COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Juíza determina redução da multa, mas confirma sentença em caso de jardineiro com câncer terminal. Decisão poderá desencadear onda de ações milionárias contra empresa recém-adquirida pela multinacional alemã.

 

(Fonte: Deutsche Welle | Imagem: Agência Brasil)

A gigante agroquímica alemã Bayer anunciou nesta terça-feira (23/10) que apelará da decisão judicial que confirma a sentença – a primeira desse tipo nos Estados Unidos – segundo a qual o herbicida glifosato foi a causa do câncer terminal de um homem.

Embora a juíza Suzanne Ramos Bolanos, da Califórnia, tenha reduzido consideravelmente a indenização imposta em agosto em primeira instância – de 289 milhões de dólares para 78 milhões de dólares –, a Bayer tenciona impugnar a decisão que atribui risco de saúde ao herbicida comercializado por sua filial Monsanto sob a marca Roundup.

As ações da Bayer na bolsa de valores de Frankfurt caíram 6,69% após a decisão, elevando as suas perdas para mais de 30% desde o início do ano.

O autor da ação é Dewayne "Lee" Johnson, de 46 anos, diagnosticado em 2014 com câncer linfático terminal, depois de manusear regularmente Roundup e Ranger Pro – outro produto da Monsanto – quando trabalhava como jardineiro na área de San Francisco. Seu caso – abordado em regime de urgência, pois, segundo os médicos, não lhe resta muito tempo de vida – estabelece um precedente para uma eventual onda de processos contra a Monsanto.

A indenização é composta de duas partes: 39 milhões de dólares para compensar os prejuízos financeiros e à saúde de Johnson e 250 milhões como multa. É esse valor que deve agora ser reduzido para 39 milhões, determinou a juíza, argumentando que ele não poderia ser maior do que a indenização ao requerente.

LEIA TAMBÉM: Camponeses do MPA realizam II Festival das Sementes Crioulas na Bahia

Monsanto coage países africanos e empurra milho para o resto do mundo

Declaração final do FAMA reafirma: “água não é mercadoria, a água é do povo”

Bolanos deu a Johnson prazo até 7 de dezembro para decidir se aceita a indenização reduzida. Caso positivo, será indeferido o pedido da Monsanto de um novo juízo. A empresa enfrenta atualmente nos EUA milhares de ações, acusada de não anunciar devidamente o grave perigo que o glifosato representaria para a saúde.

A multinacional alemã Bayer – que adquiriu a polêmica companhia de biotecnologia agrícola em meados de 2018, por cerca de 63 bilhões de dólares – comentou que a redução da indenização é "um passo na direção certa", mas insiste que o veredicto original iria contra as provas apresentadas pela defesa.

Um estudo de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o glifosato "provavelmente causa câncer". A Monsanto e a Bayer rebatem esse potencial cancerígeno, alegando ter a seu favor "mais de 800 estudos científicos, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), os institutos nacionais da saúde e observadores por todo o mundo".

AV/dpa/afp/lusa

Save
Cookies user preferences
We use cookies to ensure you to get the best experience on our website. If you decline the use of cookies, this website may not function as expected.
Accept all
Decline all
Read more
Analytics
Tools used to analyze the data to measure the effectiveness of a website and to understand how it works.
Google Analytics
Accept
Decline
Unknown
Unknown
Accept
Decline