O VI Encontrão da Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais acontece entre os dias 25 e 28 de maio na Comunidade Quilombola Alto Bonito, Brejo, região do Baixo Parnaíba, no Maranhão.
(Fonte: Organização do VI Encontrão | Imagem: Eanes Silva)
A Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão é uma articulação entre indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, ribeirinhos, quebradeiras de coco, sertanejos e geraizeiros em busca do Bem Viver para todos e todas.
O tempo da gestação
A aliança entre os Povos e Comunidades Tradicionais tem raízes profundas. Somos filhos e filhas da terra. Ao longo dos séculos resistimos ao escondimento imposto pelo invasor, guardamos em nossas cabaças sementes de esperança e, de mãos dadas, insurgimos na construção do Bem Viver.
Em 2013, em Mangabeira – Santa Helena, compreendemos que uma vara sozinha se quebra fácil, mais se juntar um feixe ninguém pode quebrar.
Em 2014, no Taim – São Luis, ao redor do poço da memória, fizemos a descolonização do saber, do ser e do sentir, e assumimos o Bem Viver como horizonte possível.
Em 2015, no Território do Povo Gamela, Viana, MA, na simbologia da Mandala – compreendemos que cada um de nós é um ponto que se liga a tudo que vive! – afirmamos o sonho do Território Livre.
Ainda em 2015, no Território Quilombola Santa Maria dos Moreira/Bom Jesus, município de Codó, MA, nos encontramos para reafirmar, a partir das experiências das nossas vivências, a urgência em aprofundar a autonomia do nosso próprio processo de organização, gestão e produção.
Em 2016, entre os rios Balsas e Parnaíba, no território da comunidade sertaneja de Forquilha, Benedito Leite – MA, denunciamos as ameaças e agressões aos nossos Territórios de vida, causadas pelo modelo de desenvolvimento baseado nos projetos do capital, nossas vidas não cabem nos seus mapas.
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Carta Final: A Teia é o caminho da rebeldia e não da aceitação
Nota em solidariedade ao povo indígena Gamela
Carta dos romeiros e romeiras ao povo do Maranhão: Territórios livres para o Bem Viver dos Povos!
No mesmo ano, fomos acolhidos e acolhidas pela comunidade de quebradeiras de coco do Centro dos Pretinhos, Dom Pedro – MA. Sentimos a força e resistência de mulheres guerreiras para se religarem ao seu Território atualmente cercado por latifundiários. Também nos alegramos em saber que em outros lugares do mundo povos e comunidades se insurgem pelo direito à sua autodeterminação.
Agora estamos a caminho da comunidade quilombola Alto Bonito, Brejo – MA, região do Baixo Parnaíba. Terra de resistências e insurgências dos povos e comunidades tradicionais contra o agronegócio da soja, cana-de-açúcar, eucalipto; contra os projetos de geração de energia à custa da destruição de modos de vida; contra projetos governamentais. Nesse Encontro reafirmaremos aos que nos querem inviabilizar, que existimos, estamos de pé e em luta. Esta terra é nossa!
Participe deste VI Encontrão, traga muita alegria, seu maracá, tambor, saia de coureira, bandeiras, rede, corda, prato, colher, copo, cuia, cabaça e a contribuição de sua comunidade para a alimentação.