O IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) terá início na próxima segunda-feira (13) e segue até o dia 17, no Campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Entenda como será o Congresso e veja a programação em anexo.
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O Congresso é um momento estratégico para a CPT. É o momento de ouvir os trabalhadores, trabalhadoras e a partir de suas demandas, anseios e lutas constantes, construir e fortalecer o seu trabalho pastoral nos próximos anos. Serão cinco dias intensos de debate em torno da conjuntura atual do país e das Igrejas, de celebração, de convivência e de troca de experiências.
Inspirado no poema de Thiago de Mello, o tema escolhido para este Congresso é: “Faz escuro, mas eu canto! Memória, Rebeldia e Esperança dos Pobres da Terra”. Mesmo diante da noite escura por que passam nossas comunidades, diante do descaso político em reconhecer os territórios a que povos e comunidades têm direito, da impunidade que marca a (in)justiça brasileira, a CPT não desiste de ser companheira dos que sofrem.
Como o Congresso está preparado?
O Congresso está sendo organizado há meses nos Regionais da CPT em todo o país e em nível nacional, com encontros, celebrações, estudos, orientados pelas duas edições do Almanaque Poronga (material preparatório do Congresso distribuído para todos os estados). O Poronga trouxe histórias de lutas camponesas, memórias da caminhada da CPT, informações sobre o Congresso, recheado com receitas, piadas, trava-línguas, curiosidades, você sabia?
A equipe da CPT Rondônia se empenhou em mobilizar seus agentes e diversos parceiros locais para preparar toda a infraestrutura necessária para bem acolher os participantes. Da mesma forma, a Universidade Federal de Rondônia (Unir) disponibilizou toda a estrutura do seu campus em Porto Velho para a realização do evento.
Os dias 11 e 12 serão dedicados à acolhida das caravanas que chegarão de todos os estados do país. No dia 13, a celebração de abertura preparada pela Grande Região Noroeste, dará as boas vindas a quem vem de fora. Com símbolos que marcam a região amazônica – a poronga, a canoa, a farinha, o açaí – terá início o Congresso.
A análise de conjuntura, na primeira manhã, olhará para a realidade política e econômica do país, e neste cenário, a situação das comunidades camponesas e dos povos tradicionais. Esse momento contará com a assessoria de Leonilde de Medeiros, professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Plácido Junior, da CPT de Pernambuco, Cacique Babau, do povo Tupinambá e Maria de Fátima, quilombola do Tocantins. Depois da apresentação, a fila do povo será o momento em que os participantes terão a possibilidade de expressar seus pensamentos e visões.
Tendas
As atividades das tardes serão desenvolvidas nas tendas, que são espaços de discussão e de troca de experiências. Serão organizadas 07 tendas, identificadas com nomes de rios de Rondônia: Madeira, Pacaás Novos, Guaporé, Mamoré, Machado, São Miguel e Rio Branco. Em cada uma serão apresentadas as experiências que os regionais da CPT selecionaram. Cada dia com uma temática: Memória, Rebeldia e Esperança. Serão cerca de três experiências em cada tenda (21 experiências por dia), com debate entre os participantes. O resultado da reflexão em cada tenda será socializado na grande plenária, na manhã seguinte. Cada tenda terá a contribuição de um relator e de assessores, que ajudarão na reflexão e na coleta de elementos importantes para a síntese na grande plenária.
No quarto dia, serão debatidas nas tendas as prioridades da ação da CPT para os próximos anos, que serão definidas e aprovadas na manhã do último dia.
Momentos celebrativos
O que vai marcar o Congresso serão os momentos de celebração construídos sobre a mística libertadora, a profecia, a Palavra de Deus encarnada na vida e na cultura dos povos. Cada manhã será aberta com uma celebração preparada por uma das grandes regiões, que trarão elementos das culturas locais, da religiosidade e das lutas populares. Celebrações essas em que estará presente o caráter ecumênico da CPT.
No espaço do Congresso será montada a Tenda dos Mártires da Caminhada, onde se fará a memória de homens e mulheres que doaram suas vidas pelas vidas de milhares de irmãs e irmãos. Além da Tenda dos Mártires, acontecerá a Caminhada e Celebração dos Mártires, na noite de quinta-feira (16), a partir das 18h00, próximo à Hidrelétrica do Madeira. Nesta caminhada, se fará memória de tantas pessoas que trabalharam, sofreram e morreram na construção da Estada de Ferro Madeira-Mamoré e dos conflitos e da violência que a Usina ali instalada está gerando para as comunidades ribeirinhas e as populações urbanas da região.
Cozinhas e festa
A partilha do alimento será outro momento forte do Congresso. Serão instaladas cozinhas para cada uma das grandes regiões que trarão alimentos de seus estados. Os cardápios privilegiarão pratos regionais e receitas caseiras das comunidades. A diversidade de alimentos e pratos revelará a riqueza dos sabores deste imenso Brasil.
A animação é marca de todos os congressos da CPT. Os participantes cantarão canções de luta, de caminhada, com letras que expressam os sentimentos e sonhos de quem batalha por um tempo novo. Diz Carlos Mesters: “Luta sem festa, derrota na certa. Festa sem luta, vitória falsa”. Afinal, é isso que nos inspira o poema de Thiago de Mello, tema do Congresso: “Faz escuro, mas eu canto!”.
Durante as noites acontecerão diversas apresentações culturais. Os Regionais com seus artistas terão a possibilidade de expressar sua arte e suas canções. O Congresso deverá, ao final, se manifestar, posicionando-se diante da atual conjuntura e reafirmando o compromisso da CPT com a justiça social e a transformação da sociedade.
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Informações:
Cristiane Passos (69) 9368-1171
Elvis Marques – (69) 9358-6065
Mais informações sobre o Congresso: www.cptnacional.org.br / @cptnacional