COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

 

Antes de raiar o dia, mais de 120 camponeses do Sertão, da região da Mata e do litoral já se deslocavam para participarem da 25ª Assembleia Estadual da CPT que teve início na manhã de ontem (25) no Centro Catequético dos Irmãos Marista, Barra de São Miguel, em Alagoas.

 

CPT Alagoas

Com muita mística, cantos e animação, a celebração de abertura envolveu os presentes que enfatizaram, nas canções e nas palavras de ordem, a terra como Dom de Deus e Direito dos homens e das mulheres. Houve leitura bíblica e entrada de jovens carregando os mandamentos da terra.
Carlos Lima, coordenador Regional da CPT, felicitou a disposição e a garra de cada um presente. "Desde pequenos nos chamam de teimosos. Mas para chegar até aqui e mantermos firmes na luta pela reforma agrária tem que ser muito teimoso e resistente, pois os governantes abandonaram a nossa reivindicação e criminalizam nossa luta", afirmou.
Na mesa de abertura, o tema do evento "Campesinato: Teimosia e Resistência" foi lembrado em todas as falas de saudação da Assembleia. Compuseram a mesa, o Padre Rogério, representando as Pastorais Sociais, Tarsis, representando a CUT, Padre Jerônimo, Paróquia de Jacuípe, Josival Olveira, Coordenador do MLST, Lenilda Lima, superintendente do INCRA, Zé Roberto, Coordenador do MST, e Marluce Mello, Assessora da CPT Nordeste.

Para o Padre Rogério, o papel que a CPT cumpre diante dos camponeses e das injustiças sociais é muito importante. "Esse movimento traz a palavra de esperança e a condição de obter uma vida digna", disse o Padre durante sua fala de saudação.
As falas também rechaçaram o golpe militar e lembrou que somos filhos dos lutadores de anos atrás. "Quando os trabalhadores fizeram grandes lutas, a burguesia matou muitos companheiros. Mas não tirou o sonho dos camponeses de fazer a Reforma Agrária no País e é na luta, na marra que vamos conquistá-la", defendeu Zé Roberto.
Homenagens
O momento da abertura é também o das homenagens àqueles que reconhecidamente se dedicaram à luta agrária no último ano. Duas premiações foram entregues: o Certificado Destaque e o Prêmio Dom Helder.

"Queremos em nome da CPT entregar o Certificado Destaque ao acampamento Santa Clara (Messias) que fica às margens da BR-101 e tem sido resistente e se mantém mesmo diante dos ataques dos usineiros e da inércia do INCRA e do Governo Federal", defendeu Carlos Lima.
Bastante contente, o camponês José Herculano afirmou que a luta mudou a sua vida. "Antes não tinha o que comer e hoje a gente tem uma terra para plantar e sobrevive do que planta", contou o trabalhador, que vive com toda sua família no acampamento.

O outro homenageado foi o professor e amigo dos movimentos sociais do campo, Sávio Almeida, que levou para a casa o Prêmio Dom Helder. "Agradeço muito pelo reconhecimento. Para mim, contribuir com a luta camponesa e compartilhar experiências é uma obrigação que tenho para com os movimentos que lutam pela democratização da terra e por justiça social", disse Sávio Almeida.

Já na tarde de ontem, ocorreu a palestra "O Agrário em Alagoas: defesafios, lutas e perspectivas" ministrada pelo professor homenageado. Na quinta-feira está prevista uma mobilização em Maceió.

 

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