No dia 24 de maio de 2017, dez trabalhadores rurais sem terra (nove homens e uma mulher) foram mortos em uma ação da Polícia Milita (PM) e da Polícia Civil do estado do Pará, supostamente organizada para cumprir mandados de prisão contra ocupantes da Fazenda Santa Lúcia / Acampamento Nova Vida. A operação foi conduzida pela Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), com apoio de contingente policial de Redenção, Conceição do Araguaia e Xinguara. 15 policiais (13 militares e 2 civis) chegaram a ser presos preventivamente em setembro de 2017, mas foram soltos por decisão no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA) no dia 18 de dezembro de 2017.
Já no dia 16 de janeiro de 2018, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, negou liminar de habeas corpus requerida pela defesa dos policiais civis e militares. Cármen afirmou, em sua decisão, que “a decisão da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz, que restabeleceu a prisão [em dezembro de 2017] está de acordo com a jurisprudência do STF no sentido de que a periculosidade do agente, evidenciada pelo risco de reiteração delitiva, é motivo idôneo para a custódia cautelar”.
ATUALIZAÇÃO:
Fernando dos Santos Araújo, sobrevivente do massacre de Pau D’Arco e principal testemunha viva do caso, foi executado na noite de 26 de janeiro de 2021 com um tiro na nuca, em seu lote, no Acampamento Jane Júlia, em Pau D'Arco. Fernando viu seu namorado morrer no massacre. Chegou a entrar no programa de proteção a testemunhas, mas decidiu encarar o risco e voltar à Santa Lúcia. “A gente já pagou por essa terra. Com o nosso sangue”, disse ele.
(Foto: Divulgação)
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