Entidades vêm a público repudiar mais um dos incessáveis ataques ao campo dos direitos humanos no Brasil e à sociedade civil brasileira. Na manhã do dia 27 de agosto, recebemos a grave denúncia de intervenção no Conselho Nacional de Direitos Humanos, órgão responsável por investigações sobre as violações de direitos humanos no país.
Fonte: Plataforma Dhesca Brasil
De maneira arbitrária e desrespeitando os princípios orientadores do CNDH, a Ministra Damares Alves exonerou a Coordenadora-Geral escolhida pelo órgão colegiado. A mesa diretora do CNDH denuncia, ainda, a censura no site do órgão: desde o dia 26 de agosto, está impedida de atualizar o sítio do Conselho e tornar públicas suas recomendações, decisões e resoluções.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos foi instituído pela Lei n° 12.986, de 2 de junho de 2014, e sua atuação é orientada pelos Princípios Relativos ao Status das Instituições Nacionais de Direitos Humanos (Princípio de Paris), definidas pela ONU em 1992, e que, portanto, garante autonomia e independência administrativa ao órgão. Dentre as atividades desempenhadas pelo CNDH estão a fiscalização e o monitoramento de políticas públicas de direitos humanos e o programa nacional de direitos humanos, a articulação com entidades públicas e privadas, bem como com os Sistemas Internacional e Regional de Direitos Humanos, como a ONU, OEA e CIDH. Além disso, cabe ao Conselho opinar sobre medidas de interesse da política nacional de direitos humanos, elaborar propostas legislativas e, por fim, acompanhar processos relacionados a graves violações de direitos humanos.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos tem o total de 22 membros. Deste número, 11 são da sociedade civil: nove representantes eleitos, um da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos estados e da União. Os outros 11 são representantes do Poder Público.
Em nota, o CNDH denuncia que está sob intervenção e sofrendo diversos ataques, como cortes orçamentários, assim como o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), criado pela Lei nº 8.242/1991.
Esta não é a primeira vez que o governo federal ataca, de maneira arbitrária, os órgãos colegiados de participação social. Em abril, o presidente assinou decreto que extinguiu centenas de conselhos sociais, dentre eles o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência e Conselho Nacional de Segurança Pública.
Outro ataque no campo da garantia de direitos e investigação de violações aconteceu em junho deste ano, quando Jair Bolsonaro, via decreto, exonerou peritos e acabou com salários do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, órgão responsável por fiscalizar as condições de unidades penitenciárias, hospitais psiquiátricos, entre outros.
As organizações da sociedade civil que assinam esta nota endossam a denúncia feita pelo CNDH e alertam para a gravidade desta medida da ministra, que acontece um dia depois de ela atacar publicamente o Conselho Nacional de Direitos Humanos, indicando que suas manifestações sejam ignoradas, e afirmando que o órgão “está longe de se preocupar com direitos humanos”.
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ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
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Ação Educativa
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ACAT Brasil – Ação dos Cristãos para Abolição da Tortura
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Além das Grades
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Articulação de Mulheres Negras do Brasil – AMNB
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Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale
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Articulação para o Monitoramento dos DH no Brasil
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Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia – AATR/BA
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Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME
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Associação Juízes para Democracia – AJD
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Campanha Nacional Pelo Direito à Educação
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Centro de Direitos Humanos do Sapopemba
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CENDHEC – Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social
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Central de Cooperativas Unisol Brasil
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Centro de Cultura Negra do Maranhão
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Centro Dom José Brandão de Castro – CDJBC
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Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
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CFNTX – Centro de Formação do (a) Negra (a) da Transamazônica e Xingu
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Círculo Palmarino
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CLADEM Brasil – Comitê da América Latina e Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres
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Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama | Faculdade de Direito da USP
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Coletivo Amazônico LesBiTrans
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Coletivo Ecoa Preta – Unifesp – BS
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Coletivo Margarida Alves
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Coletivo Popular Direito a Cidade, Porto Velho, Rondônia
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Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo – CDHPF
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Comissão Pastoral da Terra – Regional Nordeste II
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Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos
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Comitê Estadual da Educação e Direitos Humanos para PCD- ES
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Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino
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Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP
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COMUNEMA – Coletivo de Mulheres Negras Maria-Maria
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Conectas Direitos Humanos
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Conselho Estadual de Defesa Direitos Humanos – TO
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Criola
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Defensoria Pública da União – Unidade de São Paulo
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Fórum Ecumênico Act Brasil – Fe Act Brasil
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Fórum Paulista de Educação de Jovens e Adultos – Fórum EJA
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Fórum Suape – Espaço Socioambiental
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Fundação Luterana de Diaconia – FLD
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Gajop – Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares
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GESTOS– Soropositividade, Comunicação e Gênero
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Grupo de Estudos e Extensão sobre Sexualidades – GSEXs
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Ibase
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Instituto de Acesso à Justiça – IAJ
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Instituto Dakini
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Instituto EQUIT – Gênero, Economia e Cidadania Global
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Instituto Ethos
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Intervozes
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Justiça Global
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Movimento de Atingidos por Barragens – MAB
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Movimento Estadual de Direitos Humanos do Tocantins
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Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil
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Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH
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Movimento Pela Soberania Popular na Mineração – MAM
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Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
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Nepac – Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva
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Plataforma Dhesca Brasil
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Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político
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Políticas Alternativas para o Cone Sul – PACs
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Rede Brasileira de Conselhos – RBDC
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Rede Democracia & Participação
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Rede Jubileu Sul Brasil
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Rede Justiça nos Trilhos
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Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio
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Rede Feminista de Saúde
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Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – RENAP
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Rede Nacional da Promoção e Controle da Saúde das Lésbicas, Bissexuais e Transexuais Negras – REDE SAPATÀ
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Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
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RMRB Advocacia – Advogados Ribeiro, Moraes, Rodrigues e Barbosa, especializada em
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consultoria e prática em Direitos Humanos
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Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH
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Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH
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Terra de Direitos
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Unegro
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União Nacional das Organizações Cooperativas Solidárias – UNICOPAS