“Nunca imaginei este nível de depredação”, assinalou Luis Infanti, Bispo da região de Aysén (Patagônia Chilena), em visita na província de Petorca, onde há mais de uma década camponeses sofrem pela falta de água para seus cultivos e para o consumo humano, causada pela ação expropriatória do agronegócio nesse território.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos – CIDH denunciou que 14 defensores de direitos humanos foram assassinados na América Latina desde o início de 2017. O órgão expressou sua “profunda preocupação” pelo número, que considerou alto.
O ex-militar Henry Javier Hernández Rodríguez foi levado para Honduras e é o oitavo preso na investigação.
(Fonte: Brasil de Fato | Imagem: Telesur TV )
A Polícia Federal do México prendeu na última quinta-feira (12) mais um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da ambientalista hondurenha Berta Cáceres. O ex-militar Henry Javier Hernández Rodríguez, de 26 anos, acusado de executar o crime, foi levado para Honduras neste domingo (15).
Cáceres foi assassinada em março de 2016, em La Esperança, no oeste de Tegucigalpa, capital de Honduras. Vencedora do Prêmio Ambiental Goldman (considerado o "Nobel verde"), fez muitos inimigos durante seus anos de luta contra os excessos ambientais em Honduras.
Sua última batalha era travada contra a construção da barragem de Agua Zarca, no rio Gualcarque, local considerado sagrado para o povo Lenca. A Agência de Investigação Criminal de Honduras revelou que o assassinato da militante tem relação direta com sua luta contra a hidrelétrica.
Para conter a obra, Cáceres mobilizou comunidades indígenas e levou sua campanha para fora das fronteiras de Honduras, conseguindo que o Banco Mundial e a empresa pública chinesa Sinohydro abandonassem o projeto de construção.
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A empresa hondurenha Desarrollos Energético SA (DESA), então, ficou responsável pelo empreendimento. O diretor da DESA, Sergio Ramón Rodríguez Orellana, teria ordenado o assassinato da ativista. Com Hernandez, agora são oito os presos envolvidos com o crime.
Cáceres também liderou manifestações de denúncia ao golpe de Estado contra o então presidente Manuel Zelaya, em 2009. Além disso, ela era contra a criação de bases militares dos Estados Unidos em território hondurenho.
Em 1993, ela co-fundou o Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH) para lutar em defesa do meio ambiente e pelo resgate da cultura Lenca.
Um novo apelo em favor do povo indígena Shuar do Equador chega da Repam, a Rede Eclesial Panamazônica, que, na última sexta-feira, emitiu um detalhado comunicado de imprensa para manifestar a sua “preocupação e firme denúncia dos acontecimentos recentes com relação ao povo Shuar do Equador, na província de Morona Santiago, especificamente com respeito ao desalojamento dos povoadores, indígenas e agricultores, da comunidade Nankints, em favor dos interesses da empresa de mineração chinesa Ecuacorrientes S.A.”.
(Reportagem publicada por Servizio di Informazione Religiosa – Tradução de Moisés Sbardelotto)
De acordo com a Repam, o que está acontecendo está relacionado com “a política de super-exploração dos bens naturais que foi imposta na região amazônica com a concessão de direitos a grupos privados, vulnerabilizando gravemente os direitos humanos e a proteção dos ecossistemas”.
A declaração continua: “Entendemos a vocação para o desenvolvimento social das mulheres e dos homens do Equador, mas a saída não pode se limitar a continuar extraindo os recursos naturais nos espaços mais frágeis e vulneráveis, porque a pobreza que se quer combater momentaneamente chegará igualmente e de forma mais dramática para esses territórios”.
Daí, também em referência às palavras proferidas pelo Papa Francisco na sua visita ao Equador, o pedido de respeito pelos direitos das populações e, em particular, de consulta prévia e livre, de diálogo e de não repetir atos de força e violência.
“Era uma das sábias mais relevantes da nossa história, sobretudo da nossa cultura”, disse o sobrinho de Rosa, Willy Rengifo.
(Reportagem de Dn.pt – Reprodução IHU)
Um mês antes da morte de Rosa, o diretor de Línguas Indígenas do Ministério da Cultura, Agustín Panizo, tinha começado um projeto para documentar a língua resígara, para o qual a ajuda da mulher seria preciosa.
Rosa Andrade Ocagane era muito provavelmente a última mulher que sabia falar resígaro, um idioma falado em tempos pelos indígenas da Amazônia. Foi assassinada aos 67 anos no final de novembro na comunidade de Nueza Esperanza, na selva a norte do Peru, segundo o El País. A mulher era ainda uma das últimas 40 pessoas no mundo que sabem falar outro idioma indígena, o ocaina.
Segundo o antropólogo Alberto Chirif, Rosa e o irmão, Pablo, de 65 anos, eram os últimos que sabiam falar resígaro e ocaina, duas das 43 línguas da Amazônia, pois os seus pais eram destas duas tribos. “O pai deles era ocaina e a mãe resígara, ambos povos indígenas que estão em extinção e foram vítimas da crueldade” dos exploradores da Amazônia, explicou Chirif.
“Era uma das sábias mais relevantes da nossa história, sobretudo da nossa cultura”, disse o sobrinho de Rosa, Willy Rengifo.
Um mês antes da morte de Rosa, o diretor de Línguas Indígenas do Ministério da Cultura, Agustín Panizo, tinha começado um projeto para documentar a língua resígara, para o qual a ajuda da mulher seria preciosa.
“Os últimos registos desta língua são muito antigos, são dos anos 50. Em meados do século passado, o Summer Institute of Linguistics elaborou uma gramática e um dicionário nesta língua. Com o testemunho de Rosa e do irmão Pablo, essa informação e documentos iam ser revistos e até complementados”, disse Panizo. “Agora isso só pode será feito com Pablo”.
Segundo o censo de 2007 do Peru, 97 pessoas diziam saber ter aprendido a falar ocaina e 37 resígaro. “Mas não sabemos quantas ainda sabem falas a língua e quantas morreram”, explicou Panizo.
Natalia Verástegui, uma especialista do ministério da Educação contou que conhecer Rosa e que o povo e a língua resígara estão “em agonia”.
O assassinato de Rosa foi muito violento, pois a mulher foi encontrada “sem cabeça nem coração”, segundo Frida Vega, sobrinha da mulher.
A família diz ter sido um “assassinato por contrato” e aponta para um suspeito, conhecido por provocar discussões quando está bêbado, mas as autoridades dizem não ter provas e emitiram apenas para o indivíduo uma ordem de afastamento do local.
O militante do COPINH foi alvejado com quatro disparos em frente à sua casa. Há duas semanas a liderança hondurenha Berta Cáceres também foi assassinada. Via Campesina fez um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos.
(Fonte: MAB)
Com profunda preocupação e indignação recebemos a notícia de mais um assassinato em Honduras. Nelson Garcia, militante do Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), foi assassinado ontem (15) a tarde com quatro disparos em frente à sua casa. No período da manhã, ele e mais 150 famílias haviam sido desalojados por militares e policiais na comunidade Rio Chiquito, norte de Honduras.
A morte de Garcia, pai de cinco filhos, ocorre apenas duas semanas após o assassinato da liderança hondurenha Berta Cáceres, dirigente do COPINH. Além disso, o mexicano Gustavo Castro, ferido e testemunha do assassinato de Berta, coordenador do MAPDER e M4, ainda permanece impedido arbitrariamente de sair do País por 30 dias, mesmo depois de realizadas todas as declarações.
Ainda ontem, Christian Mauricio, da Via Campesina, sofreu um atentado na capital do País. Três pessoas cercaram o jovem e atiraram contra ele, que estava em frente à instalação da Via Campesina. Christian foi encaminhado ao hospital e passa bem. A Via Campesina de Honduras fez um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos sobre a grave situação.
Nos solidarizamos aos companheiros do COPINH, da Via Campesina e a Gustavo Castro, nesta situação tão grave que a população passa em Honduras, que, desde o golpe sofrido em 2009 contra o presidente eleito Manuel Zelaya, tem enfrentando uma intensiva ofensiva contra os Direitos Humanos.
Esta semana se inicia o marco da missão internacional "Justiça para Berta Cáceres", com participação de organizações hondurenhas como o próprio Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), a Red Nacional de Defensoras de Derechos Humanos en Honduras e, também de pessoas, coletivos e organizações de uma rede de solidariedade internacional que vem sendo construída em apoio ao povo de Honduras.
Após a morte de outro líder do COPINH, Nelson Noé Garcia, se vê que a repressão não constitui em um fato isolado, mas sim em uma violação sistemática dos Direitos Humanos que estão se tornando cotidianas a fim de assegurar os interesses das empresas transnacionais.