Nesta sexta-feira, 30, tem início em Campo Grande (MS) o Tribunal Popular da Terra, ato organizado por entidades da sociedade civil onde são simbolicamente julgados o Estado brasileiro, o agronegócio e o latifúndio pelos crimes cometidos contra trabalhadores rurais, indígenas e quilombolas.
Com o tema “Povos da terra e estrutura fundiária no Mato Grosso do Sul”, o Tribunal terá como foco uma das mais graves questões agrárias do estado, o alto índice de assassinatos de indígenas. No ano passado, o cacique Nísio Gomes foi executado a tiros e teve seu corpo levado pelos responsáveis pelo massacre. Além dele, outros indígenas ficaram feridos ou foram também assassinados na mesma chacina. Segundo o 1º Diretor de Direitos Humanos da União Nacional de Estudantes (UNE), nos últimos oito anos, 250 indígenas foram mortos em Mato Grosso do Sul, número que supera os assassinatos em escala nacional.
Na tarde desta sexta-feira, Miescelau Kudlavicz, da CPT – MS, participa de mesa rendonda sobre a estrutura fundiária e a questão agrária no estado. Além disso, o Tribunal conta com oficinas e espaços de debates sobre territórios os quilombola, o uso de agrotóxicos, o papel do Estado na privatização de terras sul-matogrossenses, dentre outros temas.
No final do segundo dia de julgamento, no sábado, dia 31, serão anunciadas as conclusões do Conselho Popular de Sentença. O Tribunal Popular da Terra acontece até domingo, dia 1º de abril, no campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
(Fonte: Adital/EcoAgência)