Em Cuiabá, no Mato Grosso, ainda é possível encontrar no comércio o agrotóxico Sevin, fabricado pela multinacional Bayer, sem receita e já vencido. A fabricante retirou o produto do mercado, mas deixou a operação incompleta, por não recolher os frascos do produto que não haviam sido vendidos.
(RBA)
O pesquisador da Universidade Católica de Santos, a Unisantos, José Carlos Loureiro da Silva, promotor aposentado, conseguiu comprar o produto em uma das principais lojas de agrotóxicos de Cuiabá, um dos centros do agronegócio brasileiro. Apesar de ter alegado objetivo científico para conseguir que a loja lhe vendesse o Sevin, a falta de cuidados da Bayer despertou a crítica em Silva e seu colegas professores e ambientalistas da Unisantos.
"Consegui comprar esse produto, normalmente, sem exigência de receita. Ele me disse que só me vendeu porque eu afirmei que era para trazer ao seminário na universidade de Santos, isso porque o produto estava vencido. Quando a Bayer resolveu tirar do mercado, entrou em contato com a loja, e sabendo que a quantidade que havia restado era pouca e considerando Cuiabá distante, mesmo com a data do vencimento se aproximando, avisou o lojista que não recolheria o produto. Ela também não ressarciria essa loja pelo Sevin”, contou à Rádio Brasil Atual.
Após a compra, Loureiro entrou em contato com a Bayer, através de um e-mail cadastrado no site da empresa, para solicitar informações sobre o produto. Não obteve resposta. Fez contato telefônico com a empresa, e recebeu outro endereço de e-mail para contato. Só aí Loureiro obteve resposta. “Perguntei se o Sevin havia sido retirado do mercado e se havia produto substituto, mas não relatei que tinha conseguido comprar o produto.” A resposta da Bayer foi curta. Afirmaram que desde 2011 retiraram o produto do mercado, e que ainda não possui substituto.
Loureiro se diz surpreso ao ver que um veneno poderoso como o que compõe o Sevin ainda pode estar circulando no país.