COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

O militante do COPINH foi alvejado com quatro disparos em frente à sua casa. Há duas semanas a liderança hondurenha Berta Cáceres também foi assassinada. Via Campesina fez um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos.

 

(Fonte: MAB)

Com profunda preocupação e indignação recebemos a notícia de mais um assassinato em Honduras. Nelson Garcia, militante do Consejo Cívico de Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), foi assassinado ontem (15) a tarde com quatro disparos em frente à sua casa. No período da manhã, ele e mais 150 famílias haviam sido desalojados por militares e policiais na comunidade Rio Chiquito, norte de Honduras.

A morte de Garcia, pai de cinco filhos, ocorre apenas duas semanas após o assassinato da liderança hondurenha Berta Cáceres, dirigente do COPINH. Além disso, o mexicano Gustavo Castro, ferido e testemunha do assassinato de Berta, coordenador do MAPDER e M4, ainda permanece impedido arbitrariamente de sair do País por 30 dias, mesmo depois de realizadas todas as declarações.

Ainda ontem, Christian Mauricio, da Via Campesina, sofreu um atentado na capital do País. Três pessoas cercaram o jovem e atiraram contra ele, que estava em frente à instalação da Via Campesina. Christian foi encaminhado ao hospital e passa bem. A Via Campesina de Honduras fez um chamado de alerta aos defensores de Direitos Humanos sobre a grave situação. 

Nos solidarizamos aos companheiros do COPINH, da Via Campesina e a Gustavo Castro, nesta situação tão grave que a população passa em Honduras, que, desde o golpe sofrido em 2009 contra o presidente eleito Manuel Zelaya, tem enfrentando uma intensiva ofensiva contra os Direitos Humanos. 

Esta semana se inicia o marco da missão internacional "Justiça para Berta Cáceres", com participação de organizações hondurenhas como o próprio Consejo Cívico de  Organizaciones Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), a Red  Nacional de Defensoras de Derechos Humanos en Honduras e, também de pessoas, coletivos e organizações de uma rede de solidariedade internacional que vem sendo construída em apoio ao povo de Honduras.

Após a morte de outro líder do COPINH, Nelson Noé Garcia, se vê que a repressão não constitui em um fato isolado, mas sim em uma violação sistemática dos Direitos Humanos que estão se tornando cotidianas a fim de assegurar os interesses das empresas transnacionais.

 

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