Flávio Lazzarin, da coordenação nacional da CPT, explica que uma possível nomeação de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura é consequência da pressão do capital e políticos não passam de balconistas do mercado mundial.
(Brasil de Fato)
De acordo com informações, que não foram desmentidas pelo governo, a senadora ruralista e presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), será a escolhida para comandar o Ministério da Agricultura no novo mandato da presidenta reeleita Dilma Rousseff. Entre os movimentos sociais, caso se confirme, a indicação é um recuo, uma vez que a senadora sempre foi ferrenha inimiga dos camponeses e dos indígenas. Ela foi também uma das principais opositoras do governo Lula.
Para o padre Flavio Lazzarin, da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), a possibilidade mostra uma continuidade da política de aproximação do governo com o setor do agronegócio e da pressão da burguesia nacional. “É inaceitável! Isso mostra que os políticos não passam de balconistas do mercado mundial, como bem reforçava o subcomandante Marcos (líder dos Zapatistas). O mercado está nervoso desde a campanha e isso impõe essas decisões antipopulares”, criticou.
No primeiro mandato da presidenta Dilma pautas cruciais aos movimentos não foram priorizadas, como a reforma agrária e a demarcação de novas terras indígenas. Por conta disso,o ministério da Justiça, sob comando de José Eduardo Cardozo, foi um dos mais criticados.
Lazzarin afirma que os movimentos sociais precisam se colocar como alternativa a esse avanço da pauta burguesa no governo. Para ele, o povo articulado vai construir novas possibilidades ao Brasil.
“O que está acontecendo de bom não vem do Planalto, vem da planície. Se o mercado está nervoso, nós vamos ficar muito mais. Há uma ascensão interessante dos movimentos estruturados, o protagonismo dos indígenas na luta, por exemplo, é muito bom”, finalizou.