A Comissão Pastoral da Terra (CPT) realizou, entre os dias 18 e 19, o I Encontro da Juventude Camponesa, em Araguaína (TO). Jovens entre 12 e 28 anos, de oito comunidades rurais, entre acampamentos, assentamentos e ocupação, trocaram experiências sobre a realidade em que vivem e o desafio da permanência na terra.
Rafael Oliveira, CPT Tocantins
Na quinta-feira (17), o dia foi de acolhida de todos os participantes, que chegavam de diferentes munícipios da região Norte do Tocantins. Ainda tímidos e calados, os jovens foram levados para a chácara da CPT, local escolhido para o evento. À noite, com todos reunidos, eles se apresentaram e começaram a interagir entre si.
As atividades iniciaram na manhã de sexta-feira (19), após uma mística de abertura dos trabalhos. Convidado para assessorar o dia de oficinas, o professor da rede estadual, Dório Macedo, realizou uma dinâmica com o intuito de rememorar a identidade de cada jovem. Na sequência, meninos e meninas se dividiram em grupos e desenharam como é a comunidade onde vivem: destacaram os problemas, as diversões e o que gostariam de melhorar.
De forma unânime, seja em acampamento, ocupação ou assentamento, os jovens pontuaram a falta de políticas públicas que capacitem e permitam que os mais novos tenham a possibilidade de sobreviver do trabalho no campo. Outros problemas apontados, por exemplo, foram a ausência de energia elétrica, de boas estradas e uma educação de qualidade dentro das próprias comunidades.
Para tornar as atividades mais leves, foram realizadas rodas de conversa com a participação dos agentes da CPT, Pedro Ribeiro e Silvano Rezende, da professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Renata Rauta Petarly, e da representante da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Viviane Barros.
E dessa forma o encontro foi sendo construído - seja por meio de dinâmicas em grupo ou troca de ideias -, com a finalidade de despertar nos jovens a sensibilidade para os problemas que eles enfrentam onde moram e o que eles mesmos podem fazer para modificar o cenário atual.
Comunicação
Durante os dias de encontro, os jovens foram convidados a criar uma equipe de comunicação. Oito participantes se disponibilizaram a compor este grupo, que ficaria responsável por registrar os dias de encontro, sob o olhar particular de cada um.
O formato escolhido foi por meio de um vídeo. À disposição deles, estava apenas uma câmera para filmar. Após uma reunião, a equipe se dividiu em quatro duplas, entre repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, e entrevistou os colegas que participaram do evento. Para dar um toque especial, um pequeno pedaço de galho foi utilizado como microfone em todas as entrevistas.
Confira o vídeo produzido pelos jovens
As fotos que ilustram este texto foram tiradas pelos próprios jovens. O vídeo acima, produzido de forma espontânea e bastante divertida, é o resultado da curiosidade e disposição que eles tiveram para vivenciar uma nova experiência. Esse momento de “brincar” de jornalismo proporcionou à garotada uma maior interação entre eles, e permitiu que alguns deles pudessem ter contato com um jeito de se comunicar que ainda não haviam tido contato.