O IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), realizado em Rondônia em julho deste ano, definiu, entre as prioridades de ação para os próximos anos, a formação e o trabalho com a juventude, compreendendo esta categoria como uma das esperanças e luzes na continuidade da luta camponesa.
(Por Beniezio Eduardo, CPT Bahia)
Nesta perspectiva, as equipes da CPT Bahia vêm realizando diversos espaços de formação com a juventude das comunidades acompanhadas e parceiros.
Na região Sudoeste da Bahia a CPT vem construindo espaços de formação com a juventude do Zonal 1 de Caetité, envolvendo as paróquias de Condeúba, Cordeiros, Tremedal, Piripá e a sede do Zonal. Os temas têm como objetivo trabalhar a pastoralidade política. A primeira etapa foi realizada em julho com o tema: “Fé e Política”, assessorada pela pastora metodista e agente da CPT Bahia Nancy Cardoso, no município de Condeúba. E nos dias 17 e 18 de outubro, em Tremedal, aconteceu a segunda etapa da formação, com o tema: “Como Funciona a Sociedade?”, tendo como assessor o agente da CPT Bahia, Beniezio Eduardo.
Os temas trabalhados são de extrema relevância na atual conjuntura em tempos de alardeios sobre crise, enquanto, como bem frisou a pesquisadora Silvia Ribeiro em entrevista ao Brasil de Fato, nos últimos 10 anos a riqueza mundial cresceu 68%, porém 95% da riqueza gerada foram apropriadas por apenas 1% da sociedade, conformando uma realidade em que as 80 pessoas mais ricas do planeta tem a mesma quantidade de riqueza que as 3,5 bilhões mais pobres. Sendo as crises criadas pelos próprios ricos somente mais uma oportunidade para os mesmos intensificarem a exploração sobre os trabalhadores, acumulando assim mais riqueza.
Neste aspecto, Sônia, do grupo de jovens de Tremedal, expressa “que a formação contribui para a juventude ter novas informações sobre a realidade social e emponderar os jovens a questionar a atual sociedade”.
A última etapa do curso deste ano será realizada nos dias 5 e 6 de dezembro, no município de Piripá, onde será trabalhado o tema sobre “O Projeto que temos – Projeto Capitalista – e o projeto que queremos – o Projeto Popular”.