Lançamento da publicação anual da CPT, Conflitos no Campo Brasil 2015, aconteceu durante a Jornada Universitária pela Reforma Agrária, no dia 28 de abril, no Campus XVI da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Irecê, organizada pelo Campus e o Núcleo de Pesquisa e Extensão do Território de Irecê (NEDET), com o tema: “A Questão Agrária e os Conflitos de Terra no Território de Irecê e a Reforma Agrária do Brasil”.
(Fonte: CPT Bahia)
O evento contou com a presença de alunos, professores, movimentos sociais e trabalhadores e trabalhadoras sem terra, bem como agricultores e agricultoras atingidos/as pelo Projeto de Irrigação Baixio de Irecê, acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). O debate ocorreu com uma reflexão sobre a concentração de terra no Brasil, a importância dos movimentos de luta pela terra e organização social dos/as trabalhadores.
No segundo momento, os camponeses do Baixio de Irecê contaram ao público como as suas terras foram griladas, como estão organizados, as dificuldades para produzirem seu alimento, bem como o processo judicial que estão acampando contra a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) para que suas terras sejam devolvidas. Foram falas fortes, que tocaram o público do Território de Irecê presente no evento, que na maioria eram pessoas que desconheciam a realidade do Baixio de Irecê e das famílias que ali vivem e resistem.
SAIBA MAIS: Conflitos no Campo Brasil 2015
Agente da CPT na Diocese de Irecê, Mauro Jakes fez uma reflexão sobre os conflitos por terra no Território de Irecê, destacando a realidade das famílias em vários municípios que estão sendo atingidas pelas mineradoras, energia eólica e outros empreendimentos capitalistas que desrespeitam o meio ambiente e as comunidades para garantirem o seu lucro através da exploração de territórios que são a forma de vida e sobrevivência do povo. Refletiu também sobre o imaginário socialmente construído no Território de Irecê, sobre a falácia de que nessa região não existe conflito por terra, e que a reforma agrária se deu de forma natural, feita entre as gerações.
Por fim, o agente da CPT apresentou a publicação e reforçou que vários dos conflitos do Território de Irecê estavam descritos no livro, o que comprova que há conflitos no território e que a luta pela terra é mais que necessária para que a justiça social pela Reforma Agrária popular de fato ocorra.