CPT, movimentos e organizações sociais divulgarm carta de repúdio à decisão do juiz Murilo Lemos Simão que absolveu, no dia 04 de abril, o mandante do assassinato do casal de extrativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo. A nota relata a imparcialidade do juiz antes e durante o julgamento. O mesmo juiz já havia absolvido, ano passado, mandante e pistoleiros responsáveis pela morte de um sindicalista no Pará. Confira o documento na íntegra:
(Foto: Fora do Eixo)
A primeira vez que José Batista Afonso encontrou o casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santos da Silva foi em uma reunião, em 1996, às margens do rio Tocantins. O objetivo era discutir a criação de um assentamento agroextrativista para os trabalhadores rurais que viviam na área, ainda bastante preservada e rica em castanhais. Desde então, Batista acompanhou de perto da luta do casal. Advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ele foi assistente da acusação dos réus acusados de planejar e executar o casal de ambientalistas. Confira entrevista abaixo:
José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foram assassinados em maio de 2011, em um assentamento de Nova Ipixuna. Eles denunciavam a extração ilegal de madeira na região. Representante da Anistia Internacional ressaltou que, a todo momento, no julgamento era levantada a tese de que o próprio casal provocou o seu assassinato, com as denúncias que fazia. Um claro sinal de criminalização das lutas sociais no Brasil.
O julgamento dos três acusados pelo assassinato do casal de trabalhadores rurais José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva começará nesta quarta-feira no Fórum de Marabá, a cerca de 600 quilômetros da capital paraense.
Na manhã desta terça (02/4), Fábio dos Santos Silva, dirigente do MST na Bahia, foi brutalmente executado por pistoleiros com 15 tiros, na frente de sua mulher e de uma criança. O dirigente já vinha sendo ameaçado de morte na região de Iguaí (BA).
Com presença da Força Nacional para garantir os estudos de impacto ambiental da hidrelétrica no rio Tapajós, indígenas se sentem "traídos" pelo governo federal, temem enfrentamento e afirmam: "nós vamos dizer como queremos ser consultados".