“Nós vamos continuar nos desafiando, nos reinventando diante a tudo que está sendo colocado ao nosso povo, porque nós povos originários construímos o viver todos os dias”. Lideranças das comunidades de todo país estiveram reunidos virtualmente nos dias 17 e 18 de fevereiro no Encontro da Articulação de Povos e Comunidades Tradicionais (APCT) para fortalecer as articulações nacionais de povos e comunidades tradicionais. O Encontro fez memória de Fátima Barros, liderança quilombola do Tocantins, que faleceu em março de 2021, vítima da Covid-19. Confira:
Na Reserva da Costa do Descobrimento, eucalipto e do café disputam espaço pela redução de pastagens e concorrem com a necessária expansão da floresta
Por Fernanda Cozumenco | O Eco
O assassinato de uma criança de nove anos — que estava escondida debaixo da cama junto com sua mãe — denotou a tensão agrária gerada pelos conflitos da posse de terra que se arrastam há décadas na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Jonatas de Oliveira dos Santos foi morto a tiros na casa onde morava no engenho Roncadorzinho, zona rural do município de Barreiros (PE). O alvo principal dos assassinos seria o pai da criança, Geovane da Silva Santos, que foi baleado, mas sobreviveu. Ele é presidente da Associação dos Agricultores Familiares do local. A comunidade onde Jonatas morava tem 76 famílias, que vivem em uma área da antiga usina Santo André, falida há 22 anos. Do total, 30 eram trabalhadoras da extinta empresa e são credoras da massa falida.
Há anos os moradores de comunidade tradicional da zona rural de São Luís (MA) travam batalhas na justiça contra a construção de um porto na praia de Cajueiro. A empresa responsável pelo empreendimento passou a se apresentar como proprietária de uma área de aproximadamente 200 hectares, na qual ainda habitavam muitas famílias. Frente às irregularidades fundiárias e a inação das instâncias jurídicas estaduais e nacionais, o Conselho Nacional de Direitos Humanos encaminhou uma denúncia à CIDH, contra o Estado brasileiro.
Por Laura Toyama | Le Monde Diplomatique Brasil
Porto Velho (RO) – Casal de camponeses, do Acampamento Thiago dos Santos, Ilma Rodrigues dos Santos, 45 anos, e seu marido Edson Lima Rodrigues, 43, foram assassinados com tiros na cabeça na quinta-feira (17). Os corpos do casal estavam ao lado da camionete deles que foi incendiada.O crime aconteceu na localidade conhecida como 8° Linha do Ribeirão, no Distrito de Abunã, a 200 quilômetros de Porto Velho (RO). Ilma e Edson viviam no acampamento Thiago dos Santos, na região da fazenda Nova Brasil. Esse local é cercado de muita tensão e conflitos, inclusive com policiais, desde 2018.
Polícia Civil suspeita que eles participaram do assassinato de Jonathas, de 9 anos, morto a tiros no dia 10, na Zona da Mata de Pernambuco
Via CUT, com apoio da RBA
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