COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

O governador do Pará, Helder Barbalho, mandou um avião para Marabá (PA), no dia 24 de janeiro, para prender o fazendeiro condenado pelo massacre da Fazenda Ubá, de 1985. José Edmundo Ortiz Vergolino tem 82 anos de idade e foi condenado a 152 anos de reclusão, em 2017, pelo assassinato de sete trabalhadores rurais ocupantes da Fazenda Ubá, em São João do Araguaia.

(Com informações do site Zedudu e da equipe da CPT de Marabá)

No dia em que dezenas de pecuaristas da região fizeram manifestação em Marabá cobrando do estado mais rigor contra as ocupações de propriedades rurais, na ocasião da prisão de José Iran dos Santos Lucena, seu filho Matheus da Silva Lucena e de Hamilton Silva Ribeiro, por integrarem a maior milícia armada com atuação no campo na região sudeste do Pará, o fazendeiro José Edmundo Ortiz Vergolino, condenado a mais de 152 anos de prisão pelo massacre da Fazenda Ubá, foi preso em sua residência. O crime pelo qual foi condenado ocorreu em 1985.

A prisão de José Vergolino ocorreu por volta das 9 horas da manhã do dia 24 de janeiro, em sua residência, na Marabá Pioneira. O delegado Marcelo Delgado, que chegou ao local por volta das 6 horas da manhã, foi atendido pelo próprio pecuarista e deu voz de prisão ao idoso, que não esboçou nenhum tipo de reação. Ele foi levado para a Superintendência de Polícia Civil, na Folha 30, Nova Marabá, onde prestou depoimento. Por volta das 17 horas ele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito. Em seguida, já a noite, foi levado para o Aeroporto de Marabá, onde um avião do Grupamento Aéreo de Segurança Pública o aguardava, com policiais que fizeram sua escolta até Belém.

Na ocasião, o advogado do fazendeiro, Gilberson dos Santos Santis, informou que ingressaria ainda nesta sexta-feira, 25, com um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado pedindo a prisão domiciliar ou hospitalar, devido a problemas de saúde: retenção urinária, osteoporose e pressão alta, por exemplo. Segundo o advogado, o mandado de prisão contra seu cliente havia sido expedido em 2017, mas ele não tinha conhecimento e só agora foi cumprido. 

LEIA TAMBÉM: NOTA PÚBLICA - A prisão do chefe da milícia armada dos fazendeiros do Sudeste do Pará

MASSACRES NO CAMPO - São João do Araguaia - 13/06/1985

Entenda o caso
José Vergolino, filho de José Mendonça Vergolino, prefeito de Marabá na década de 1960, é acusado de ser mandante da execução, de acordo com os dados do Centro de Documentação da CPT, de sete trabalhadores rurais - sendo uma das vítimas uma adolescente grávida - ocupantes da Fazenda Ubá, em 1985, em São João do Araguaia.

Ele chegou a ser julgado e condenado pelo Tribunal de Justiça do Pará e pela Corte Internacional de Direitos Humanos (CIDH), que também condenou o Brasil e o Pará pelo episódio. O pecuarista chegou a cumprir pena em 2006, no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), em Marabá, mas teve concedida a prisão domiciliar.

Em 2007, as Câmaras Criminais Reunidas lhe concederam alvará de liberdade provisória. Em 2010, foi firmado um acordo entre os familiares das vítimas, o Estado Brasileiro e o Pará sobre o caso na CIDH. Mas somente em 2017 foi expedido um novo mandado de prisão preventiva, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.

 

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