Desde o início desse mês, os/as participantes e colaboradores do Congresso começaram a chegar em Rondônia. São esperadas cerca de mil pessoas, que estão viajando de ônibus, van, carro, avião e outros. Confira um pouco das histórias desses viajantes:
(Equipe de Comunicação do IV Congresso da CPT/Imagem: Douglas Mansur)
Realizar este IV Congresso Nacional da CPT em plena Amazônia tem um significado muito forte. A Pastoral nasceu, há 40 anos, nesse espaço para ajudar a defender trabalhadores rurais, posseiros e peões que aqui viviam e sofriam graves violências.
Agora, ao completar quatro décadas, cerca de mil pessoas, entre agentes da CPT, trabalhadores e trabalhadoras, convidados/as e parceiros/as, saíram de suas moradas, de todos os cantos do Brasil, para voltarem às origens. Aqui, na Universidade Federal de Rondônia (Unir), será o espaço onde ouviremos do povo suas Memórias, Rebeldias e Esperanças.
A abertura do Congresso acontecerá apenas amanhã (13), mas os congressistas e colaborares das equipes de trabalho já estão em solo rondoniense desde a última semana.
Para chegarem aqui na Amazônia, mais especificamente na Unir, as delegações percorreram e, ainda estão percorrendo, muitos quilômetros. Até o início do dia 13, comitivas ainda chegarão a Rondônia.
Com cada delegação que conversamos, sempre aparecem histórias interessantes, engraçadas ou desafios enfrentados ao longo dessas viagens, sendo que algumas duram vários dias. A delegação do Maranhão, por exemplo, iniciou a viagem com destino ao Congresso na quinta-feira (9). Até então estava planejado que essa comitiva se encontraria com a delegação do Tocantins. Porém, quando passavam pela BR-222, os maranhenses foram surpreendidos por um protesto de madeireiros, que fecharam a pista. Com isso, o grupo teve de voltar 400 quilômetros percorridos. Apesar desse problema ter atrasado a viagem, agentes e trabalhadores não desanimaram. Segundo último informe, o ônibus do Maranhão já está em Rondônia. Agora está quase!
Do estado do Mato Grosso partiram duas delegações, sendo uma da região do Araguaia e do Norte do estado e outra de Cuiabá. Mas o "causo", agora engraçado, vem da turma que saiu do Araguaia.
No trecho entre Porto Alegre do Norte e Peixoto de Azevedo uma carreta estava atolada. Por conta disso, o grupo ficou parado por mais de hora, até que um trator aparecesse para puxar o veículo. Após várias tentativas e cabos de aço arrebentados, a carreta, enfim, foi retirada do atoleiro. Contudo, a delegação, que havia descido do ônibus, retornou para o veículo. Mas foi nesse momento que começou a confusão, pois o seu Luiz ficou para trás. "O motorista não quis parar e disse que ele [Luiz] vinha em outro ônibus atrás e na próxima parada ele voltaria para o nosso ônibus. O detalhe é que a próxima parada era a 100 km. E quando chegou em São José do Xingu, seu Luiz disse: 'Vocês me deixaram", contou Jaqueline, agente da CPT e integrante da delegação.
Acolhida
Para atender as delegações em viagem, diversos pontos de acolhida, tanto em Rondônia como nos demais estados, foram articulados. Seja para dormir ou fazer uma refeição, essas paradas ajudam a amenizar os problemas encontrados durante as viagens. Além disso, são momentos para relaxar, refletir sobre o Congresso e também somar forças para chegar ao destino final.
Uma das paradas montadas pela equipe de Rondônia foi no município de Vilhena, a 700 quilômetros de Porto Velho. Nesta última noite, por volta das 19 horas, passaram por este local as caravanas do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. Após o jantar, as delegações seguiram viagem em direção a Unir.
O lanche solidário para a delegação de Goiás aconteceu na manhã de hoje (12) em Ji-Paraná (RO). Lá, os goianos tomaram um caldo de cana geladinho. Antes de seguirem em frente, foi realizado um momento de reflexão sobre Rebeldia. No fim, quando as delegações vão chegando ao local do Congresso, tudo se transforma em histórias e boas risadas.
Veja as imagens da saída de algumas delegações: