A Comissão Pastoral da Terra regional Roraima (CPT) realizou na última sexta-feira, 22, no auditório do Pronat/UFRR, o lançamento da publicação anual da Pastoral, Conflitos no Campo Brasil 2015, da Campanha de 40 anos da CPT, e também do livro “Pelas Trilhas da História e da Educação do Campo”, escrito pela professora da Universidade Estadual de Roraima, Maria José dos Santos, contendo depoimentos de agricultores do estado.
(Fonte: Roraima em Foco | Imagem: CPT RR)
O evento contou com apresentação cultural, mística de abertura e depoimentos de agricultores em relação as suas lutas no Bom Intento, Rorainópolis, Projeto de Assentamento Nova Amazônia, Cantá, Cooperativa Campos Novos, entre outros lugares.
Para apresentar as duas obras, participaram do evento líderes defensores que lutam pela melhoria de vida no campo, agricultores, CPT, Articulação das CPT’s da Amazônia, Diocese de Roraima, Cáritas.
Em 2015, conforme dados da CPT, foram registrados 50 assassinatos no campo – o maior número em 12 anos. Mas o que mais chama a atenção é que 40 dos 50 assassinatos ocorreram na região Norte. Se olharmos a partir da Amazônia Legal, que incorpora parte do Maranhão e do Mato Grosso, o número é ainda mais preocupante, sobre para 47. Seis trabalhadores assassinados no Maranhão e 1 no Mato Grosso.
A representante da Articulação das CPT’s da Amazônia, Maria Darlene Braga, mencionou que a publicação anual é um instrumento de denunciar os conflitos sofridos pelos povos do campo. “Mostra os números, o que tem atrás dos números para que o acesso a esses dados possa alimentar e reforçar a luta das populações tradicionais e dos agricultores no enfrentamento com o latifúndio. Sabemos que o índice é muito maior e muita situação de conflito e violência acabam por não serem notificados, muitas vezes, silenciadas pelo poder público”, comentou.
Conforme Maria José, a iniciativa pretende aproximar os agricultores e sua realidade com os diversos movimentos da sociedade civil, com as universidades, igrejas e com a própria CPT, além dos que atuam e defendem os direitos humanos e a permanência dos povos da floresta, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativista e assentados em suas terras – territórios de onde tiram seu sustento e o excedente vendem no mercado local.
Formação continuada
No dia seguinte, 23 e 24 de julho, a CPT/RR realizou sua formação de agentes da CPT regional Roraima, no município do Cantá. Na programação, palestra “A História da CPT– Regional Roraima”, proferida pelo pastor e professor de língua alemã, Ralf Weissenstein.
*Celton Ramos