta ante a escalada de violência no campo maranhense.
Advogado com trajetória reconhecida pela defesa dos direitos humanos no Sul do Pará, região minada por conflitos no campo, José Vargas Júnior está preso há mais de seis meses. Seu julgamento está marcado para 12 de julho. O advogado foi acusado injustamente por envolvimento na morte do então candidato a vereador de Redenção (PA) e presidente de uma associação de pessoas com epilepsia, Cícero José Rodrigues, desaparecido em 20 de outubro de 2020.
Página 173 de 188