Mostrando sua insatisfação com a nomeação de Janete Riva, que teve seu nome incluído na lista suja do trabalho escravo em 2012, ao cargo de Secretária da Cultura do estado de Mato Grosso, o bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga, solicitou a retirada de seu nome do prêmio Nacional de Jornalismo da COETRAE.
O Prêmio Nacional de Jornalismo COETRAE - MT “Dom Pedro Casaldáliga” é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da COETRAE e do Conselho Estadual do Trabalho (Cetb-MT). Foi lançado em julho de 2012, com o propósito de fomentar a produção de matérias jornalísticas que incitem o combate ao trabalho escravo. O nome de Dom Pedro foi escolhido para batizar o prêmio devido à sua atuação, desde os anos 70, na denúncia da prática persistente do trabalho escravo no Brasil. Ele foi um dos primeiros a falar em trabalho escravo na modernidade. É oferecida uma premiação de R$ 140 mil reais, distribuída em oito categorias. Tendo tomado conhecimento da nomeação de Janete Riva como secretária da Cultura do estado, Dom Pedro protocolou no dia de ontem, 25 de fevereiro, na COETRAE (Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo), no governo do estado e na Casa Civil, pedido para retirada de seu nome do prêmio de Jornalismo.
Esta atitude de Dom Pedro se deve ao fato de que Janete Riva, foi incluída, em julho de 2012, na lista suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego MTE, por terem sido encontrados, em 2010, sete trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo em sua fazenda Paineiras, localizada no município de Juara (MT).
Assim se manifestou Dom Pedro: “Considerando que a fazenda de propriedade da secretária de Cultura do estado de Mato Grosso, Janete Riva, consta da Lista Suja de Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho, eu peço que meu nome seja retirado do prêmio do concurso de jornalismo organizado pela COETRAE/MT”.
O Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso – FDHT/MT, na semana passada, já havia se manifestado sobre esta nomeação dizendo não se poder aceitar que o estado de Mato Grosso, reconhecido nacional e internacionalmente na luta contra o trabalho escravo tenha como secretária alguém que foi flagrada com prática de trabalho escravo.
Maiores informações:
Elizabete Flores (Campanha de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo
Comissão Pastoral da Terra - CPT MT) – (65) 9927-6559 ou (66) 9626-5069