Na manhã de ontem (10) aconteceu, no auditório da reitoria da Universidade Federal de Rondônia (Unir), a coletiva de imprensa para o lançamento do IV Congresso Nacional da CPT, que acontecerá nessa semana, entre os dias 13 e 17 de julho, no Campus da Unir, em Porto Velho, Rondônia.
Estiveram presentes o bispo emérito de Ji-Paraná (RO), Dom Antônio Possamai; a reitora da Unir, Maria Berenice Alho da Costa Tourinho; Maria Petronila Neto, da coordenação da CPT em Rondônia e da coordenação do Congresso; Thiago Valentim, da coordenação nacional da CPT e da coordenação do Congresso; e Natalino Alexandre, camponês da Gleba Garça, em Rondônia.
Durante a coletiva, a reitora Maria Berenice agradeceu a realização do Congresso da CPT em Rondônia e, especialmente, na Unir e ressaltou ainda o quanto é importante a abertura e parceria das Universidades com os movimentos sociais. "Somos nós que devemos agradecer a oportunidade. Esse é o papel da universidade. É servir de espaço para que os movimentos sociais tenham esse espaço político para expressar os seus momentos de reflexão".
Maria Berenice falou ainda da responsabilidade da academia para com o povo do campo. "A nossa obrigação é com o trabalhador do campo. Nossos cursos, em grande parte, tem se voltado a produzir e apresentar projetos que venham a atender isso", enfatizou. Ao falar sobre os conflitos pelos quais os povos do campo têm passado, a reitora destacou a importância da Universidade nesse processo. "Embora o agronegócio tenha se tornando na nossa região um processo avassalador e destruidor do trabalhador do campo, ainda acreditamos que a nossa universidade deve participar do processo de espaço político e cultural dessa luta. A Universidade tem de participar".
Uma das anfitriãs do Congresso, Maria Petronila lembrou os desafios e a simbologia desse evento ser realizado em plena Amazônia. "Por nós estarmos vivendo a celebração dos 40 anos da Pastoral, achamos por bem que esse IV Congresso fosse realizado na Amazônia, pois a CPT nasceu aqui", explicou. Ao longo da coletiva de imprensa, a coordenadora da CPT memorou os inúmeros casos de conflitos no estado, além de trazer presente a luta desse povo do campo, que, apesar da escuridão, não desiste de lutar.
"Faz escuro, mas eu canto! O tema desse Congresso, para nós aqui em Rondônia, se efetiva. Pois, se olharmos os dados da nossa publicação Conflitos no Campo Brasil 2014, Rondônia vive um pouco essa escuridão. Muitos conflitos, muitos casos de assassinatos. Esse escuro está acontecendo, mas nós cantamos. Cantamos porque o povo não desiste de lutar e vai buscando cada vez mais se organizar, e vai correndo atrás dos seus sonhos e de esperança", disse Petrolina.
Quando perguntado sobre a importância do Congresso da CPT em Rondônia, Dom Antônio Possamai falou das lutas assumidas pelos povos amazônicos e do apoio dado pela CPT. Ele destacou ainda o quanto é importante camponeses, indígenas, quilombolas e diversos outros povos do campo se unirem na luta por seus direitos. "Quanto mais nós unirmos as forças, mais teremos sucesso em nossas lutas e na vida", afirmou.
Pensando no Congresso Nacional da CPT como um momento estratégico, quando os trabalhadores e trabalhadoras apontarão caminhos de atuação para a Pastoral, Dom Antônio, que atua na Amazônia há tempos, discorreu sobre os conflitos que assolam Rondônia e apontou casos, nos quais, segundo ele, exigem mais apoio. "O roubo de tudo que há aqui, inclusive da cultura dos nossos povos, o roubo das riquezas daqui, e agora também o roubo das nossas águas. Isso não é para beneficiar a Amazônia e nem Rondônia, mas para beneficiar os ricos. Então, essa é uma das lutas que já foi assumida pela CPT e pela igreja aqui na Amazônia, mas é preciso que essa luta se torne mais organizada, mais forte e com objetivos bem claros".
Mais Informações:
Cristiane Passos (69) 9368-1171
www.cptnacional.org.br / @cptnacional
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