COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Comunidades camponesas apoiadas pela Comissão Pastoral da Terra nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte participaram do segundo ano da campanha “Repartir a terra, partilhar o pão”, em celebração ao aniversário da Pastoral.

No último dia 22 de junho, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) completou 46 anos de existência e resistência junto aos povos da terra, das águas e das florestas. Para marcar a data, comunidades camponesas apoiadas pela CPT Nordeste 2 realizaram diversas ações de solidariedade e de partilha de alimentos para famílias em situação de fome em diversos municípios de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Doações de alimentos e ações de solidariedade estão sendo realizadas pelas comunidades e equipes de CPT nos quatro estados nordestinos desde o início da pandemia. Contudo, pelo segundo ano consecutivo, as ações foram sincronizadas na data que marca os 46 anos da Pastoral. A Campanha “Repartir a terra, partilhar o pão” envolve comunidades de assentamentos da Reforma Agrária, acampamentos, quilombos, famílias posseiras e ameaçadas de despejo. A partilha dos frutos da terra foi marcada também pela defesa da vacina para todas e todos, pelo auxílio emergencial até o fim da pandemia e contra as políticas do governo Bolsonaro.

A CPT nasceu em 1975, em plena ditadura militar, para se fazer igreja radical, profética e profundamente conectada com o sonho de justiça dos/as empobrecidos/as da Terra.  Hoje, diante da pandemia, da violência no campo, da fome, do desemprego e da ausência de vacina para todos/as, não há o que comemorar. Mas a partilha dos alimentos da agricultura camponesa e da luta pela terra é também a partilha da resistência e da esperança em dias melhores.

AÇÕES NOS ESTADOS

Em Alagoas, a equipe da CPT no estado organizou os alimentos saudáveis trazidos das roças em aproximadamente 250 cestas camponesas, que foram distribuídas em cinco comunidades. Quatro delas já foram beneficiadas pela campanha no ano passado: a comunidade Imaculada Conceição, no bairro de Jacintinho; o terreiro Abassá de Angola Ota Balé, na Cidade Universitária; pessoas, principalmente mulheres, acompanhadas pelas Igrejas Batistas do Pinheiro e da Grota da Alegria, e a Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima, no município de Rio Largo. Além dessas, as cestas de alimentos agroecológicos foram destinadas para a obra das Irmãs da Santa Rita que acompanha crianças em situação de rua na capital.

Na Paraíba, foram realizadas ações em várias regiões do estado. Em Campina Grande, agricultores e agricultoras acompanhados pela CPT doaram 1.880 quilos de alimentos para 150 famílias atentidas pela Casa da Criança Dr. João Moura e para 50 famílias ligadas ao Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Domésticos do município. Na Diocese de Guarabira (PB), comunidades e assentamentos da Reforma Agrária doaram 1.500 quilos de alimentos para 46 famílias atentidas Pastoral da Sobriedade, no município de Belém. Toda a produção veio das comunidades: Redenção (Pilões), Senhor do Bonfim (Alagoinha), Vazante (Tacima), Baixio (Riachão), Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora das Graças (Bananeiras). Além da doação dos alimentos, a CPT também distribuiu 850 mudas frutíferas e nativas para famílias do assentamento São Francisco, em Pilões. As mudas foram adquiridas por meio de parceria com a Associação de Formação e Incentivo Para o Nordeste Karente (AFINK).

Já em João Pessoa (PB), comunidades ligadas à CPT doaram 13 toneladas de alimentos ao Hospital Padre Zé, situado no bairro de Tambiá, na capital paraibana. Toda a produção veio de comunidades de assentamento e também de famílias que lutam pelo direito à terra. Macaxeira, inhame, batata, milho, maracujá, coco verde, jerimum, mamão, limão, ovos, bolos, jaca e banana foram alguns dos alimentos partilhados com a unidade hospitalar.

Em Pernambuco, as doações de alimentos também foram descentralizadas. Em Moreno, famílias da comunidade posseira do Una, que vêm lutando pelo direito à terra, realizaram doações à Capela de Santo Antônio. Os alimentos serão redistribuídos entre pessoas em situação de fome no município. Em Aliança, as comunidades Mariano Sales, Dom Helder e Belo Horizonte partilharam sua produção com famílias da periferia da cidade. Já em Tracunhaém, foram doadas mais de 150 cestas camponesas com alimentos produzidos pelas comunidades Chico Mendes, Ismael Felipe e Nova Canaã. Uma parte dos alimentos foi entregue às famílias atingidas pelas últimas enchentes, na periferia do município; outra parte foi destinada a grupos da cultura popular, maracatus e artesãos/ãs da região. Essa última ação contou com o apoio do grupo organizador do Festival Tipóia. Para marcar o aniversário da CPT, plantios de mudas nativas também estão sendo feitos nas comunidades apoiadas na região. 

No Rio Grande do Norte, a campanha envolve seis comunidades camponesas acompanhadas pela CPT na Diocese de Mossoró. Alimentos produzidos em suas lavouras e em seus quintais produtivos foram doados ao Lar da Criança Pobre, instituição fundada e dirigida por freiras franciscanas que acolhe pessoas empobrecidas e migrantes venezuelanos/as na cidade de Mossoró.

Partilhar os frutos da terra, é partilhar a vida em dignidade, a luta por justiça, na resistência e teimosia na esperança por dias melhores. Viva a Luta! Viva a Comissão Pastoral da Terra pelos seus 46 anos! 

Acompanhe outras informações sobre a campanha "Repartir a terra, partilhar o pão" nas redes sociais da CPT NE II: @cptne2 (Facebook e Instagram) e na página eletrônica: www.cptne2.org.br.

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