A Comissão Pastoral da Terra – CPT, consternada, lamenta o falecimento do educador Carlos Rodrigues Brandão, aos 83 anos, ocorrida ontem, 11 de julho, em Campinas (SP), depois de longa enfermidade. Entre a imensa lista de contribuições inestimáveis do querido Brandão, está também a colaboração com a CPT, desde seus antecedentes e primórdios, na diocese de Goiás, junto a Dom Tomás Balduino, um dos seus principais criadores, e às Comunidades Eclesiais de Base - CEBs.
Vem daí também, da imersão no mundo rural e nele na religião popular, de que Brandão foi mestre dos mestres, nossa compreensão do serviço abnegado à causa camponesa, em sua luta e resistência pela terra e nos territórios – seu poder próprio. Uma pastoral de Educação Popular, na melhor tradição de Paulo Freire, de quem ele era amigo.
Seja pela assessoria em encontros nossos de formação e assembleias, seja pela profusão de livros (mais de 100 títulos), artigos e poemas, Brandão nos ensinou e continua a nos ensinar o valor da Vida, na Natureza das coisas e das gentes, tal como ela se dá, como matéria e finalidade da Educação, toda ela e, em especial, a Popular.
Alertou e continua alertando profética e amorosamente a CPT sobre as várias e ricas identidades culturais e religiosas do mundo camponês. Uma pedagogia que sublinha o protagonismo dos camponeses e das camponesas, cifra fundamental do serviço da CPT, chamada a valorizar, sempre, junto com a dimensão de classe, o papel fundamental das ancestralidades e espiritualidades nas lutas por terra, água e direitos.
Nossa gratidão imensa ao humano gigante e educador único que foi Carlos Brandão! Sejamos dignos do seu legado! Agora, encantado, continue a zelar por nós e por nossa obra, a qual tanto inspirou!
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