Em meio à pandemia, eles têm medo de morrer, mas de morte “matada”; Agropecuária Mata Sul S/A vigia posseiros com câmeras em postes; boletins de ocorrência registram tentativas de atropelamento pelo dono da empresa, irmão de um prefeito da região.
Quem ganha com a destruição do rio Teles Pires? Na última matéria da série ‘A morte anunciada de um rio’ a jornalista Juliana Arini destrincha o complexo mundo dos negócios das hidrelétricas. Falta de transparência e irregularidades fazem parte deste processo. O contexto atual dos negócios hidrelétricos e a pandemia também é abordado nesta matéria
O mundo está vivendo o aprofundamento de mais uma imensa crise econômica. Quando isso aconteceu, há mais de uma década, a crise provocada por um colapso do setor financeiro desencadeou uma corrida global por terras agricultáveis. Fundos de pensão, empresas financeiras e bilionários buscaram refúgio na especulação com terra e recursos naturais.
Diante da possibilidade de ser colocada em votação a medida provisória 910/19 que altera regras da regularização fundiária de imóveis da União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota em que pede ao Congresso que, no momento de crise sanitária do Coronavírus, não coloque a MP em votação. No texto, o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reitera a posição da entidade que, no seu dever cristão de defender a vida, principalmente dos pobres e da natureza, pede, mais uma vez, que se reconheça o momento inapropriado para se debater esse tema e que não ponha a medida provisória (MP) em votação. Segundo a Câmara dos Deputados, o texto, editado em dezembro no ano passado, perde a validade na terça-feira da próxima semana (19), se não for votado. Leia a Nota na íntegra:
Na terceira matéria da série ‘A morte anunciada de um rio’ sobre as ameaças na região do rio Teles Pires, localizada no Alto Tapajós, abordamos a relação estreita entre mineradoras e os empreendimentos hidrelétricos. O primeiro projeto de médio porte para a geração de energia nas águas da bacia do Alto Tapajós, na Amazônia, foi a Usina Hidrelétrica (UHE) Dardanelos, em Aripuanã, Mato Grosso. Erguida em 2008, em meio ao Salto das Andorinhas, a 976 quilômetros da capital, a hidrelétrica tem capacidade para menos de 100 Mw/h, mas mesmo assim gerou inúmeras polêmicas durante o seu licenciamento, impactou terras indígenas e o meio ambiente.
Diante de diversas ameaças, entre elas a pandemia de Covid-19 e os conflitos no campo, a CPT Regional Rondônia divulga Nota Pública por meio da qual exige investigação dos casos de violência praticados por milícias da região, contra povos e comunidades tradicionais no estado. Confira: