O assentamento 25 de maio, o primeiro do estado, que acumula 20 anos de lutas, resistências e conquistas e abriga 425 famílias, receberá a primeira das 11 escolas conquistadas pelo MST
As práticas pedagógicas propostas por Paulo Freire e pelo MST chegam ao Sertão do Ceará, região mais seca do estado. Ali, as escolas do campo surgem para ajudar a mudar a realidade sofrida do povo do sertão.
O assentamento 25 de maio, o primeiro do estado, que acumula 20 anos de lutas, resistências e conquistas e abriga 425 famílias, receberá a primeira das 11 escolas conquistadas pelo MST. A inauguração acontece nesta terça-feira (6/4), às 9h, e contará com a presença do governador do Ceará, Cid Gomes.
A escola, idealizada pelas famílias assentadas, está localizada no município de Madalena (a 180 km da capital), com 14 comunidades e 18 associações que dão suporte tanto na produção como na construção coletiva da escola.
Vera Mariano, do setor de educação do MST, explica como funcionarão as escolas. “Em conjunto com o setor de educação do MST, a gestão será coletiva, os tempos educativos diferentes das escolas tradicionais e as famílias assentadas participarão diretamente da gestão. Na escola haverá um campo experimental onde os educandos produzirão agroecologicamente. Por isso nossa escola é diferente”, acrescenta.
As demais escolas estão sendo construídas em outros assentamentos com grande número de famílias, como o assentamento Santana, em Monsenhor Tabosa, o assentamento Lagoa do Mineiro, em Itarema, Santana da Cal, em Canindé e o Assentamento Maceió, em Itapipoca. Os projetos de construção estão prontos e as obras devem começar ainda este ano, de acordo com a secretária de educação do estado, Isolda Cela.
Antonio de Sousa Silva, assentado no 25 de maio, diz que “a escola vai facilitar a vida da juventude, porque antes os jovens se deslocavam para a sede de Madalena - a 28 km do assentamento - para estudar, ou para Quixeramobim, a 44 km. É a realização de um sonho. Agora os jovens podem concluir seus estudos e pensar em um futuro diferente e permanecer no campo”.