Neste domingo, dia 8, o padre Adriano van de Wen celebra as bodas de ouro de sua ordenação sacerdotal. Estes 50 anos vão ser celebrados no Centro de Formação de Indápolis, no Mato Grosso do Sul.
Padre Adriano nasceu na Holanda em 1939. Em 1968 veio ao Brasil e foi para a região de Foz de Iguaçu, PR, onde se envolveu com a realidade das três fronteiras: Paraguai, Brasil, e Argentina.
Em 1972, voltou para a Europa para concluir sua pós-graduação na Universidade Católica de Louvain, Bélgica. Depois de três anos de estudo retornou ao Brasil. Após passar por Recife, acabou indo para Medianeira, também no Paraná, onde ficou como pároco durante 10 anos.
Em 1978 participou da estruturação da Comissão Pastoral da Terra no Paraná e se somou à luta pela terra junto aos agricultores e milhares de camponeses que perderam suas terras por conta da faraônica obra construída às margens do Rio Paraná, Itaipu. Esta luta marcou sua vida, como ele mesmo disse. Insere-se com força nos protestos. Como ele lembra, era proibida a palavra “passeata”, então organizaram uma procissão. Dez mil pessoas saíram a caminhar contra Itaipu, com bispos católicos e pastores luteranos na frente. A CPT era a referência para os camponeses.
Padre Adriano vê nascer naquela região o Movimento de Agricultores Sem Terra do Oeste Paranaense (MASTRO), o surgimento de sindicatos de trabalhadores rurais e outras organizações camponesas. Ele acompanha essas experiências porque a CPT apoiava e incentivava os processos organizativos dos trabalhadores.
Em 1982, a Congregação do Verbo Divino o iria transferir de região. Ele queria ir para a Amazônia, mas como ninguém da Congregação queria ir para Caarapó, no Mato Grosso do Sul. Pe. Adriano aceitou ir para lá, mas para ficar somente um ano. Em 12 de outubro de 1982 é recebido pelo professor Rosalvo Rocha e a irmã Olga Manosso, da CPT/MS, em Gloria de Dourados. Ele é o pároco e veste logo a camiseta da CPT/MS, que o acolheu com muita alegria.
Ele acompanhou os lavradores na maior ocupação feita no estado. Na madrugada do domingo 28 de abril de 1984, o povo entrou na Gleba Santa Idalina, e pe. Adriano os acompanhou. Com eles estava quando foram despejados. Com eles buscou espaços para acolhê-los.
Ele nunca se afastou da luta do povo do campo e da CPT. Até hoje padre Adriano é um braço forte dos camponeses e camponesas na luta pela terra na dura e árdua realidade do Mato Grosso do Sul.
Aquele 1982 foi um ano abençoado que se prolongou por mais de três décadas, até hoje.
Padre Adriano, toda a CPT quer felicitá-lo por estes 50 anos de fidelidade ao Evangelho, na fidelidade ao povo de Deus.