A Comissão Pastoral da Terra no Mato Grosso do Sul (CPT-MS) lançou, no último dia 28 de julho, a publicação “Conflitos no Campo de 2016”, no auditório da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no município de Dourados (MS). A mesa de lançamento foi composta por Roberto Carlos de Oliveira, agente da CPT, e Flávio Vicente Machado, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
(Fonte/Imagens: CPT-MS)
Simultâneo à mesa de debates, ocorreu a apresentação de todos os relatórios publicados pela CPT (32 no total) como atividade de duas acadêmicas do curso de Ciência Sociais, Vera e Alessandra, que propuseram inserir o “Conflitos no Campo Brasil” no ementário de publicações utilizadas no curso.
O estado do Mato Grosso do Sul ainda tem uma estrutura fundiária bastante concentrada, segundo os dados do Censo Agropecuário de 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de estabelecimentos rurais no estado é de 64.862 propriedades, totalizando uma área de 30.056.947 hectares. Os estabelecimentos com até 200 ha representam 72,08% do total, possuindo apenas 5,01% da área total. Do outro lado, os estabelecimentos acima de 1.000 ha, apesar de representar apenas 10,18% do total, em termos de área, possuem mais de 76% das áreas do estado.
Esta concentração do latifúndio e, consequente, a expansão do agronegócio é traduzida em números de conflitos agrários no MS, que em 2016 somaram 60 ocorrências de conflitos no campo registradas pela CPT, impactando 16.652 pessoas. Destacamos o protagonismo dos povos indígenas no estado, nas marchas, nas retomadas, nas manifestações pela demarcação de seus territórios e direitos básicos.
E fazemos memória a Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, indígena assassinado em uma tentativa de expulsão em Caarapó. Registramos 4 casos de trabalho escravo com 82 pessoas libertas em fazendas do agronegócio, nos trabalhos com carvão, cana de açúcar, pecuária e desmatamento.
Acesse a publicação na íntegra: Conflitos no Campo Brasil 2016
Roberto Carlos de Oliveira, agente da CPT, e Flávio Vicente Machado, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).