Pelas ruas de Brasília, cerca de 50 mil pessoas de diversos movimentos sociais do campo e da cidade caminharam até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde foi registrada, no final da tarde desta quarta-feira (15), a candidatura à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva.
(Com informações do MST | Imagem: Matheus Alves - Mídia Ninja)
Nesta última terça-feira (14), a Marcha Nacional Lula Livre, que reuniu aproximadamente 5 mil camponeses e camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chegou a Brasília. Os/as participantes da marcha acamparam em um terreno ao lado do Estádio Mané Garrincha, local de onde partiu a caminhada de hoje, às 14 horas, até a sede do TSE.
A Marcha Nacional Lula Livre percorreu cerca de 180 quilômetros e reuniu milhares de trabalhadores e trabalhadoras de 22 estados brasileiros e Distrito Federal, divididos em três colunas: Ligas Camponesas, Prestes e Tereza de Benguela. Ontem, após cinco dias de caminhada, ocorreu o tão aguardado encontro dos três grupos em marcha.
O MST destacou alguns números da Marcha Nacional Lula Livre. Confira:
Cerca de 1.200 pessoas envolvidas em diversas equipes de trabalho, como saúde, cozinha, comunicação, infraestrutura, secretaria, transporte, ciranda infantil;
Mais de 1.600 jovens participaram da marcha e tiveram como tarefa utilizarem arte e cultura como instrumentos de agitação e propaganda na luta em defesa de Lula Livre;
Essa juventude também distribuiu mais de 400 mil jornais com o objetivo de dialogar com população por onde a marcha passou;
Diversas atividades também foram realizadas durante o percurso da marcha, entre elas a doação de 4 toneladas de alimentos e Atos Políticos Culturais;
Maria Raimunda, do MST no Pará, emocionada com a beleza da marcha, disse que esse processo de luta é o que dá força à classe. “Nossas fileiras são feitas de histórias, de sujeitos e de muita luta, pautada principalmente na construção de um país diferente, mais humano, igualitário e soberano”, pontuou.
Para João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, a Marcha tem uma simbologia importante, pois aglutina movimentos do campo e da cidade a partir de uma causa política. “Essa marcha tem um conteúdo político que é o Lula Livre e os números do nosso balanço conseguem organizar os avanços que tivemos na organização do povo em luta”.
Em recado para os/as participantes da marcha, Jaime Amorim, integrante histórico do MST e um dos sete militantes que fazem greve de fome por Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou que os/as grevistas estão firmes na decisão de manter o jejum, mesmo com a chegada da marcha e o registro da candidatura de Lula. Para Amorim, a greve representa a luta contra a fome que hoje já aflige uma grande parcela da população brasileira.
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Também participaram do ato no TSE a presidenta eleita Dilma Rousseff; o ex-prefeito de São Paulo e vice candidato à presidência, Fernando Haddad; a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB); a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann; e personalidades como o Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, além de diversos outros parlamentares e governadores.