Em 25 de novembro de 1960, durante a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana, três mulheres foram brutalmente assassinadas depois de uma série de perseguições políticas contra o ativismo político que realizava as Irmãs Mirabal naquele país. Assim como eram conhecidas, as irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa Mirabal lutavam contra a ditadura nos países em que o papel da mulher era de submissão e exclusão.
Comissão Internacional de Mulheres da Via Campesina (CIM)
Essa data (Dia Internacional de Luta contra a Violência à Mulher), reconhecida inclusive pelas Nações Unidas, lembra todos os anos esse brutal assassinato das Irmãs Mirabal, mas mais que isso nos faz lembrar também a milhares de mulheres que em todos os lugares do mundo sofreram a mesma situação dessas lutadoras.
Atualmente, as mulheres continuam lutando pela liberdade de seus países, pela liberdade de seus corpos, de suas ideias e por um mundo novo; nossas lutas estão diretamente direcionadas contra o sistema capitalista e patriarcal, que exclui e elimina as mulheres da sociedade e dos espaços de decisões. A violência contra as mulheres se expressa através de várias formas de violência, que vai desde a exclusão social até a violência física; na República Dominicana, há uma estimativa que pelo menos 24,8% das mulheres que vivem nas áreas urbanas e 21,9% das que vivem na área rural, já sofreram violência física durante algum período de sua vida.
Os casos de violência em Porto Rico, entre as mulheres, chegaram a 60% dentro da faixa etária de 25 a 30 anos. No Brasil, nas últimas três décadas, mais de 91.932 mulheres foram assassinadas; na Guatemala, 377 mulheres foram assassinadas somente neste ano, onde pelo menos 80% dos feminicídios são causados pelas violências dentro da própria família; em El Salvador foram assassinadas 207 mulheres somente até o mês de maio deste ano.
No mundo todo, a crise econômica e social afeta diretamente as mulheres; na Europa, principalmente na Grécia, Portugal e Espanha, estão aplicando fortes medidas de ajustes que tem como consequência a redução de serviços públicos e a privatização dos recursos, a decadência do sistema de saúde e da educação, o que cai em cima principalmente das mulheres. Na América do Norte, assim como em tantas outras regiões do mundo, os baixos salários, a migração e o tema da propriedade da terra por parte das mulheres são situações do cotidiano que vão se tornando cada vez mais forte e que nos mostra a urgência de seguir lutando pelo fim de toda as formas de violência contra as mulheres.
Dessa forma, e diante dessa situação histórica que persiste nesse presente com tanta força, é que a Via Campesina desenvolve a Campanha Basta de Violencia Contra as Mulheres para que possamos lutar e eliminar toda a violência praticada contra as mulheres e, ao mesmo tempo, poder gerar diálogos de reflexão e debates sobre esse tema que, infelizmente, forma parte da realidade cotidiana das mulheres no mundo todo. Você pode descarregar a cartilha da Campanha clicando aqui
Dessa maneira, a Via Campesina, neste 25 de novembro de 2012, convoca todas suas organizações para que possam se somar à Jornada de Lutas Internacional Contra a Violência à Mulher e, dessa forma, conseguir fazer com que escutem com mais força as milhares de vozes de mulheres do campo e da cidade; vozes que gritam liberdade e respeito.
Assim, pedimos que todas as regiões da Via Campesina, todas as companheiras e companheiros das organizações da Via Campesina, que com muita mística e criatividade possamos fazer com que nos escutem através de mobilizações, ações, atividades e etc.
Pedimos que nos enviem suas fotos, documentos e informações que tenham sobre essa data para os correios eletrônicos: natalia.mujeres.via@gmail.com e lvcweb@viacampesina.org para que possamos informar a nossos companheiros e companheiras nossas lutas.
Comissão Internacional de Mulheres (CIM) da Via Campesina
SEM FEMINISMO, NÃO HÁ SOCIALISMO.
QUANDO UMA MULHER AVANÇA, TODOS AVANÇAMOS.
BASTA DE VIOLENCIA CONTRA AS MULHERES!