Em carta enviada a representantes permanentes dos Estados Membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a ONG Human Rights Watch questiona a política ambiental do Governo Bolsonaro, frente à possibilidade de participação ativa do Brasil na OCDE.
Ao mesmo tempo em que o Governo do Estado de Minas Gerais negocia, à portas fechadas, um acordo de reparação com a mineradora Vale sem a participação dos atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão em Brumadinho, o governador Romeu Zema discursou em homenagem aos 272 mortos, mascarando seus reais interesses em relação a mineração no estado. Organizações sociais se posicionaram contra as contradições do governador em nota pública.
Diante da negociação em andamento, a Articulação Popular São Francisco Vivo, que representa centenas de organizações populares e entidades sociais da Bacia Hidrográfica do São Francisco, e outras redes e coletivos em apoio, também protesta contra o acordo e a exclusão do Rio São Francisco como região atingida. Leia em anexo.
Confira abaixo a nota pública NÃO AO ACORDÃO DO GOVERNO DE MINAS GERAIS COM A VALE S/A: Zema, o Rei da hipocrisia e da subserviência às mineradoras!
NÃO AO ACORDÃO DO GOVERNO DE MINAS GERAIS COM A VALE S/A
O Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, estava na Base Bravo, no Córrego do Feijão, em Brumadinho-MG, dia 25 de janeiro de 2021, dia que completaram-se dois anos do CRIME/TRAGÉDIA DA VALE E DO ESTADO de Minas Gerais, que matou de imediato 272 pessoas e o Rio Paraopeba e deixou desaparecidas 11 pessoas até hoje. O governador aproveitou o momento de dor das famílias e de todos/as aqueles/as que dependem do Rio Paraopeba para, mais uma vez, tentar lucrar politicamente, enleado em um monte de contradições. A principal delas: o governador defende os interesses das mineradoras e não do povo. Eis outras contradições do governador:
Estes são alguns dos crimes continuados e crescentes referentes ao crime/desastre da mineração na região de Brumadinho. O Governador Zema está sendo, assim, subserviente às mineradoras e, de forma oportunista e mentirosa, declarou no Córrego do Feijão: “tenho certeza de que lições foram tiradas dessa tragédia, de que ela, do que depender de nós, não se repetirá. Não podemos ver famílias destroçadas por erros como aqueles que foram cometidos aqui”. Não foi só erro, foi crime planejado. Se tivesse tirado lições, o Governo de MG não estaria decidindo sempre conforme os interesses das mineradoras. Zema não está fazendo nada para que outros crimes/tragédias não aconteçam. Em vez disso, está liberando novos grandes projetos de mineração que são criminosos. O governo de MG, de forma sistemática, apoia, sem critérios ambientais e sociais, todos os projetos das mineradoras, aprova licenças, assina protocolos de intenções, decretos e, agora, este acordão injusto com a Vale S/A.
Basta de hipocrisia e de subserviência aos interesses do capital! Não ao acordão da Vale S/A com o Zema!
Assinam esta Nota:
Rede Igreja e Mineração – Minas Gerais
Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário (RENSER), da Arquidiocese de Belo Horizonte
Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP)
Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais
Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia (SINFRAJUPE)
Articulação das Pastorais do Campo de Minas Gerais
Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade (AFES)
Comitê Popular da Zona Rural de Brumadinho- Piedade do Paraopeba
Comissão Regional de Enfrentamento a Mineração na Serra do Brigadeiro
Belo Horizonte, 28 de janeiro de 2021, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, 17 anos do massacre dos 4 fiscais do Ministério do Trabalho em Unaí, MG, por estarem fiscalizando a existência de situações análogas à escravidão em fazendas.
A Comissão Pastoral da Terra Regional Amazonas (CPT – Amazonas), lamenta profundamente a perda da Irmã Apolonia Maria de Carvalho , que atuou como voluntária da CPT na Paróquia de Rio Preto da Eva.
Ao reduzir a vacinação prioritária apenas ao que definiu arbitrariamente como “indígenas aldeados”, o governo federal exclui grande parte da população indígena do acesso à saúde pública. Confira nota pública divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário:
Via Cimi
Reflorestamento e pecuária são as destinações mais comuns, segundo o Incra; PL busca flexibilizar regras para aquisição. Setores críticos à proposta, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), avaliam que a flexibilização traz riscos não só para a soberania nacional, mas para a segurança alimentar dos brasileiros. Hoje, o país tem 100 milhões de hectares de terras agriculturáveis e 4,5 milhões de sem-terra.
A ONG Repórter Brasil sofreu uma série de ataques cibernéticos nos últimos dias, o que chegou a deixar seu site fora do ar por dois dias. De acordo com a organização, os invasores ameaçaram continuar a ação caso algumas reportagens não sejam apagadas. Na manhã do dia 7 de janeiro, a sede da Organização sofreu uma tentativa de invasão. Os vizinhos do imóvel impediram a ação. A CPT se solidariza com a Repórter Brasil e exige "célere investigação e responsabilização dos que, na sombra, tentam sem sucesso enfraquecer o justo exercício da cidadania e a indispensável resistência da sociedade civil brasileira". Confira o documento: