Povos indígenas e movimentos sociais da Região do Rio Xingu, especialistas e autoridades irão debater, em Seminário na Universidade de Brasília (UNB) no próximo dia 7, os impactos da construção do Complexo Hidroelétrico de Belo Monte e o recente licenciamento pelo governo federal da instalação da infraestrutura incial para as obras
Representantes dos povos indígenas e movimentos sociais da Região do Rio Xingu, especialistas e autoridades irão debater os impactos da construção do Complexo Hidroelétrico de Belo Monte e o recente licenciamento pelo governo federal da instalação da infraestrutura inicial para as obras. As discussões ocorrerão no dia 07 de fevereiro no evento “A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena”.Planejada pelo governo para ser instalada em uma das áreas de maior diversidade cultural e biológica do país, a hidrelétrica de Belo Monte, além de inundar uma área de mais de 600 km2, promoverá até 80% de redução da vazão de um trecho de mais de 100 km do rio, denominado Volta Grande do Rio Xingu, atrairá uma população estimada em 100 mil pessoas e causará o deslocamento compulsório de cerca de 40 mil.
Nesta área, residem os Arara, os Juruna, os Xikrin e milhares de famílias ribeirinhas, indígenas e não-indígenas. Ainda no Médio Xingu e seus tributários, residem os Parakanã, os Asurini, os Kararaô, os Araweté, os Arara, os Xipaia e Kuruaia e centenas de famílias que habitam as Unidades de Conservação que conformam o corredor ecológico do Xingu (Resexs, APA, FLONA, ESEC, PARNA). Mais próximos das cabeceiras do rio, estão os Kayapó do Sul do Pará, os Metuktire, os diversos Povos do Parque Indígena do Xingu e grupos indígenas voluntariamente isolados, que transitam na fronteira dos Estados do Pará e Mato Grosso.
O Seminário discutirá a magnitude dos impactos da hidroelétrica e seu questionável processo de licenciamento, que repercutem diretamente sobre os direitos e o modo de vida tanto de Povos Indígenas que imemorialmente vivem nesta região, quanto de Povos Tradicionais – camponeses, pescadores e extrativistas – e de outros grupos locais que dependem simbólica, social e economicamente da floresta, do rio e de seus igarapés.
Estarão reunidos, entre outros, representantes dos Povos Indígenas (Cacique Raoni Metuktire, Megaron Txukarramãe, Yabuti Txukarramãe e Josinei Arara), dos movimentos sociais (Antônia Melo da Silva) e do Ministério Público Federal (a subprocuradora geral da República, Deborah Duprat), além dos antropólogos Ricardo Verdum (INESC), João Pacheco de Oliveira Filho (Museu Nacional), Gustavo Lins Ribeiro (UnB), Bela Feldman-Bianco (Unicamp), Sonia Magalhães (UFPA) e Andréa Zhouri (UFMG) para juntos debaterem matéria que tanto interessa à opinião pública nacional e internacional. Também foram convidados a ministra do Meio Ambiente e os presidentes da FUNAI e do IBAMA.
A realização do evento está sob a responsabilidade do Instituto de Estudos Socioeconômico, da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), da Universidade de Brasília, do Instituto de Ciências Sociais (ICS-UnB) e da Fundação Darcy Ribeiro. Abaixo a programação do evento.
Agenda:
O que: Seminário “A Hidrelétrica de Belo Monte e a Questão Indígena”
Quando: 07 de fevereiro – a partir das 9h até às 17h30
Local: Auditório da Reitoria da Universidade de Brasília
Realização: Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais (ICS-UnB) e a Fundação Darcy Ribeiro.