Os cinco trabalhadores rurais que estavam presos desde o dia 7 de março na cadeia de Baianópolis, a 782 km de Salvador, Bahia, por causa de um conflito agrário, foram libertados na segunda-feira, 27, pelo juiz da comarca local, Lázaro de Souza Sobrinho, após parecer favorável do Ministério Público Estadual.
(Fonte: Jornal A Tarde)
Os trabalhadores José Pereira de Jesus, Geneildo dos Santos Silva, Antônio de Jesus, João José da Silva e Sérgio Pereira de Jesus são acusados dos crimes de roubo, porte de armas, esbulho possessório, dano qualificado e associação criminosa.
No domingo, 26, eles receberam a visita de representantes do governo do estado. Na oportunidade, anunciaram a criação de uma força-tarefa entre as secretarias de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social; Promoção da Igualdade Racial e de Desenvolvimento Rural.
LEIA TAMBÉM: Nota de Entidades e Movimentos Populares: Violência no campo baiano e brasileiro é alarmante
Campanha: #Somos Todos Porteira de Santa Cruz
1º Encontro e Feira das Comunidades Geraizeiras começa hoje na Bahia
As equipes técnicas, além de entrevistas, farão uma pesquisa a documentação para identificar os reais proprietários e as terras que são devolutas e as da União.
Os posseiros liberados fazem parte da comunidade Porteira de Santa Cruz, situada na zona rural de Serra Dourada, que com moradores de outras comunidades, somando cerca de 130 famílias, se utilizam a mais de cem anos desta área para largar o rebanho na estiagem e fazer pequenas roças de mandioca.
Membro da Associação dos Advogados dos Trabalhadores Rurais (AATR), Clóvis Araújo, disse que os moradores usam a área com cerca de oito mil hectares como Fundo de Pasto ou de Larga. “Eles, há décadas, estão sendo vítimas de empresários querendo a área”, afirmou.