Dez dias após a execução a tiros de Cícero Guedes dos Santos, 48 anos, líder do MST em Campos, outro integrante do movimento foi assassinado na região. A lavradora Regina dos Santos Pinho, 56, foi encontrada morta por asfixia, nesta quarta-feira, em casa, no assentamento Zumbi dos Palmares 4. Ela estava com um lenço amarrado no pescoço e com parte do corpo nu. O Incra enviou representantes da Ouvidoria Agrária para acompanhar as investigações.
“Não somos contra o desenvolvimento do país, mas não aceitamos ter nossas vidas destruídas em nome de um tipo de progresso que só irá beneficiar os grandes empresários que ficarão cada vez mais ricos”. Foi em clima de indignação e revolta contra grandes projetos hidrelétricos do Governo Federal previstos para a Bacia do Tapajó, que aproximadamente 500 indígenas Munduruku realizaram a grande Assembleia entre os dias 29 de janeiro a 1º de fevereiro, no município de Jacareacanga, Pará.
No Paraná, dos 19 crimes ocorridos entre 1994 a 2009, o caso do assassinato do agricultor sem terra Sebastião Camargo é o quarto a ser julgado. Nesta segunda-feira, 4 de fevereiro, foi realizado no Tribunal do Júri de Curitiba o segundo júri popular de um acusado de participação na morte do sem terra. Pelo menos cinco crimes cometidos contra agricultores sem terra ou pessoas ligadas a defesa de direitos dos trabalhadores do campo estão com julgamento previsto para o primeiro semestre deste ano.
Policiais militares participaram de uma ação que provocou o aborto de uma acampada, na fazenda Capão Muniz, em Rio Pardo (MG). A trabalhadora rural Eva passou mal após policiais invadirem sua casa e de seu marido, Valmir, ameaçando o casal e exigindo o endereço de Isaias Dias de Oliveira, liderança do MST no município. No momento da invasão, Eva, grávida de quatro meses, perdeu os sentidos e teve uma hemorragia. Os policiais deixaram-na em frente a um hospital da cidade, onde posteriormente constatou-se que Eva havia sofrido um aborto.
Somente em janeiro deste ano, ao menos três aldeias Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul sofreram ameaças de morte. Segundo os indígenas das comunidades Guaiviry, Takuara e Laranjeira Nhanderu, fazendeiros, jagunços ou arrendatários de propriedades que incidem sobre os territórios reivindicados pelos indígenas são os responsáveis pelos ataques, que tem como pano de fundo o contexto da luta pela terra.
O suspeito de ter mandado matar Cícero Guedes dos Santos, dirigente do MST em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, foi preso. José Renato Gomes de Abreu será apresentado na Delegacia do Centro de Campos na manhã desta sexta-feira, 1º de fevereiro. "O acusado não possui nem nunca possuiu nenhum tipo de vínculo com o MST. Não participa de nenhuma de nossas instâncias. O acusado, ao contrário, representava interesses criminosos que pela força tentaram dominar o acampamento", diz a direção do Movimento no Rio de Janeiro em nota.